O poder da influência: As 25 Mulheres Mais Influentes de Portugal 2020

Conheça as vencedoras do Prémio As Mulheres Mais Influentes de Portugal em 2020: a lista das 25 premiadas, o seu perfil e os critérios deste estudo feito em exclusivo para a Executiva.

“O meu poder é um poder de influência. Se esse poder se traduz também em capacidade de decisão, em poder económico? Não o vejo assim. É claro que tenho opções de escolha. É claro que dentro da minha indústria tenho algum peso, ou terei mesmo bastante peso. Mas que resulta sobretudo do conhecimento acumulado e dos resultados. Não de estratégias ou táticas”, assim descreveu Júlia Pinheiro, numa entrevista ao Diário de Notícias de 16 de novembro de 2020, o seu poder de quem está todos os dias em antena, em proximidade com o telespectador há quase 30 anos.

As dimensões da influência são como um poliedro ao espelho com a multiplicação das reverberações. Por exemplo, Isabel Vaz, CEO do Luz Saúde, disse uma vez que um dos seus axiomas nos tempos modernos é: “não estou no facebook e não existo nas redes sociais”, porque a sua influência, o seu poder, o seu reconhecimento não passa pelo digital mas pelo seu papel como presidente executiva da Luz Saúde, grupo de saúde que construiu apesar de não ter capital e por isso chegou a ser convidada para ministra da Saúde. Por sua vez, Sara Sampaio construiu a sua imagem global de modelo tendo como um dos suportes a sua presença digital. A modelo tem 7,6 milhões de seguidores no Instagram, 3 milhões no Facebook, 900 mil no Twitter, 428,7 mil no Tik-Tok e cerca de 10 mil imagens nos arquivos da Getty Images.

  

Marta Temido, 47 anos, ministra da Saúde

“É importante dizer que só há futuro porque aqui chegámos. E chegámos aqui porque os indivíduos tiveram a capacidade de se unir e de se rever num Estado que é formado por todos eles e o Estado teve capacidade de ser responsável por todos os indivíduos”, disse recentemente na Assembleia da República, Marta Temido, ministra da Saúde desde Outubro de 2018, quando deixou a subdireção do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa. Acrescentando que “o futuro é grande e não vamos desistir dele”, pois está-se quase a vencer a maior ameaça à saúde pública desde 1918.

A imagem do combate à pandemia de Covid-19, que desde Março de 2020 assola Portugal é Marta Temido que nasceu a 2 de Março de 1974, em Coimbra, poucos dias antes do 25 de Abril de 1974, o golpe de militar que restituiu a liberdade aos portugueses. Licenciou-se em Direito, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e mestre em Gestão e Economia da Saúde, pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, e em Setembro de 1998 inscreveu-se na especialização em Administração Hospitalar da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, o que mudou a agulha da sua vida profissional. Fez ainda o doutoramento em Saúde Internacional, pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa.

Como referia um perfil publicado na Notícias Magazine, “diplomas não faltam a Marta Temido” nem mudanças profissionais. O pai fez carreira no Ministério Público e Marta Temido foi-se habituando a uma vida nómada, que manteve na sua carreira profissional. “Tenho essa memória, quase física, da minha vida de caracol. É por isso que a minha casa não é um sítio físico. É onde estiverem as pessoas com quem me sinto bem, onde estou a trabalhar, onde tenho o projeto de vida”, confessou numa entrevista ao Campeão das Províncias, de 14 de Novembro de 2019.

Em Julho de 2000 começou a trabalhar nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), seguindo-se o Centro Hospitalar de Vila Real-Peso da Régua (2001-2002) e o Hospital de Cantanhede (2001-2002) até que chegou a administradora do Hospital de Aveiro. Como referiu em entrevista, “depois de três anos de trabalho fui ‘convidada a sair’. Senti que fui mandada embora por dizer que não concordava com algumas coisas. Mas eu também não tenho jeito para estar num sítio onde não querem que esteja. Não há uma vida profissional só de sucessos, que seja perfeita, nem pessoal, diria eu. Há muitos reveses e eu já fiz profissionalmente muitas travessias do deserto”.

Em 2004 regressou aos HUC onde ficou com a gestão financeira da farmácia hospitalar e começa a frequentar o mestrado em Gestão e Economia da Saúde pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (2008). Passou pelo Centro Hospitalar de Coimbra (CHC) e em 2010 chega a administradora do Instituto de Oncologia do Porto.

Em 2012 tornou-se administradora do Hospital do Arcebispo João Crisóstomo (2012-2015) em Cantanhede e é o período em que faz o doutoramento em Saúde Internacional, pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa. Em 2016 foi nomeada presidente da Administração Central do Sistema de Saúde, I. P. (2016-2017).

Nesse mesmo perfil, publicado um ano antes da pandemia, era considerada “de trato “fácil”, “conhecedora”, figura “simpática e elegante”, faz do sentido de humor, “um mobilizador de energias”. A apreciação do médico e ex-diretor-geral da Saúde Francisco George relevava ainda “a verticalidade e a competência, o humanismo e o interesse pela cultura”, sobretudo a literatura e o bom cinema, “o conhecimento profundo da administração hospitalar e a vasta experiência no Serviço Nacional de Saúde”.

Foi assistente convidada do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e ainda presidente da direção da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.

