37% dos profissionais têm interesse em trabalhar no estrangeiro

O Guia do Mercado Laboral, elaborado pela Hays, revela que um abrandamento significativo da tendência de emigração. No período mais crítico da crise, 80% dos profissionais estavam dispostos a emigrar.

A maioria dos expatriados sente que o seu talento é mais valorizado fora de Portugal.

A Hays, grupo líder mundial em recrutamento de profissionais qualificados, revela no Guia do Mercado Laboral 2019 que a estabilidade económica e a crescente oferta de emprego em Portugal contribuíram para o abrandamento significativo nas tendências de emigração, nos últimos dois anos (37%). No período mais critico da crise este valor chegou a atingir os 80%.

Apesar de haver cada vez menos disponibilidade e interesse em trabalhar no estrangeiro, os setores que apresentam maior interesse são Banca e Seguros (56%), Legal (46%), Construção e Imobiliário (46%), Retalho (42%) e Marketing (41%). Os destinos escolhidos, por mais de metade dos inquiridos no estrangeiro que saíram de Portugal nos últimos cinco anos foram o Reino Unido (19%), Angola (11%), Espanha (11%), Suíça (7%) e Moçambique (6%).

89% dos profissionais que emigraram afirmam que lhes foram reconhecidos no estrangeiro potencial, capacidades ou conhecimentos que não foram valorizados em Portugal. Paula Baptista, managing director da Hays Portugal comenta, em comunicado, Apesar da taxa de interesse em emigrar ser cada vez mais reduzida, a análise que fazemos destes resultados é que será crucial que as empresas valorizem cada vez mais as capacidades e aptidões dos profissionais portugueses.”

Salário mais atrativo, família e vontade e viver em Portugal são as razões apontadas para regressar.

Por outro lado, os fatores que mais influenciam o regresso a Portugal passam por motivos como um pacote salarial mais atrativo, motivos de ordem pessoal ou familiar, vontade de viver em Portugal, um projeto interesse ou inovador e condições contratuais vantajosas.

De forma a comparar o grau de satisfação entre os profissionais no estrangeiro e em Portugal verificaram-se disparidades muito relevantes em fatores como o pacote salarial, as perspetivas de progressão de carreira, prémios de desempenho e a cultura da empresa. Por exemplo, o grau de satisfação em relação ao pacote salarial é de 42% dos profissionais em Portugal e de 89% dos profissionais no estrangeiro.

Os fatores de satisfação mais semelhantes entre os profissionais no estrangeiro e em Portugal estão relacionados com os horários, o equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional, localização geográfica da empresa e por fim, a situação contratual. Como exemplo desta semelhança, ambos os profissionais apontam o mesmo grau de satisfação em relação aos horários (78%). O único fator em que os trabalhadores em Portugal (82%) estão mais satisfeitos do que os profissionais do estrangeiro (80%) é a localização geográfica.

Para esta edição do Guia do Mercado Laboral, em que se traça um panorama do mercado de trabalho português e de futuros desafios na atração e retenção de talento, a Hays obteve respostas a um inquérito nacional de mais de 3100 candidatos e de 600 empregadores. 

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