Sofia Marta: “Tudo se cruza com o digital”

Sofia Marta está de regresso à Accenture, como vice-presidente, responsável pela área de Saúde e Administração Pública, com a missão de fazer crescer estas áreas na firma e acelerar a transformação digital do país.

Sofia Marta é vice-presidente da Accenture, responsável pela área de Saúde e Administração Pública.

Com mais de 20 anos de experiência na área de Consultoria e Tecnologia, Sofia Marta começou a sua vida profissional na Accenture, em 2001. Foram 12 anos a trabalhar na área de Administração Pública, até que um ex-diretor a desafiou para um processo de transformação da Glintt, empresa portuguesa líder no setor da saúde, de onde, em 2016, transitou para a Microsoft Portugal, como account executive na área de Grande Empresas. Agora, a executiva está de regresso à Accenture, com a missão de “fazer crescer o mercado de Saúde e Administração Pública na Accenture em Portugal, ajudando o nosso país a acelerar a jornada de Transformação Digital”.

Como chegou a vice presidente da Accenture responsável pela unidade de Saúde e Setor Público?

Com mais de 20 anos de experiência na área de Consultoria e Tecnologia, comecei a minha carreira na Accenture em 2001 e durante 12 anos trabalhei em Administração Pública, em diversas áreas, desde a Educação, Emprego, Justiça, Fundos Europeus, Modernização Administrativa, entre outras, em iniciativas com elevado impacto no nosso país. Adorei trabalhar na Accenture! Foi muito marcante pessoal e profissionalmente.

Em 2013, um ex-managing director da Accenture convidou-me para um grande desafio numa empresa portuguesa que necessitava de uma grande transformação. Foi uma decisão difícil, mas aceitei o desafio. Juntei-me então a uma empresa portuguesa, líder no sector da saúde, resultado de uma série de fusões e aquisições, pelo que era um grande desafio em termos de cultura. Fui responsável pela prática de Smart Processes, uma das apostas da empresa em termos nacionais e pela estratégia de internacionalização. Aprendi imenso! Comecei com uma equipa de cerca de 25 pessoas e três anos depois tripliquei-a.

Em Julho de 2016, mudei para a Microsoft Portugal, como account executive na área de grande empresas, com um forte papel comercial, responsável pela criação de novas oportunidades de negócio, promoção de relacionamento com C-levels e orquestração da equipa nacional e internacional. Foi uma grande mudança na minha carreira e eu estava curiosa de como iria responder a esta nova realidade, sendo um contexto bastante distinto do negócio de consultoria. Sempre fui muito versátil, flexível e de fácil adaptação, mas toda a gente me dizia que era muito duro trabalhar na Microsoft, por causa do seu enorme foco em vendas e pressão constante na entrega de resultados. Comecei com a área de Banca e Seguros. Um ano mais tarde, houve uma grande reestruturação da empresa e era necessário alguém para endereçar e fazer crescer o negócio da energia e utilities.. Enquanto aprendia estes novos negócios, tive de reforçar fortemente o meu drive comercial e as minhas capacidades de networking e de construção de novas e relevantes relações ao mais alto nível. Adorei a experiência!

Agora estou de “volta a casa”, com este enorme desafio e responsabilidade de fazer crescer o mercado de Saúde e Administração Pública na Accenture em Portugal, ajudando o nosso país a acelerar a jornada de Transformação Digital. 

O que ponderou antes de aceitar esta função?

O posicionamento que a Accenture tem no mercado e respetiva liderança, bem como a sua estratégia global em que privilegia o  setor da Saúde e Administração Pública como uma das áreas estratégicas da empresa.

Qual foi o momento mais difícil da sua carreira?

Creio que o momento mais desafiante da minha carreira foi quando saí da Accenture em 2013. Estava habituada a um sentido forte de pertença, com os nossos core values muito presentes, e a empresa para onde fui tinha um ADN completamente diferente. A minha primeira filha tinha na altura um ano, e o equilíbrio entre ser mãe pela primeira vez e uma aposta na progressão na carreira foi um grande desafio.