 

Cristina Ferreira, 43 anos, apresentadora, administradora da TVI e empresária

Em julho de 2020 Cristina Ferreira trocou de um dia para o outro a SIC pela TVI, passou de uma milionária apresentadora de um programa da manhã que ajudara a SIC a destronar a TVI na liderança das audiências, para uma milionária apresentadora, diretora de ficção e entretenimento, administradora e acionista da TVI, que procura regressar à liderança do mercado e dos números, que foram perdidos porque Cristina Ferreira ajudou a destronar o que agora se propõe recuperar. A mudança de Cristina Ferreira em Agosto de 2018 e o regresso em Julho de 2020 à TVI envolveu sempre números que não são comuns na televisão portuguesa, e teria passado de um salário de um milhão de euros por ano para três milhões.

A guerra que se seguiu, com a SIC a processá-la e a pedir 20 milhões de euros de indemnização, transformou-se não só numa disputa de audiências mas também numa espécie de confronto de classes, entre a rapariga da Malveira e os snobs de Laveiras. Tem 1, 5 milhões de seguidores no Instagram, e 1,8 milhões de likes do facebook e as publicações de televisão escrevem o seu nome quase diariamente. Recentemente o Diário de Notícias dizia que havia um toque de Midas em Cristina Ferreira e dava o exemplo da L’Oreal, de que é uma das embaixadoras em Portugal, que se tornou líder na categoria de coloração e de cuidados de rosto graças a Cristina Ferreira.

Foi a primeira celebridade portuguesa a ter uma revista com o seu nome. Tem uma bem-sucedida loja de roupa, uma marca de vernizes Cristina Vernigel, um perfume criado à sua imagem e vendido internacionalmente, MEU by Cristina Ferreira, acessórios, sapatos, fez um livro de culinária Deliciosa Cristina, escreveu as suas memórias “Sentir”, que vendeu mais de 100 mil exemplares, reuniu os insultos que recebeu nas redes sociais e fez o livro Pra Cima de Puta e dirige a revista mensal Cristina.

Cristina Ferreira nasceu a 9 de setembro de 1977, licenciou-se em História e foi professora de História no ensino secundário durante dois anos. Também tirou o curso de Ciências da Comunicação, tendo realizado um estágio no programa Regiões, na RTP1. A sua rampa de lançamento e depois esteio foi o programa apresentado como Manuel Luís Goucha, Você na TV!, transmitido pela TVI desde 2004 e que, entre 2007 e 2019, foi o programa líder de audiências no seu horário de emissão, entre as 10H-13H.

 

Paula Amorim, 50 anos, presidente da Galp e do Amorim Luxury e administradora do Grupo Américo Amorim.

Em Abril de 2012 foi nomeada administradora da Galp, depois vice-presidente de 2015 a 2016 e presidente desde outubro de 2016, e que a partir 2019 acumulou com a presidência da Comissão de Auditoria da Galp. Representando a quarta geração de uma família que tem negócios na cortiça há 150 anos, com a Corticeira Amorim que é gerida pelo primo, António Rios de Amorim, mas é Paula Amorim que preside à holding de controlo a Amorim Investimentos e Participações. Por sua vez a Amorim Holding II, que tem a gestão do Grupo Américo Amorim, é presidida desde 2020 pela irmã, Marta Barroca de Oliveira. Para além das participações na energia e na cortiça, no vinho do Porto, o grupo fundado pelo pai está na agricultura, floresta, tem o Banco Luso-Brasileiro no Brasil, e imobiliário.

Na moda, o grupo Américo Amorim tem uma participação na Tom Ford International, no qual Paula Amorim é administradora, e está a desenvolver, em parceria com José Neves, da farfetch, a Platforme, plataforma digital que permite reproduzir um produto real num produto digital, 3D, com a possibilidade de simular uma peça, escolhendo as diferentes opções disponíveis para customização. Comprou recentemente a Springkode, um marketplace que aposta na moda sustentável e liga diretamente fabricantes de têxtil de luxo aos consumidores.

Em 2005, Paula Amorim fundou a sua própria empresa, a Amorim Fashion, que em 2010 passou a Grupo Amorim Luxury com marcas como Fashion Clinic, JNcQUOI, Paula, o franchising da Gucci, que agora vai ser assumida pela própria marca, e que foi durante vários anos consecutivos o franchising que mais vendeu por metro quadrado em todo o mundo. Em março de 2020 uma das primeiras decisões que tomou foi o encerramento da Ladurée, e está a negociar o espaço da Dolce & Gabanna com uma  marca de luxo internacional para a eventual cedência deste espaço, disse Paula Amorim ao Expresso.

Este ano vai investir cerca de dez milhões de euros num hotel na Avenida da Liberdade, a que se juntam os 22 milhões de euros já investidos na Avenida da Liberdade. A Fashion Clinic está na farfetch desde 2012 e registou um crescimento entre 2017 a 2020 de 200% sendo o maior player em vendas na Farfetch a nível ibérico e o 12º a nível europeu. Em novembro de 2018 adquiriu, em parceria com a Vanguard, ativos do Fundo Herdade da Comporta, marcando um novo e importante passo na sua estratégia de crescimento e posicionamento como marca portuguesa e internacional de hotelaria e lifestyle de alta qualidade.

Paula Amorim nasceu no Porto em 20 de janeiro de 1971, cursou Gestão Imobiliária na Escola Superior de Atividades Imobiliárias e é casada com Miguel Guedes de Sousa, que é gestor na Amorim Luxury.

