7 estratégias para lidar com colegas difíceis

Todos somos obrigados a relacionarmo-nos com pessoas com quem não nos damos muito bem. Com sorte serão situações esporádicas, mas há quem tenha que trabalhar anos ao lado de colegas difíceis. Não desespere: há formas de evitar discussões armadilhadas que só a prejudicam.

A assertividade e a calma são as suas melhores armas.

No ecossistema empresarial, as relações humanas não fogem à regra de qualquer outro local de interação social: há pessoas com quem a empatia parece ser imediata e que a inspiram; aquelas que lhe são mais ou menos indiferentes, mas com quem consegue manter uma relação profissional e cordial, e existe ainda a estirpe das pessoas que não suporta, os colegas difíceis que não perdem uma oportunidade para implicar consigo ou usar o seu pior charme passivo-agressivo para lhe arruinar o dia. Como passar oito horas no mesmo espaço com eles, sem que o ambiente fique de cortar à faca? Ou sem cairmos nas armadilhas de discussões fáceis que só prejudicam a nossa reputação profissional, mesmo quando temos razão?

. Não tem que se dar bem com toda a gente
Deep Patel é autor de livros sobre sucesso profissional, colaborador regular do site The Entrepreneur, e tem uma visão interessante sobre este assunto. “É sempre possível evitarmos gente de quem não gostamos. Mas os profissionais bem-sucedidos sabem que, ao restringirem o tipo de pessoas com quem trabalham, só se estão a limitar a si próprias.” Não temos que ser rainhas do social no escritório ou amar todos fraternalmente  — e não há nada de errado nisso. Mas ajuda pormo-nos no lugar do outro e lembrarmo-nos que também não somos perfeitos, diz Patel. Afinal, a mesma irritação ou antipatia que sentimos por alguém pode ser o sentimento que outra pessoa tem por nós.

. Não leve as coisas tão a peito
Nem tudo é um ataque pessoal. Às vezes a razão daquela resposta torta ou do mau humor não está em si e sim em outras circunstâncias — só teve o azar de se cruzar com a pessoa na pior altura. Uma resposta exagerada ou acalorada só desencadeará outra e a discussão rapidamente entra numa espiral da qual será difícil sair com alguma conclusão lógica. No pior cenário, corre o risco de acabar por ser você a perder a razão e ficar com o rótulo de ‘pessoa difícil’.

. Use a sua melhor ‘cara de poker’
Colegas difíceis podem estragar-lhe o dia, sobretudo se os deixar ter essa influência em si. Para Deep Patel, um dos melhores recursos para poupar energias com gente com quem não se dá bem, é “aprender a cultivar uma ‘cara de poker’ diplomática — esta é a chave para tratar toda a gente com civismo e educação.” Ou seja, uma expressão em que não revele demasiadas emoções, tal como no jogo; sem exaltação nem irritação e procurando não dizer mais do que o necessário. “Seja mais leve com a pessoa e mais firme com o assunto. Isto significa que se concentra mais nas questões que precisam de ser corrigidas do que em fazer um ataque pessoal a alguém.”

. Seja assertiva, expresse-se de forma calma
“Se o comportamento for persistente, fale com ele ou ela discretamente, de modo a não humilhar a pessoa. Pense primeiro no que pretende para poder construir a sua comunicação em torno do tema”, diz a psicóloga e especialista em relacionamento, Sam Owen, ao jornal britânico The Telegraph, num artigo sobre este tema. “As pesquisas mostram que, ao usarmos palavras negativas, quem ouve e quem fala entram em modo de fuga ou luta, o que significa que o seu interlocutor vai entrar em conflito consigo ou fugir do que diz, em vez de se envolver no que tem para lhe dizer. Fale sempre naquilo que precisa que seja feito em vez de repreender outro por aquilo que fez mal.”
Quando nem esta estratégia resulta, há sempre outra solução. “Às vezes é melhor usar o silêncio para expressar o seu descontentamento, o que provoca menos animosidade no processo”, diz Sam.

. Escolha bem as suas guerras
O nosso tempo e energia mental são demasiado valiosos para os entregarmos a questões que, na maior parte das vezes, não são prioritárias na nossa vida. Saber que lutas podem sem compradas e quais as que é melhor esquecer, pode revelar-se uma estratégia importante para o bem-estar mental e produtividade. Há perguntas que podem ser feitas: tem mais a perder ou a ganhar entrando em conflito? Vale mesmo a pena embarcar numa discussão prolongada sobre uma questão que pode evitar? Que vantagens vai retirar de uma eventual vitória nessa discussão?

. Não entre em modo defensivo
Há sempre alguém que parece estar de plantão nas nossas vidas só para implicar connosco, que não perde uma oportunidade para nos lembrar das nossas falhas ou até para nos diminuir. Mas o pior mesmo é morder o isco e reagir defensivamente, tentando contradizê-lo ou justificar-se. “Só lhes dá mais poder”, diz Deep Patel. “Dê antes a volta à questão e vire as atenções para o outro. A melhor forma de o neutralizar é começar a colocar questões construtivas e a sondá-lo a ele. Se ele está a tentar negar ou diminuir o seu trabalho, peça-lhe críticas específicas. Se está a desrespeitá-la ou a agir como um bully, diga-lho diretamente. Faça-lhe ver que está à espera de ser tratada com civismo e que, em troca, o tratará da mesma forma.”

. “Preciso de espaço!”
Reserve-se o direito de não ser assoberbada pelo mau génio dos outros e de se distanciar física e emocionalmente deles, sobretudo depois de uma discussão acesa que correu mal. Saia do mesmo espaço onde o outro está; ponham-se de ‘quarentena’, pelo menos durante umas horas. Por vezes é a melhor forma de não deixar os conflitos escalarem. Há quase sempre formas de limitar sua interação com um colega difícil e o tempo que passa com ele. O seu bem-estar mental e o resto da empresa agradecem.

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