Teresa Lago é a nova secretária-geral da União Astronómica Internacional, que o anunciou na passada sexta-feira, 31 de agosto. A astrónoma de 71 anos, natural de Lisboa, já era secretária-geral adjunta desta organização desde 2015, sucedendo agora ao italiano Piero Bienvenuti.
Para este seu mandato, que se prolonga até 2021, escolheu o lema da inclusão, o “tema que mais a toca”, como declarou ao jornal Público. Inclusão essa que não é apenas de género, diz, mas também cultural — “diferentes culturas que podem dificultar ou facilitar a ciência” — regional e de pessoas com limitações físicas.
Licenciada pela Universidade do Porto, em 1971, ano em que ingressou na carreira docente, Teresa Lago fez o mestrado (1975) e posterior doutoramento (1979), ambos em Astronomia, na Universidade de Sussex, em Inglaterra. Regressa então a Portugal para assumir o cargo de professora auxiliar na faculdade de Ciências da Universidade do Porto, onde foi responsável pela criação da licenciatura em Astronomia. Em 1989, atingiu o grau de professora catedrática daquela instituição, encontrando-se hoje aposentada.
Fundou o centro de Astrofísica da Universidade do Porto em 1988, do qual foi diretora durante 18 anos, e coordenou o Conselho Científico Nacional das Ciências da Terra e do Espaço da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Da sua mão saiu a proposta de associação de Portugal ao Observatório Europeu do Sul (ESO), da qual foi membro do respetivo conselho até 2013. É também membro fundador do conselho científico do European Research Council, desde 2005, e coordenou o “Gender Balance Working Group” daquele organismo.
Em 1985, recebeu o prémio “Henri Chrétien”, da American Astronomical Society e integra a Royal Astronomical Society desde 1990.
Com um extenso e diversificado currículo, Teresa Lago presidiu ainda à sociedade “Porto 20012 — Capital Europeia da Cultura” até à sua extinção, em 2002, ano em que foi eleita para Assembleia da República como deputada independente pelas listas do PS, mandato a que renunciou por razões pessoais. Entre 2009 e 2013 foi deputada da Assembleia Municipal do Porto e da Assembleia Metropolitana daquela cidade.
A organização a que agora preside foi fundada em 1919, tem sede em Paris e conta com mais de 13 mil membros de mais de 100 nacionalidades. Tem por missão promover a divulgação e a investigação em astronomia, através da cooperação internacional e reconhece oficialmente a atribuição de um nome a um corpo celeste, como um planeta ou um asteróide.