 

Elvira Fortunato, 56 anos, professora catedrática, investigadora e vice-reitora da Universidade Nova

Em cerca de seis meses Elvira Fortunato foi por duas vezes capa da Revista E do jornal Expresso, primeiro com uma grande entrevista a propósito do Horizon Impact Award 2020, e depois com um trabalho jornalístico por ter sido galardoada com o Prémio Pessoa, uma iniciativa do próprio jornal. Dias depois foi distinguida pela Federação Mundial das Organizações de Engenharia, com o WFEO GREE Award Women 2020, considerado o maior prémio mundial da engenharia desenvolvida por mulheres. Na base da atribuição do prémio esteve “o caráter revolucionário das soluções científicas desenvolvidas pela engenheira portuguesa na área dos materiais e da eletrónica transparente, com a produção dos primeiros transístores de filme fino de óxido, utilizando materiais sustentáveis, totalmente processados à temperatura ambiente”, como se descreve no documento de candidatura elaborada pela Ordem do Engenheiros.

Natural de Almada, é licenciada em Engenharia Física pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou em Engenharia dos Materiais, Elvira Fortunato foi a primeira investigadora portuguesa a receber a medalha Blaise Pascal, da Academia Europeia de Ciências. Dirige o CENIMAT e o laboratório associado i3N (Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação) e é vice-reitora da Universidade NOVA de Lisboa. As suas descobertas já deram origem a 16 patentes, cinco das quais internacionais e uma em parceria com a Samsung.

 

Cláudia Azevedo, 51 anos, CEO da Sonae

Em julho de 2018, Cláudia Azevedo foi escolhida como presidente executiva do grupo, tomando posse a 30 de abril de 2019 substituindo o seu irmão Paulo Azevedo que assumiu os destinos da holding de controlo da Sonae, a Efanor Investimentos. É a mais nova dos três irmãos, licenciou-se em Gestão pela Universidade Católica Portuguesa, tem um MBA pelo INSEAD e a sua carreira está ligada à gestão de empresas do Grupo Sonae, criado pelo pai, Belmiro de Azevedo.

Dois anos depois de chegar ao topo da Sonae, e com uma pandemia global como não se via há um século, Cláudia Azevedo traçou os caminhos de futuro para o grupo Sonae: tecnologia, digitalização, sustentabilidade e mais mulheres na liderança. “2020 foi um ano diferente. A pandemia de covid-19 impactou cada aspeto das nossas vidas e desafiou-nos enquanto organização. Enfrentámos disrupções profundas em áreas como a saúde e a segurança, o trabalho remoto, as cadeias de abastecimento e a aceleração digital”, disse Cláudia Azevedo.

Apresentou as contas do Grupo em Abril em 2021 no Sonae Tech Hub, na Maia, que o grupo considera o edifício “mais sustentável em Portugal e que está no top 100 mundial”, foi inaugurado em 2019, e alberga todas as áreas tecnológicas do grupo. Em homenagem a Belmiro de Azevedo, a Sonae iniciou a plantação de um milhão de árvores em Mangualde, cuja manutenção custará cerca de 16 milhões de euros. Mas, como sublinhou Cláudia Azevedo, “é uma homenagem sentida ao meu pai, que sempre teve muito carinho pela floresta”, não é uma nova área de negócio.

Nascida a 13 janeiro de 1970 no Porto, lidera um grupo que faturou 6,8 mil milhões de euros em 2020 e tem mais de 134 mil trabalhadores. Detém 25,11% da Efanor Investimentos, holding que partilha com a mãe, Margarida, os irmãos Paulo e Nuno, e que controla a Sonae SGPS, a Sonae Indústria, a Sonae Capital e a NOS.

 

Catarina Martins, 47 anos, Líder do Bloco de Esquerda e deputada

Nas eleições presidenciais de Janeiro a candidata do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, perdeu grande parte dos votos obtidos cinco anos antes, e passou de 10,12% em 2015 para 3,95% em 2021, o que não deixou de ser uma derrota para o partido que Catarina Martins lidera desde 26 de junho de 2016, quando se tornou a única coordenadora. Em 2019 o Bloco de Esquerda teve 9,52% dos votos, mantendo os 19 deputados eleitos nas eleições legislativas de 2015. Nas eleições europeias de 2019, o Bloco de Esquerda solidificou-se como terceiro maior partido do país ao conseguir eleger José Gusmão que se juntou a Marisa Matias, que renovou o seu mandato. Nesta segunda legislatura do governo de António Costa o Bloco de Esquerda tem-se assumido como um opositor, muitas vezes de grande energia, sem qualquer relutância de apoios à direita para fazer singrar os projetos.

Com 18 anos, Catarina Martins foi para Coimbra para estudar Direito, curso que abandonou a meio do 3.º ano, licenciando-se depois em Línguas e Literaturas Modernas e fazendo um mestrado em Linguística. Depois de uma ligação ao CITAC fundou em 1994, no Porto, a companhia de teatro Visões Úteis. O seu ativismo destacou-se na Plateia, associação de profissionais das artes cénicas, entre 2004 e 2009, o que a levou às listas do Bloco de Esquerda, tendo sido eleita deputada. Nessa altura era aluna de doutoramento da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e membro da equipa de investigadores do Centro de Linguística da Universidade do Porto.

 

Elisa Ferreira, 65 anos, comissária europeia

Membro da Comissão Europeia liderada por Ursula von der Leyen (2019-2024) tem a pasta da Coesão e das Reformas. Em Abril deste ano numa conferência lembrou que “o PIB per capita em algumas regiões da Europa é 32% da média europeia, mas noutras é 260% da média”, e que estes desequilíbrios tornam difícil a materialização da democracia, “porque nuns sítios temos, de facto, uma qualidade de vida e um acesso dos jovens brutal e, noutros sítios, temos uma exclusão, à partida, à nascença”.