Qual a sua missão enquanto responsável pela unidade de Saúde e Setor Público da Accenture?

Tenho como missão promover o novo propósito da Accenture  que consiste em “cumprir a promessa da tecnologia e da criatividade humana”. Este propósito define quem somos, como trabalhamos com os nossos clientes e o que nos torna únicos. É importante que a nossa estratégia de criação de valor 360º para os nossos stakeholders, implemente a visão da Accenture, com o objetivo de apoiar no crescimento sustentado e de oferecer valor aos nossos clientes, acionistas, parceiros, sociedade e, também, às nossas pessoas. E o nosso novo posicionamento de marca “Let There Be Change” reflete isso mesmo, a  fórmula criativa com que expressamos a nossa marca no mercado, de forma diferenciada e alinhada com o nosso propósito, e sempre apoiada pela estratégia. Queremos continuar a abraçar a mudança e transformar, continuamente, os negócios para criar valor, impulsionado pelo talento e pela criatividade.

Atualmente, todos os temas que trabalhamos cruzam-se com o digital, nomeadamente com a utilização da cloud, para uma maior agilidade e adaptação à mudança, a utilização de Inteligência Artificial, para complementar e potenciar a capacidade humana, mas também algo mais basilar como a digitalização, simplificação e automação de processos, para que se consigam obter respostas mais rápidas, eficientes e eficazes dos serviços.

Quais as principais tendências e desafios que marcam estas áreas de actividade?

Sem entrar nas especificidades do setor, creio que as tendências que marcam estas áreas não são muito distintas das restantes. Atualmente, todos os temas que trabalhamos cruzam-se com o digital, nomeadamente com a utilização da cloud, para uma maior agilidade e adaptação à mudança, a utilização de Inteligência Artificial, para complementar e potenciar a capacidade humana, mas também algo mais basilar como a digitalização, simplificação e automação de processos, para que se consigam obter respostas mais rápidas, eficientes e eficazes dos serviços.

Outra área de foco é a questão da personalização e experiência do utilizador, que cada vez mais tem de ser independente do canal utilizado, seja ele presencial ou virtual.

Os dados estão no centro da mudança assistindo-se fortemente à preocupação de alinhamento das instituições para aquilo que designamos por data driven organizations, sempre com todas as salvaguardas relativas ao cumprimento das regras de segurança, compliance e privacidade da informação.

Por fim, não posso deixar de referir o tema da sustentabilidade, que é algo que é fundamental ter presente em todas as tendências.

Qual a parte que mais gosta das suas funções?

De trabalhar em equipa, trazendo o que de melhor cada um tem, e de ver o impacto que conseguimos ter nas pessoas e organizações com quem trabalhamos. É muito gratificante sentirmos que contribuímos para melhorar o nosso país.

E qual a mais desafiante?

A mais desafiante é a conciliação entre a nossa velocidade, agilidade e vontade de concretização e a celeridade que muitas vezes é a possível nos nossos clientes. A capacidade de resiliência é fundamental e um grande desafio.

Que conselhos deixaria a uma jovem executiva que ambiciona uma carreira na consultoria?

Acho que o maior conselho passa sempre por basilar a capacidade de trabalho e determinação, mas nos dias de hoje diria que é fundamental ter a capacidade de correr riscos e de nos adaptarmos à mudança.

O que gosta de fazer quando tem tempo só para si?

Atualmente com a minha filha mais nova, de 15 meses, não tenho muito tempo para mim, mas sempre que posso, gosto muito de ouvir música e dançar, passear ou de ler um bom livro na praia. Assim que o contexto permitir, quero voltar a viajar!

O melhor conselho que já recebeu?

Focar na solução e não no problema – é algo que tento ter sempre presente.

Qual a sua máxima de vida?

Sorrir sempre e dar valor às coisas boas da vida!

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