A consultora Deloitte divulgou as seis tendências digitais apontadas pelo estudo Deloitte Consumer Review: Digital Predictions 2016, que concluiu que uma nova onda tecnológica e digital está a revolucionar a forma como as pessoas se envolvem com as empresas do setor do consumo. “A realidade virtual, a internet a velocidades superiores a 1 Gbps e os meios de pagamento móveis são apenas algumas das inovações que irão promover uma disrupção significativa em todo o mercado de consumo”, explicou o associate partner da Deloitte, Pedro Miguel Silva.
O corte com o que até agora tem sido normal chega com as velocidades de ligação cada vez mais rápidas, com a aquisição cada vez maior de smartphones e tablets que obrigam a um envolvimento cada vez maior também com as marcas através das redes sociais. São estas as principais “forças motrizes por detrás da revolução digital do mercado de consumo português”, acrescentou Pedro Miguel Silva.
O estudo da consultora destaca a realidade virtual, os jogos mobile, o uso de dispositivos móveis e tecnologias cognitivas e observa, anualmente, as tendências e transformações neste setor e o impacto dessas mudanças no comportamento dos consumidores. Conheça as principais mudanças em tecnologia, media e comunicações.
Tecnologia cognitiva
Vai revolucionar a experiência do cliente porque muda radicalmente a forma como as empresas e os consumidores interagem. O ano 2016 irá provavelmente registar mais uma importante etapa na revolução de toda a experiência do cliente, avisa o estudo, que diz também que mais de 80 das 100 maiores empresas globais de software empresarial irão integrar estas tecnologias nos seus produtos até ao fim deste ano e os números deverão chegar aos 95% até 2020.
Os processos de “machine learning”, o processamento de linguagem natural e o reconhecimento da fala estão entre as tecnologias cognitivas que deverão ser adotadas pelas empresas de consumo este ano, o que vai provocar outra interação entre consumidores e marcas e novos processos de compra mais ajustados.
Realidade virtual
Ao criar experiências de consumo mais “envolventes” acabará por criar alterações comportamentais. Os hotéis e a venda de automóveis, por exemplo, podem oferecer uma visita virtual às instalações e promover campanhas de promoção das marcas. Por enquanto ainda há alguns obstáculos, nomeadamente alguns problemas de utilização, mas esta tecnologia está a impulsionar-se no mercado de consumo e a Realidade Virtual (RV) pode atingir um volume de negócios de mil milhões de dólares ainda este ano.
Mais conetividade e acesso a serviços
As ligações à internet a velocidades de “Gigabits-por-segundo” podem alargar horizontes e permitir funcionalidades até agora impossíveis a velocidades inferiores, diz a Deloitte. São os casos de carregamentos mais rápidos para os websites, conteúdos com mais qualidade, imagens detalhadas de produtos, vídeos e elementos interativos.
A banda larga Gigabit vai suportar inovações como a RV e a Internet das Coisas (IoT’s) e também aumentar a utilização de anúncios de televisão orientados para um target específico e melhorar as aplicações móveis.
Onda de crescimento para o m-commerce
Com um aumento estimado de 150% no número de pessoas que paga as compras através de telemóvel, com recurso a serviços de pagamento táteis, ficando em 50 milhões o número de utilizadores globais.
A Deloitte sublinha que para muitos clientes, os acessos aos websites via telemóvel continuam a ser o primeiro ponto de contacto com a marca e que muitos retalhistas terão de desenvolver opções de pagamento mais simples em websites otimizados para equipamentos móveis.
A mobilidade em 1º lugar
Para os mais jovens, os equipamentos móveis vão continuar a desempenhar um papel crucial nos hábitos de consumo mas a adoção generalizada de laptops vai manter-se e o PC continuará como um complemento dos smartphones e tablets.
A Deloitte prevê que a faixa etária dos 18 aos 24 anos será a mais permeável à utilização de um PC este ano, uma vez que em 2015 86% destes consumidores tinha um computador portátil.
Mas como os clientes utilizam sempre vários equipamentos no ato de compra, as empresas de consumo deverão criar os seus serviços web a pensar nos ambientes móveis e no PC.
Partilha de fotografias
O estudo aponta para a partilha ou armazenamento online de 2,5 triliões de imagens em 2016. Mais 15% do que no ano passado, o que significa que as comunicações web se irão tornar ainda mais visuais e gráficas e importantes para as marcas.
O crescimento da partilha de imagens será mais uma oportunidade para estas empresas, especialmente agora que algumas plataformas começam a adotar os botões “Compre já” e outras funcionalidades.
Uma realidade que as marcas terão de gerir com cuidado, avisa o estudo da Deloitte, “procurando selecionar imagens autênticas, de alta qualidade e que gerem interesse”.