Natural do Porto, Elisa Ferreira chegou à política vinda da academia e do apoio técnico à decisão. Licenciada em Economia pela Universidade do Porto (1977), tem o mestrado e doutoramento pela Universidade de Reading (1981 e 1985), com equivalência a doutoramento em Economia pela Universidade do Porto (1986). Começou como docente na Faculdade de Economia do Porto em 1977 e dois anos depois entrou para a Comissão de Coordenação da Região Norte.

Entre 1992 e 1994 foi vice-presidente executiva da Associação Industrial Portuense e um ano depois António Guterres integrava-a no seu governo como ministra do Ambiente, a que se seguiu o Planeamento até 2002. Nesse ano foi eleita deputada à Assembleia da República pelo Partido Socialista e dois anos depois, em 2004, seguiu para Bruxelas e Estrasburgo como deputada europeia. Em junho de 2016 regressou a Portugal para a administração do Banco de Portugal tendo sido nomeada em setembro de 2017 vice-governadora, até que dois anos depois regressou a Bruxelas como comissária europeia.

 

Lucília Gago, 64 anos, procuradora-geral da República

O seu mandato como PGR tem sido marcado por alguma conflitualidade com o Ministério Público que é contra a diretiva de controlo hierárquico. Mas ao mesmo tempo surgiram as acusações a José Sócrates, Universo BES, caso Tancos, EDP. Lucília Gago, que foi diretora do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, coordenadora e professora do Centro de Estudos Judiciários e líder do departamento de Direito de Família, esteve no Tribunal da Relação de Lisboa e trabalhou com a atual ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, na Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa. Conheceram-se nos bancos da faculdade de Direito de Lisboa, onde Lucília Gago se licenciou em 1978. Natural de Lisboa, onde nasceu a 26 de Agosto de 1956, é especialista em Direito da Família e da Criança.

 

Maria do Carmo Fonseca, 61 anos, cientista e presidente do Instituto de Medicina Molecular

“Ser cientista fascina-me pela liberdade de ter ideias e conceber experiências para as testar”, disse uma vez a professora catedrática na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e presidente do Instituto de Medicina Molecular (IMM) João Lobo Antunes, desde 2014. O ano passado foi eleita presidente da RNA Society para o biénio 2021-2022, de que fazem parte mais de 1800 cientistas de todo o mundo, entre os quais alguns deles laureados com o Prémio Nobel.

Foi Prémio Pessoa 2010 e as suas áreas de investigação estão ligadas sobretudo à genética, biologia celular e molecular, transporte e localização de RNA, RNA splicing e RNA e doenças, liderando o grupo RNA e Regulação Génica do IMM. Sublinhe-se que as vacinas contra a Covid-19 da Pfizer-BioNTech e da Moderna foram criadas com base em moléculas de mRNA. Foi ainda professora-visitante na Harvard Medical School (2011 a 2013) e Diretora do Programa Harvard Medical School-Portugal (2009 a 2015).

“Deixo aqui o meu apelo às novas gerações para acabarem de vez com a ilusão de que vai ser possível continuar a viver com os hábitos de hoje e a fazer os negócios do costume. O meu outro apelo é para valorizarem e cultivarem a ciência. Todos os jovens, independentemente das suas profissões futuras, devem ser treinados a aplicar o método científico nos problemas com que se deparam no dia-a-dia. Rigor na observação, raciocínio lógico nas deduções, conclusões baseadas em experimentação”, escreveu numa Carta aberta de uma cientista otimista às novas gerações, publicada a 2 de Maio de 2020 no Diário de Notícias.

 

Graça Freitas, 63 anos, Diretora-Geral da Saúde.

“O Plano Nacional de Vacinação é um pouco a obra da minha vida. Só houve até hoje uma outra diretora-geral antes, Maria Luísa Vanzeller, e o Plano foi criado durante o seu mandato, pelo que tem 54 anos. Eu estou com ele desde 1996, portanto há 23 anos”, disse Graça Freitas numa entrevista em 2019. Mas é à pandemia de Covid-19 que o seu nome vai ficar indelevelmente ligado.

Durante quase um ano, desde que em Março de 2020 o coronavírus se tornou pandémico em Portugal e no Mundo, Graça Freitas foi a voz técnica da Direção-Geral da Saúde ao lado da voz política de Marta Temido, ministra da Saúde, na gestão da pandemia, o que muitas vezes se confundiu e levou ao seu desgaste.

Como escreveu Valter Hugo Mãe, numa crónica na Notícias Magazine, “tenho para mim que Graça Freitas ocupou por vezes um lugar político quando seria esperado manter-se num registo estritamente técnico. Em muitos momentos, esteve em causa encobrir certa incapacidade do Governo e das instituições mais do que francamente expor o que a ciência já tinha competência para expor”. As alterações de comunicação que passaram de uma sobre-exposição para uma quase ausência total foram explicadas por Graça Freitas: “a diretora-geral da saúde não precisa de aparecer, precisa de trabalhar”.

Graça Freitas nasceu em Angola, no Huambo, a 26 de agosto de 1957. Iniciou o percurso académico em Luanda e concluiu-o em Lisboa, após a descolonização, licenciando-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa em 1980. Tem a especialidade de Saúde Pública, por Internato Complementar de Saúde Pública concluído em 1988.

Começou a atividade profissional no Hospital de Santa Maria, tendo depois ingressado no Centro de Saúde da Ajuda. Em 1996 foi convidada para chefiar a Divisão de Doenças Transmissíveis da Direção-Geral de Saúde, e ficou a gerir o Programa Nacional de Vacinação. Foi subdiretora geral durante 12 anos, e depois nomeada em regime de substituição para o lugar de Francisco George, que saiu por limite de idade. Estava na disposição de não participar no concurso mas acabou por ser instada a concorrer e tornou-se diretora-geral em 1 de janeiro de 2018.

