Susana Albuquerque é secretária-geral da Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC) e uma cara conhecida dos portugueses pelas participações que tem nalguns programas de televisão e idas a escolas para falar de finanças pessoais. Em 2006 criou a sua primeira rubrica televisiva sobre gestão de finanças pessoais -‘Afinal de Contas’-, no programa ‘Essência’ da SIC Mulher, e desde então tem mantido este espaço, embora com diferentes nomes, noutros canais televisivos.
Susana Albuquerque começou a trabalhar um pouco antes dos 18 anos e foi com essa primeira experiência profissional que despertou para a importância da gestão do dinheiro, como conta no seu livro ‘Independência financeira para mulheres’.
Ganhei €300 num mês a fazer vendas porta a porta, o que foi muito bom para uma adolescente!
Formou-se em Direito, especializou-se em Direito Financeiro, e ganhou, em 1995, uma bolsa do British Council que lhe permitiu pós-graduar-se em Direito Comercial Inglês e estagiar “num dos maiores escritórios de advogados do mundo: a Clifford Chance”. Mas Susana não tem dúvidas de que foi o Executive Master em Psicologia Aplicada que lhe incrementou a carreira e que só em 1997 fez a mudança profissional mais importante da sua vida ao aceitar o convite da ASFAC para secretária geral. A partir daí começou a trabalhar na promoção desta atividade e a fazer a coordenação de programas de educação financeira. É ainda conferencista nacional e internacional e faz aconselhamento e coaching nas áreas da educação financeira e gestão de finanças pessoais.
Recorda-se do seu primeiro emprego e o que fez com o primeiro salário?
Sim! Tinha 14 anos e fiz promoção e venda porta a porta de um produto de manutenção para máquinas de lavar, em Campo de Ourique. Ganhei num mês €300, o que há 30 anos foi muito bom para uma adolescente!
Aprendi que o dinheiro apenas traz felicidade se for um veículo da minha realização pessoal e não um fim em si mesmo.
Que relação tem com o dinheiro?
Uma relação saudável, de amizade. Aprendi que o dinheiro apenas traz felicidade se for um veículo da minha realização pessoal e não um fim em si mesmo. Quando tomei consciência que a minha personalidade-tipo do dinheiro é de poupada, e que isso poderia dar-me uma tendência de usufruir menos do dinheiro do que podia, aprendi a gastá-lo em pequenos mimos, por pura fruição e a doar muito mais. Poder dar de volta aos que precisam de mais apoio, dá um sentido ainda maior ao dinheiro.
De quem recebe conselhos financeiros?
Na infância recebia-os da minha avó materna, que era muito organizada em relação ao dinheiro, e desde que trabalho em educação financeira peço conselhos especializados, mas apenas os sigo se estiverem de acordo com as regras dos investimentos seguros – pirâmide de investimento de que falo no meu livro “Independência Financeira para Mulheres” – e servirem os meus objetivos pessoais.
Qual o melhor conselho que já recebeu?
Viver abaixo dos meus rendimentos para ter liberdade financeira!
Apenas 10‰ do meu dinheiro é investido em produtos em que haja risco de perda de capital.
É difícil ensinar educação financeira aos portugueses? Os jovens interessam-se por este tema?
Na verdade é fácil. Os jovens estão despertos e ávidos de saber mais e perceber como funciona o dinheiro e como podem ser financeiramente autónomos e competentes. Essa é a experiência que retiro de muitas idas a escolas no nosso país.
Como escolhe os seus investimentos?
De acordo com os meus objetivos pessoais e seguindo as regras da pirâmide de investimentos em que as camadas de base dos meus investimentos são constituídas por produtos financeiros sem risco de perda de capital e com remuneração garantida (embora a taxas mais baixas do que as que são praticadas em produtos de maior risco) e apenas cerca de 10% (no máximo) do meu dinheiro é investido em produtos em que haja risco de perda de capital, mas também hipótese de um maior retorno.
Qual foi o melhor investimento que fez até hoje?
Em formação: o Executive Master em Psicologia Aplicada que fiz, entre 2012 e 2013. Ele permitiu-me levar mais longe o meu trabalho como formadora, coach e autora de educação financeira e gestão de finanças pessoais, ao dar às pessoas ferramentas comportamentais que lhes permitam fazer aquilo de que mais gostam, com a prosperidade financeira que desejam (e merecem)!