Envolvida na criação de marcas há mais de 15 anos, Petra Bruno, fundadora e CEO do Bug Group, fundou escritórios na Europa, Médio Oriente e Ásia. O acompanhamento da atividade em países com características de consumo bastante diferentes permitiu-lhe desenvolver uma visão global do mundo dos negócios. Apaixonada pela moda e marcas de luxo, criou recentemente a THE Luxury Brands Consultants, uma empresa de consultoria para marcas de luxo, que a obriga a viver entre Lisboa, Dubai e Singapura.
O Dubai, onde passa cerca de oito meses por ano, atraiu-a pela “pujança económica e pelas oportunidades de mercado”, uma vez que não existia uma agência com as caracteristicas da sua quando decidiu instalar-se nesta cidade em 2012. Apesar de ter uma filha pequena, Petra não deixou passar a oportunidade de entrar neste mercado onde tudo acontece a um ritmo vertiginoso, ainda que ele fique a mais de 8 mil quilômetros de casa. A filha, hoje com oito anos, ainda vive em Portugal, mas assim que terminar o 1.º ciclo vai mudar-se para o Dubai. “É uma cidade muito friendly para crianças, existem sempre muitas atividades para elas”, explica Petra. Até lá, a empresária tenta não passar mais de três semanas fora de Portugal e procura gerir as diferenças horárias de forma a acompanhar a filha o máximo possível. “Quando estou em Singapura é um pesadelo, porque para uma de nós é sempre hora de dormir”, desabafa. Rendida ao estilo de vida cosmopolita do Dubai, Petra Bruno partilha os locais onde gosta de se demorar.
O café ou casa de chá? O Dubai é rico em locais maravilhosos e encantadores. Para tomar um chá acompanhado de um delicioso scone o Fortnum & Mason é sem dúvida a minha escolha. Com uma atmosfera envolvente e um magnifico terraço com vista para o imponente Burj Khalifa.
O restaurante para uma refeição de trabalho? Recomendo o La Serre no hotel Vida Downtown, com cozinha francesa e um “exquisite” décor. Imperdível a burrata e para sobremesa uma tarte de maçã feita no momento (que deverá ser pedida aquando do pedido, pois são necessários 45 minutos para a confeccionar). Entre os pratos é quase impossível eleger apenas um, desde o bife tártaro, passando pelos risotos, carnes e peixes todos são divinais.
O mercado ou a mercearia para comprar bons produtos? Por conveniência utilizo o supermercado perto de casa, que está sempre à distância de um telefonema a qualquer hora do dia. Um dos pequenos luxos que ainda encontramos no Dubai são as entregas 24 horas por dia, 7 dias por semana. Para frutas, tendo em conta que tudo é importado, o waitrose no Dubai Mall é a minha escolha.
A melhor pastelaria? Não resisto a macarons, nada melhor que a Ladurée, geralmente no Dubai Mall. Recentemente abriu também em JBR (Jumeirah Beach Residence).
As lojas favoritas para comprar roupa? Dubai é o verdadeiro paraíso para shopping, todas as marcas estão presentes, o difícil é escolher. Se visitar o Dubai Mall, o maior centro comercial do mundo, reserve um dia inteiro. Pessoalmente, sou fã da Bambah Boutique da designer e curadora egípcia Maha Abdul Rasheed. Assumidamente vintage, feminina e de uma elegância intemporal.
Onde se perde por sapatos e carteiras? No Level Shoe District no Dubai Mall. É talvez um dos espaços mais bonitos do Dubai Mall.
Os seus beauty spots? JetSet para tratar do cabelo, CRYO para tratamentos de rosto e corpo, ambos nas Emirates Towers, e NStyle Nail Lounge para as mãos.
O local com a melhor música da cidade? Para um sunset inesquecível recomendo o 40Kong, localizado no terraço do 40º andar do hotel H, com uma vista deslumbrante sobre a cidade. A carta de vinhos é muito interessante e para uma ocasião muito especial também pode brindar com Cristal ou Dom Perignon.
A livraria imperdível? Facilmente perco a noção do tempo cada vez que entro no Book World by Kinokuniya, uma verdadeira perdição. Localizado no 2º andar do Dubai Mall.
A sala de espetáculos obrigatória? A inauguração irá acontecer a 31 de Agosto, a Dubai Opera será sem dúvida uma sala de espetáculos obrigatória. Os bilhetes para o concerto inaugural com Plácido Domingo já estão esgotados.
Um museu a não perder? Não é um museu mas bem poderia ser, a Sheik Zayed Grand Mosque Center em Abu Dhabi é uma majestosa mesquita com uma arquitetura esplendorosa e uma energia vibrante.
O que mais gosta na cidade? O pulsar da cidade e o seu constante crescimento, e os sorrisos das pessoas. Respira-se futuro, sente-se o frenesim económico e o alento de quem por cá vive.
O que menos gosta? O ruído constante dos edifícios em construção, são 24 horas por dia com apenas a sexta-feira de descanso. O único dia em que se consegue sentir o silêncio característico do fim-de-semana.
O que mais a surpreendeu no Dubai? Saber que tudo foi concebido e construído em apenas 43 anos – até então tudo era uma imensidão de areia.
Qual o segredo mais bem guardado da cidade? Os pequenos luxos quotidianos que o Dubai tão facilmente nos habitua e que se tornam “indispensáveis” no dia a dia.
Que hábito ganhou nessa cidade que não tinha em Portugal? Trocar de roupa depois de um dia de trabalho para sair para jantar. Lisboa é mais cool no que toca a dress code. No Dubai sair para jantar é sinónimo de ver passar a última coleção de uma casa francesa ou italiana de haute couture. Não queremos fazer má figura.
O que deve uma mulher saber antes de aterrar no Dubai em negócios? Apenas estar preparada para o negócio que vai realizar. É exatamente o mesmo que estar na Europa, nunca senti qualquer animosidade por ser mulher.
O que diria a uma portuguesa que foi convidada para trabalhar no Dubai? Que facilmente se vai adaptar uma cidade cosmopolita como esta.