 

Maria Manuel Mota, 50 anos, cientista e diretora executiva do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes

Em Março de 2020, a pandemia da Covid-19 exigia o máximo de testagem possível e, para suprir estas necessidades, o IMM avançou para a criação de testes da covid-19 produzidos em Portugal. Diretora executiva do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes há sete anos, dedica-se, desde 1995, ao estudo da malária, uma doença que apesar de descoberta há mais de um século, continua a matar 200 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, especialmente em África.

Nascida em Gaia, Maria Manuel Mota licenciou-se em Biologia em 1992, fez o mestrado em Imunologia sob a coordenação da cientista Maria de Sousa. Fez o doutoramento em parasitologia molecular na University College em Londres. A cientista tem falado da importância de uma maior representatividade de mulheres em cargos de poder e conta que também ela já foi discriminada, até nos pequenos gestos e comentários, mas que isso nunca a impediu de fazer e conseguir o que quer. “Sou uma pessoa feminina, mas tenho um lado masculino. E adapto-me. Nesse aspeto não sou um role model. Mas há uns meses decidi assumir que enquanto mulher já me senti discriminada.” Escreveu recentemente que “dar poder às mulheres não é algo que se deva fazer por ser politicamente correto, mas porque é urgente para a construção de um mundo melhor — na minha opinião, é a grande oportunidade para a Humanidade”.

 

Francisca van-Dunem, 65 anos, ministra da Justiça

A justiça tem estado no centro das atenções por causa da reforma da sua organização, dos seus procedimentos e leis, dos seus casos judiciais, dos investimento e dos meios. Os temas ligados a reformas na justiça têm sido uma constante ao longo das décadas provavelmente porque não há uma reforma que tudo resolva, mas aperfeiçoamentos constantes do sistema. Recentemente, referiu-se “a persistência de uma perceção geral de ineficiência e de ausência de respostas globais adequadas, perceção essa claramente alimentada por processos mediatizados”, e que “a justiça não tem de se acomodar a expectativas individuais. Mas entendemos hoje, como antes, que é necessário aproximar o tempo da justiça de expectativas sociais razoáveis, sob pena de inadequação, de ineficácia e de instrumentalização por pulsões autoritárias”.

Nasceu em Luanda, em 1955, e licenciou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em julho de 1977. Foi monitora de Direito Penal e Direito Processual Penal na escola onde se licenciou, entre 1977 e 1979. Magistrada do Ministério Público desde setembro de 1979, tem feito uma carreira sempre em ascensão. Desde 2007 que é Procuradora-Geral Distrital de Lisboa, tendo suspendido funções em 2015 para tomar posse enquanto ministra da Justiça do XXI Governo Constitucional, tendo sido reconduzida em 2019 no novo governo também liderado por António Costa. É casada com Eduardo Paz Ferreira, professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e tem dois filhos.

 

Isabel Vaz, 55 anos, presidente da Comissão Executiva da Luz Saúde

“Melhor negócio do que a saúde só o das armas”, afirmou Isabel Vaz, em 2007, à RTP e a frase foi recuperada com ardor nas redes sociais por causa das polémicas do papel dos privados e do Serviço Nacional de Saúde no combate à pandemia. Isabel Vaz, a gestora que já recusou um convite para ministra com a mesma certeza que a levou a desistir da Engenharia Química em que se licenciou pelo Instituto Superior Técnico em 1990. Depois de breves passagens como investigadora no Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (IBET) e engenheira no Grupo Atral Cipan, em 1992, ingressou na McKinsey, empresa de consultoria estratégica de alta direção, onde foi senior consultant durante sete anos. Nesta sua deriva para a gestão acabou por fazer em 1994 um MBA pela Faculdade de Economia da Universidade Nova.

Em 1999 foi convidada por Ricardo Salgado, então presidente do BES, para criar a Espírito Santo Saúde, atual Grupo Luz Saúde, do grupo chinês Fosun, liderando hoje mais de 13 mil colaboradores em 30 unidades de saúde, entre as quais o Hospital da Luz, em Lisboa, e o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, em regime de Parceria Público-Privada, desde 2012. É administradora não executiva da Sonae Capital, dos CTT e preside à Capital Criativo HealthCare Investments II. Atualmente é membro do International Advisory Board do The Lisbon MBA.

 

Sara Sampaio, 29 anos, modelo internacional

A publicação por Sara Sampaio, no Instagram, de uma fotografia sua sentada de biquíni vermelho a perguntar se já tinham planos para o dia de São Valentim, levou muitos seguidores e haters de Sara Sampaio a criticar o seu corpo. A 12 de Fevereiro de 2021 publicou no Tik-Tok um vídeo sobre como conseguir mudar visualmente o corpo através das diferentes posturas, ao mesmo tempo que incentivava as pessoas a serem “body positive” e a gostar do corpo independentemente do peso e dos defeitos. Este vídeo já tem de 1,4 milhões de visualizações e mereceu notícias e links em publicações de todo o mundo.

A dimensão digital de Sara Sampaio só tem paralelo com a de Cristiano Ronaldo. A modelo portuguesa que vive em Los Angeles tem 7,6 milhões de seguidores no Instagram, 3 milhões no Facebook, 900 mil no Twitter, 428,7 mil no Tik-Tok e cerca de 10 mil imagens nos arquivos da Getty Images.

