Com formação na área de banca e planeamento financeiro, pela Universidade de Boston, e uma certificação profissional de coaching, Bárbara Barroso é especialista em educação financeira ministra workshops e formações sobre poupança, gestão de orçamento familiar e investimentos. Fundadora do projeto de literacia financeira MoneyLab, Bárbara Barroso é jornalista de economia (trabalhou no Dinheiro Vivo, Diário de Notícias, Jornal de Notícias, Jornal i e Diário Económico). Já teve uma rubrica sobre poupança na rádio e é comentadora habitual em vários programas de televisão sobre temas económico-financeiros. Escreveu dois livros sobre finanças pessoais e mantém o blogue As Dicas da Bá.
Foi atleta federada em hóquei em patins e aventurou-se no surf numa altura em que ainda não havia sequer campeonato feminino. Mãe de dois rapazes está sempre pronta para abraçar novos projetos e desafios.
Recorda-se do seu primeiro emprego e o que fez com o primeiro salário?
O primeiro dinheiro que ganhei foi com 13 anos a dar explicações de matemática. Recordo-me de ter feito questão de ir lanchar com a minha mãe e ser eu a pagar e o resto do dinheiro guardei-o. Já anos mais tarde, quando comecei a trabalhar a tempo inteiro como jornalista, os primeiros salários juntei-os para alugar uma casa.
Que relação tem com o dinheiro?
Tenho uma relação saudável. Atribuo-lhe a importância necessária, nem mais, nem menos. Para mim é apenas um meio que me permite ter acesso a um conjunto de bens ou serviços. Claro que gosto de fazer e ter dinheiro, até porque essa liberdade financeira retira também algum peso psicológico e emocional, e torna-nos mais livres para fazermos o que gostamos, e não estarmos presos a algo apenas por dinheiro. Como costumo dizer procuro controlar o meu dinheiro e não deixar que o dinheiro me controle a mim.
Fui forçada a ajustar bruscamente o meu orçamento e tive de fazer escolhas acertadas.
Passou por um período de grande dificuldade e conseguiu dar a volta. Pode descrever qual era a situação e o que fez?
Não diria um período de grande dificuldade, até porque considero isso quase como uma ofensa perante os vários casos de pessoas que conheci que têm, e passaram, dificuldades reais e muito duras. Tal como muitas famílias, tive uns períodos em que fui forçada a ajustar bruscamente o meu orçamento e tive de fazer escolhas muito acertadas, sem grandes margens para erros. Foi possível contornar a situação com uma redução das despesas grande e com um acumular de trabalhos, de forma a conseguir aumentar o rendimento.
O imobiliário é um dos melhores investimentos, desde que a compra seja bem feita.
Qual foi o melhor conselho que já recebeu em matéria financeira?
Felizmente foram vários os bons conselhos que recebi, sobretudo dos meus pais e avós. Os meus pais sempre me disseram para nunca viver acima das minhas possibilidades, ou seja, nunca gastar mais do que se ganha. Parece uma coisa óbvia, mas a realidade mostra-nos o contrário. Dos meus avós foi evitar ao máximo ter dívidas, e se as tiver pagá-las sempre a tempo e horas, para conseguir dormir descansada; e também ter sempre uma poupança – um fundo de emergência – para qualquer imprevisto.
Qual foi o melhor investimento que fez até hoje?
Todas as minhas formações foram óptimos investimentos. Permitiram-me um desenvolvimento grande em termos de carreira e a nível pessoal, preparando-me com as melhores ferramentas que me permitem hoje ajudar os outros com o meu conhecimento.
Se ganhasse o Euromilhões ou uma tia que nunca conheceu lhe deixasse 100 milhões de euros, o que faria com tanto dinheiro?
Haveria certamente três destinos que daria a esse dinheiro. Primeiro aproveitaria para viajar. Acredito que as viagens enriquecem, são experiências únicas que ficam para sempre connosco. Sou uma apaixonada por pessoas. Adoro conhecer novas culturas, novos sabores, cheiros, ouvir e conhecer novas histórias. Talvez começasse pelo Japão. É um país que me atrai porque por um lado, nas zonas mais interiores, ainda há muito do Japão antigo, com muitas tradições enraízadas, uma cultura de rigor, o respeito pelos mais velhos, com valores como a honra muito presentes; e, por outro lado, as grandes cidades que andam a uma velocidade vertiginosa com toda uma cultura pop e tecnológica muito à frente e avançada. Acho que é este binómio que me atrai e me faria começar por aqui. O segundo destino que daria ao dinheiro seria tirar um MBA no estrangeiro. Tive de adiar há uns anos essa escolha, mas não está esquecido. Por fim, o terceiro destino, e que representaria a maior fatia do dinheiro, investia em imobiliário. A minha mãe sempre trabalhou nesta área. Desde que nasci que me habituei a ver casas e adoro. Para mim, o imobiliário é um dos melhores investimentos, desde que a compra seja bem feita.