No decorrer do último ano da licenciatura em Comunicação e Marketing, pela Universidade Católica, Raquel Lopes, hoje com 28 anos, começou a trabalhar no Departamento de Comunicação da SIC, onde onde esteve durante dois anos e quatro meses. No final de 2016, as restruturações internas no canal de televisão juntaram-se ao seus planos de tomar as rédeas de um negócio próprio. Já tinha organizado alguns casamentos e recebia propostas de pessoas conhecidas para ajudar na organização de outros eventos, pelo que, com outros dois sócios, em Janeiro 2017, lançou a empresa W. Desires, com o objetivo de proporcionar a todos os clientes, noivos ou corporativos, eventos chave-na-mão, planeados única e exclusivamente à sua medida.
A sócia-gerente e event planner da W. Desires conta qual o impacto da COVID-19 no seu negócio e como está a lidar com ele.
“O maior desafio que estou a enfrentar neste contexto de pandemia em que estamos actualmente a viver é, em termos profissionais, a quebra significativa que a empresa tem tido por ser de um setor – organização de eventos – que foi ‘forçado’ a reduzir toda a sua actividade por medidas estipuladas pelo Governo. Embora seja uma pequena empresa ainda em fase de crescimento, temos tentado dar a volta a esta quebra dando aos clientes um novo acompanhamento em forma digital, promovendo o trabalho por assistência virtual e envio por correio de alguns itens físicos que conseguimos produzir. O nosso papel passa ainda por ir dando aos noivos alguns conselhos sobre o que fazer e como gerirem os casamentos nesta fase da COVID-19, ao mesmo tempo que tentamos dar uma sensação de normalidade, criando semanalmente novos conteúdos no nosso website. Outra nova medida adoptada e que será em brevemente lançada para fazer face a este cenário é de estarmos a alargar o nosso leque de serviços para a criação de sites de casamento, onde os noivos poderão escolher entre vários exemplos e, após isso, optar por uma personalização do mesmo por parte dum profissional.
Em termos pessoais, o desafio tem sido o de manter a rotina, conciliando trabalho e família, uma vez que tendo uma filha de quatro anos em regime de e-learning exige ainda mais disponibilidade pois tenho também de desempenhar o papel de mãe-professora. Vendo as coisas por um prisma positivo, tem sido uma altura em que tenho podido passar mais tempo com a família, desenvolver novos skills e até adoptar um estilo de vida mais saudável.
Gostaria de deixar uma nota a todos: aos que como eu começamos o isolamento voluntário antes de ser decretado o Estado de Emergência e aos outros a quem o mesmo foi imposto: sejam fortes e não percam a esperança. O modo de vida que estamos actualmente a viver é temporário e o confinamento só irá permitir que consigamos dar o nosso pequeno contributo para que tudo seja mais célere. Embora seja uma condição que nos afecte a todos um pouco em termos psicológicos, temos muitas opções para mitigar este dano, como dar uma breve volta a pé, aproveitar para fazermos vídeo-chamadas com amigos e família com quem não temos oportunidade para estar, ou até ler um livro de ficção que nos transporte para uma outra realidade (embora que temporariamente).”