Modelo da Victoria Secrets é o rosto do anúncio da mais recente fragrância da Michael Kors, e do bronzer Terracotta, da marca de cosméticos francesa Guerlain. Sara Sampaio em parceria com Pamela Love, criou uma coleção de joias em que parte dos lucros reverte para o Project LETS, que se dedica a pessoas com incapacidades intelectuais, doenças mentais e traumas.

 

Daniela Ruah, 37 anos atriz e realizadora

Como atriz Daniela Ruah ganhou dimensão internacional por ser, desde 2009, uma das protagonistas da série “Investigação Criminal: Los Angeles”. Em janeiro de 2021 Daniela Ruah realizou um episódio da série, o que marcou a sua entrada na realização, em plena Hollywood. Realiza um sonho e mostra como a meca do cinema e da televisão se abre cada vez mais às mulheres mesmo nos aspetos e profissões mais técnicas e lugares de poder. Daniela Ruah tem 424 mil seguidores no twitter e 1,1 milhões de seguidores no Instagram.

Nos planos já esta a realização de um telefilme para a RTP1, no projeto “Contado por Mulheres”, uma co-produção da Ukbar Filmes, da RTP1, e Krakow Film Klaster (Polónia), composta por dez telefilmes que serão rodados entre abril e agosto na região Centro de Portugal e emitidos no horário nobre da RTP1 no último trimestre do ano. O livro “Os Vivos, o Morto e o Peixe Frito”, de Ondjaki, adaptado por José Pinto Carneiro, servirá de inspiração para o telefilme.

 

Joana Vasconcelos, 49 anos, artista plástica

A pandemia da Covid-19 obrigou à quase paralisação das atividades da escultora portuguesa tendo até colocado o seu atelier em lay-off durante o primeiro confinamento. Mas em 2020 foi convidada pela Roche Bobois para recriar uma linha sofás e acessórios para comemorar os 60 anos da empresa. A coleção Bombom tornou-se a coleção insígnia da marca, que se junta, como escreveu o jornal La Vanguardia de Barcelona, “ao imenso portfólio desta criadora de estilo indiscutível… e rebelde: foi ela quem em 2012, sendo a artista mais jovem a expor em Versalhes, surpreendeu o mundo inteiro com A Noiva, um lustre monumental e delicado feita com tampões”. Os fundos arrecadados com este projeto são para a Fundação Joana Vasconcelos. Mas para Joana Vasconcelos o ponto-chave para a sua carreira internacional foi a Bienal de Veneza, em 2005, “o mundo inteiro começou a saber quem eu era”.

 

Mariza, 47 anos, cantora, fadista

Em 2020 fez 20 anos que lançou o seu primeiro disco mas o fado e a música já faziam parte da sua alma e da sua vida profissional. Começou discretamente pelas casas de fado e o círculo de admiradores foi-se alargando e crescendo dos bairros de Lisboa para o circuito mundial da world music e Mariza tem sido presença regular em palcos como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, o Lobero Theater, em Santa Bárbara, a Salle Pleyel, em Paris, a Ópera de Sydney ou o Royal Albert Hall.

É hoje uma embaixatriz do Fado que não deixa de tentar abrir novos sulcos para o fado e a canção. Está nomeada para os prémios de música da revista britânica Songlines pelo seu mais recente álbum, “Mariza Canta Amália”, saído no ano passado. Mariza, que já venceu este galardão em 2019 com o disco “Mariza”, está nomeada na categoria de “Melhor Álbum Europeu”.

No trabalho “Mariza Canta Amália”, a intérprete gravou dez temas do repertório da diva, entre eles, “Gaivota”, “Estranha Forma de Vida”, “Com que Voz”, “Fado Português”, “Povo que Lavas no Rio”, ou “Foi Deus”, com arranjos do músico Jaques Morelenbaum que já colaborara com ela em “Transparente”.

 

Isabel Camarinha, 60 anos, secretária-geral da CGTP

Quando em 15 de Fevereiro de 2020 substituiu Arménio Carlos na liderança da CGTP, estava longe de imaginar que o seu maior desafio seria liderar a maior central sindical portuguesa durante a maior pandemia desde a gripe espanhola em 1918, que levou ao primeiro confinamento a 13 de Março de 2020 e a declarações sucessivas de estados de emergência e de calamidade que, se não limitaram as liberdades sindicais, criaram obstáculos ao seu efetivo exercício. O que teve impacto na diminuição nas greves e nas lutas reivindicativas.

A primeira secretária-geral da CGTP enfrenta um tempo de mudanças no mundo do trabalho, com a emergência massiva do teletrabalho, o aumento do desemprego e da precariedade do emprego, os surtos de Covid-19 em empresas a laborar, as restrições do estado de emergência.

Isabel Camarinha nasceu em Moscavide, em Junho de 1960, filha de dois funcionários públicos. Em 1974, ainda estudante do Liceu D. Filipa de Lencastre, aderiu à UEC (União dos Estudantes Comunistas). Como refere o perfil de Fernando Madail no Correio da Manhã “aos 19 anos, em vez de entrar na universidade para estudar História (“fascinada por saber mais sobre o papel do Homem na transformação da sociedade”), optou pela militância e foi trabalhar no Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL)”, onde foi técnica administrativa e se iniciou na ação sindical.

Foi dirigente sindical do STAL desde 1991, tendo integrado depois a direção do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritório e Serviços de Lisboa (CESL) e posteriormente a direção do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritório e Serviços de Portugal (CESP), desde a sua criação, há cerca de 22 anos.

