Acabou de ser premiada por investigação em Doença de Alzheimer e é considerada por um dos grandes nomes internacionais em neurogenética como uma “estrela em ascensão”. A jovem investigadora portuguesa Rita Guerreiro voltou a ser reconhecida pela sua investigação em doenças neurodegenerativas. A cientista é investigadora da University College London (UCL) e está há uns anos a trabalhar na área das mutações do gene TREM2, indicado como possível fator de risco da Doença de Alzheimer e de outras doenças degenerativas.
O prémio Neuroscience Prize 2015 é-lhe atribuído pela instituição italiana Fondazione Gino Galletti e premeia a investigação que a cientista lusa desenvolve para descobrir a relação entre este gene e a incapacitante Doença de Alzheimer.
Descoberta revolucionária no meio
O reconhecido geneticista John Hardy, também investigador na UCL e considerado o mais importante especialista britânico em doença de Alzheimer, já considerou Rita Guerreiro como “uma estrela em ascensão” na investigação da neurociência. “Ela encontrou o primeiro gene de Alzheimer em 15 anos e isso é uma descoberta revolucionária no meio”.
Rita tem 35 anos e já tinha sido distinguida com este trabalho em janeiro passado com o Prémio Europeu do Jovem Investigador, atribuído pela associação francesa para a investigação sobre Alzheimer. Também este ano venceu o prémio da Sociedade Britânica de Investigação de Alzheimer e Demência na categoria de “realização académica”.
A cientista disse à agência Lusa que o valor deste prémio serve para financiamento de “projetos pessoais” paralelos ao seu trabalho e já tinha confessado anteriormente que quer identificar as causas genéticas de doenças neurológicas em famílias portuguesas.
Rita Guerreiro é formada em Ciências Biomédicas e começou a trabalhar no Departamento de Neurociência Molecular da UCL em 2010 como pesquisadora de pós doutoramento. A sua área de interesse é a “análise da variabilidade genética em várias doenças neurológicas (principalmente doenças de Parkinson e Alzheimer) e perceber como é que ela afeta o processo da doença a nível molecular”. É casada com um investigador português, com quem partilha a direção do laboratório onde trabalha.