Vive no Brasil há 11 anos e há cinco que “uma brincadeira acabou virando business” e Joana Hasse tornou-se dj. Em Portugal trabalhou na RTP antes de decidir partir para Amesterdão, onde começou a agenciar modelos. Foi com essa profissão que chegou a São Paulo e que exerceu até que o clube noturno que frequentava com os amigos, a convidou para pôr música. Sem ter sequer a noção do que era uma mesa de som, Joana não hesitou e como “as escolhas e a atrapalhação deram certo” passou a fazer da música profissão.
Gosta de criar ambientes através da música e é isso que faz em galerias de arte, lojas, festas particulares, eventos de moda e até consulados. O Consulado do Líbano foi, aliás, o local mais improvável onde pôs música. Apenas lhe pediram para dar um toque meio árabe às suas escolhas e mostraram-lhe algumas referências libanesas. No final, a festa correu tão bem que os vários convidados lhe perguntavam se não vendia cd’s com a sua seleção.
Para quem chegou sozinha à cidade, onde só tinha dois amigos, São Paulo revelou-se uma terra de oportunidades. Hoje a dj portuguesa conhece “meio mundo”, o que a ajuda a abrir portas. As pessoas foram a sua maior surpresa no Brasil. “São bem-humoradas, de bem com a vida, com bom astral”, diz Joana, que aceitou partilhar os seus locais favoritos com a Executiva.
O melhor café ou casa de chá? O Café Suplicy tem uns bagels que amo e o Padoca do Mani é onde como as melhores sanduíches perto de casa. São locais perfeitos para me encontrar com alguém ou para comer qualquer coisa quando volto do treino com o meu personal trainer.
O restaurante para um almoço de trabalho? O Ritz tem o melhor linguine de camarão da cidade. O Spot é um clássico que fica numa das laterais da Avenida Paulista e é de um amigo querido, o Sérgio Kalil. Normalmente ele recebe os amigos nas mesas do lado de fora, que ficam rodeadas por prédios altissimos e espelhados, com uma fonte no meio, o que o transforma num lugar muito agradável para ir ao final da tarde tomar um vinho. O Santo Grão é o lugar ideal para comer enquanto faz uma reunião rápida. No Le Vin come-se o melhor arroz de pato da cidade e a sua esplanada é ótima para fazer reuniões no centro do jardim.
A melhor pastelaria? Adoro as bolas de Berlim da Casa Mathilde, uma pastelaria que tem a melhor doçaria de Portugal.
O local com a melhor música da cidade? O D-edge e as festas mensais em lugares inóspitos ou bem no centro da cidade com música mais eletrónica. São festas de coletivos de djs ou de artistas e djs, que se tornaram moda no Rio de Janeiro e em São Paulo. Acontecem uma vez por mês, em locais sempre diferentes, começam à tarde e duram no máximo até à uma da manhã. São bem divertidas.
A livraria imperdível? É à Livraria da Vila que vou muitas vezes espreitar as revistas de moda, arte, tendências. As revistas custam uma fortuna no Brasil. Sinto fome de cultura quando lá entro. 🙂
A sala de espetáculos obrigatória? A Sala São Paulo, onde vi Alice Caymmi.
Um museu a não perder? A Pinacoteca e o Museu da Língua Portuguesa.
As lojas favoritas para comprar roupa? A Choix.
Onde se perde por sapatos e carteiras? Nas lojas Dani Cury e Sarah Chofakian. Têm sapatos feitos à mão e isso faz toda a diferença.
Os beauty spots? O Dodaidone é muito bom no corte, na coloração e tem vários tratamentos ótimos para o cabelo. Também recomendo a coloração no Studio Rey. Para depilação, manicure e pedicure gosto do Salão Grazy.
O mercado ou a mercearia para comprar bons produtos? O supermercado Casa Santa Luzia.
Uma loja obrigatória pela sua originalidade? A Prototype é uma loja de design, que fica na Vila Madalena, outro lugar que eu adoro. É um espaço muito agradavél para visitar e tomar um café. As peças são muito bonitas e criatividade é o que não falta.
O que mais gosta na cidade? A variedade de pessoas e lugares.
O que menos gosta? O trânsito e a insegurança. Felizmente que como moro num sitio central ando muito a pé.
Que hábito ganhou em São Paulo que não tinha em Portugal? Falar “brasileiro” com sotaque português. Estou em São Paulo há 11 anos e apesar de os meus amigos já se terem habituado, de vez em quando digo alguma que eles não percebem, e tenho de me explicar de outra forma.
O que diria a uma portuguesa que foi convidada para trabalhar em São Paulo? Que venha com muita paciência e sem preconceitos. Fazer comparações culturais não leva a nada. O melhor é relaxar e aceitar.