Integrou a direção da União de Sindicatos de Lisboa (USL) e a sua Comissão Executiva. Em 2016 foi eleita presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) e coordenadora da Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços (FEPCES) e passou a integrar a Comissão Executiva da Inter há quatro anos, por inerência de funções. Nesta sua liderança notabilizou-se pelas lutas pelos direitos dos trabalhadores dos hipermercados, desde as greves no 1º de Maio até à defesa do encerramento das superfícies comerciais ao domingo.

Quando tomou posse Isabel Camarinha considerou que era uma honra liderar a CGTP sobretudo num época em que “as mulheres trabalhadores têm vindo a aumentar muito a sua participação na vida sindical, na luta, nos locais de trabalho, nos sindicatos, nas estruturas da CGTP e na própria CGTP, é uma coisa natural”.

 

Isabel Jonet, 61 anos, presidente do Banco Alimentar

A Entreajuda, uma consultora de apoio a instituições de solidariedade social, onde Isabel Jonet é uma das diretoras, foi a responsável pela criação em março de 2020 da rede de emergência alimentar como resposta à pandemia da Covid-19. Os donativos recebidos nos primeiros seis meses permitiram adquirir mais de 1,8 toneladas de alimentos básicos, que representaram um total de 4,656 milhões de refeições, e tem-se mantido ativa até hoje.

Isabel Jonet é o principal rosto do Banco Alimentar que hoje é uma rede de 21 bancos alimentares espalhados pelo Continente e Ilhas, criando assim uma malha de combate ao desperdício e de ajuda aos mais necessitados, que apoiam cerca de 450 mil pessoas, sempre em parceria com as 2750 entidades com as quais existe um acordo de fornecimento.

“Distribuem alimentos a instituições de solidariedade social parceiras — muitos centros sociais paroquiais, muitas conferências de São Vicente de Paulo, associações, fraternidades e até muitas associações informais que se constituíram e juntas de freguesia e câmaras municipais”.

Isabel Jonet nasceu em Lisboa a 16 de fevereiro de 1960 e licenciou-se em Economia pela Universidade Católica de Lisboa. Em 1993, iniciou atividade como voluntária no Banco Alimentar Contra a Fome de Lisboa, a que preside, tal como Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, por isso disse uma vez “não ganho um tostão há 25 anos. Sou voluntária, é quase uma missão de vida”.

 

Júlia Pinheiro, 58 anos, apresentadora e diretora da SIC Mulher e SIC Caras

Júlia Pinheiro nasceu em Lisboa a 6 de outubro de 1962 tendo atualmente o programa “Júlia” nas tardes da SIC. Tem ainda o site Julia, de Bem com a Vida e é também diretora da SIC Mulher e da SIC Caras. Iniciou a sua carreira profissional como estagiária na RTP, tendo chegado a apresentar um programa. Em 1984, trocou a estação pública pela Rádio Renascença, onde permaneceu até 1992. “A rádio foi a minha primeira pele. Mas, ao fim de algum tempo, bati com a cabeça no teto. Foi uma fase muito importante da minha vida, gostei muito, mas precisava de outros desafios”.

Por isso o desafio que se seguiu foi a televisão e já passou pelos três principais canais RTP, SIC e TVI, “há 30 anos no olho do público”. Iniciou-se na SIC depois passou pela RTP em 2002 e, no ano seguinte, foi para a TVI onde esteve até 2010, ano em que regressou à SIC onde já ocupou vários cargos e apresentou vários programas. Júlia Pinheiro fez Línguas e Literaturas Modernas na Universidade Nova de Lisboa e mais tarde uma pós-graduação em Comunicação Social, na Universidade Católica Portuguesa. Integrou a equipa fundadora da revista Máxima, tendo como chefe de redação Maria Antónia Palla.

 

Telma Monteiro, 35 anos, judoca

“Sexto título europeu, décima quinta medalha. Sou a mais medalhada de sempre em campeonatos da Europa e agora deixo o recorde para quem o quiser bater”, disse Telma Monteiro, quando em Abril de 2021 conquistou a 15.ª medalha no Campeonato Europeu de judo. Este pecúlio de medalhas desdobra-se em seis medalhas de ouro, duas de prata e sete de bronze, em 15 presenças. Acrescente-se ao seu palmarés ainda a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016 na categoria de –57 kg, o que faz dela a atleta mais titulada do judo português.

Telma Monteiro nasceu em Lisboa a 27 de dezembro de 1985 e começou no judo aos 14 anos em Almada, onde viveu até aos 21 anos. Ainda no escalão de júnior, sagrou-se campeã nacional no ano seguinte e assegurou o 9º Lugar no Campeonato Europeu de Juniores, na sua categoria (-52 kg), naquele que seria o prenúncio da conquista da medalha de bronze nos Europeus de Juniores de Sarajevo, em 2003, ano em que conquistou o seu primeiro título nacional de seniores.

Estudou na Faculdade de Educação Física e Desporto da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Lisboa, onde concluiu os Estudos de Educação Física e Desporto em 2011. “Que Telma Monteiro é talentosa, trabalhadora e resiliente, características essenciais a um atleta, todos sabemos. Porém, quem a conhece de perto destaca, a montante, um traço primordial, muito forte e necessário a tantas conquistas: “A Telma é um caso de autoestima raro. Bem, o que ela gosta dela própria, o que ela gosta de ser como é”, escreveu Alexandra Tavares-Teles no Notícias Magazine.

 

Ana Garcia Martins, 40 anos, influencer, comediante

Responsável pela marca digital “a pipoca mais doce” tornou-se comentadora do “Big Brother – Duplo Impacto”, em 2020, que tem sido transmitido pela TVI. Em 2 de Maio de 2021 o seu espetáculo de stand up comedy, “Agora Deu-me Para Isto”, chegou à TVI. Em março de 2021, Ana Garcia Martins, depois do seu divórcio, fez um interregno na sua presença nas redes sociais, mas já voltou.

Ana Garcia Martins nasceu em Lisboa a 6 de Janeiro de 1981, tendo crescido na zona do Príncipe Real. É licenciada em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo feito Erasmus em Itália. Tem três pós-graduações: Comunicação, Relações Públicas e Protocolo (em Madrid), Marketing Management (no ISEG) e Consultoria de Imagem (no ISLA).Estagiou na Antena 1 e, depois, na Antena 3. Foi jornalista no jornal A Capital, na secção de Cultura, e na revista Time Out Lisboa.

 

Sandra Felgueiras, 44 anos, jornalista da RTP

“Estamos no ar desde 2012 e nenhum formato como este se manteria sem ter como palavras-chave o rigor total. Não há nenhuma afirmação que seja dita sem ser completamente balizada em factos. Essa é a nossa imagem de marca há muitos anos”, referiu Sandra Felgueiras referindo-se ao programa de jornalismo de investigação “Sexta às 9” da RTP-1, canal onde está desde 2000. Sublinhou ainda que “Nunca me vão calar! Nunca tive medo de apontar o dedo a uma diretora. Quem me conhece sabe que estou sempre preparada para as consequências. Seria muito pouco inteligente não estar”.

Sandra Felgueiras nasceu no Porto, em março de 1977. Fez Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, passou pelas redações do Expresso e da SIC e antes tinha trabalhado numa televisão espanhola – Barcelona Television. Em 2010 foi o momento do seu primeiro caso de investigação mediático na RTP sobre o desaparecimento da menina inglesa Madeleine (Maddie) McCann tendo mais tarde participado no documentário da Netflix, “O Desaparecimento de Madeleine McCann” lançado em março de 2019 . Em termos de polémica foi a sua entrevista a Pedro Dias, condenado pelos crimes de Aguiar da Beira, antes de este se entregar à Polícia Judiciária, em novembro de 2016.

 

Leonor Beleza, 72 anos, presidente da Fundação Champalimaud

Em Março deste ano a Fundação Champalimaud foi considerada pela revista Nature a quarta melhor instituição do mundo em inteligência artificial, o que premeia a investigação e a publicação de artigos científicos pelos investigadores da fundação, que retratam a utilização do conhecimento do cérebro aplicado a modelos matemáticos avançados. Liderada por Leonor Beleza desde a sua criação em 2004, tornou-se uma das instituições chave no sistema científico português e internacional.

Nascida no Porto a 23 de novembro de 1948 de uma família de juristas e empresários do vinho do Porto, licenciou-se em Direito, em 1972. Foi assistente na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, de 1973 a 1975 e, novamente, de 1977 a 1982. Na mesma Faculdade, depois do 25 de abril de 1974, assumiu a regência da disciplina de Direito da Família e colaborou na reforma de 1977 do Código Civil português, quando o ministro da Justiça foi António de Almeida Santos.

No Iº Congresso do PSD realizado a 23 e 24 de novembro 1974 no Pavilhão dos Desportos em Lisboa, Leonor Beleza foi eleita para o Conselho de Disciplina entre 27 dirigentes. Mais tarde, entre muitos cargos no partido, Leonor Beleza foi secretária de Estado da Presidência do Conselho de Ministros (1982-1983), secretária de Estado da Segurança Social (1983-1985), Ministra da Saúde (1985-1990). Foi deputada e vice-presidente do Parlamento entre 1991-1994 e 2002-2005, e é atualmente membro do Conselho de Estado. Pertenceu aos quadros do Centro Jurídico da Presidência do Conselho de Ministros, de 1994 a 2005.

Acumulou essa função com o desempenho dos cargos de coordenadora do Serviço Jurídico da TVI, entre 1994 e 1997, de presidente do Conselho Fiscal do Banco Totta & Açores, de 1995 a 1998 e de membro do Conselho Geral e de Supervisão do BCP, entre 2011 e 2013. É ainda conselheira de Estado, presidente da Associação Empresários Pela Inclusão Social (EPIS), e é membro do Conselho Geral Independente (CGI) da RTP.

 

Rita Pereira, 39 anos, atriz e apresentadora de televisão

A sua força está no digital e na sua capacidade como influencer. Conta atualmente com 1,5 milhões de seguidores no Instagram e 1,4 milhões no Facebook, tendo sido eleita em 2019 como a maior influenciadora digital pela Forbes Portugal. Segundo o estudo “Os Portugueses e as Redes Sociais”, da Marktest, de novembro de 2020, Rita Pereira é a terceira figura pública mais seguida depois de Cristina Ferreira e Cristiano Ronaldo.

Natural de Carcavelos, onde nasceu 13 de março de 1982, não seguiu o sonho de bailarina mas começou a trabalhar como modelo para pagar o curso universitário de Comunicação e Publicidade, e “para comprar um carro”. “Sempre fiz muitas coisas, pois não gostava de estudar”, confidencia. A televisão chegou com “Morangos com açúcar”, em 2004, É embaixadora da Oriflame desde janeiro de 2014 e da Adidas há cerca de 17 anos. A sua última novela foi A Herdeira em 2018, altura em ficou grávida, tendo desde então feito “Dança com as Estrelas”, “Apanha Se Puderes”, “A Tua Cara Não Me é Estranha”, e “Somos Portugal”. “Ela é provavelmente, além da Cristina Ferreira, a figura que todos conhecem na TVI”.

 

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