Os conselhos de carreira de Christine Lagarde

A presidente do Banco Central Europeu não é de ficar à espera que as oportunidades lhe caiam no colo. Christine Lagarde assume que a sorte é importante, mas há que estar preparada para a aproveitar.

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu.

Numa entrevista no programa College Tour, conduzido por Alex Boylan, ficámos a conhecer melhor a presidente do Banco Central Europeu. Christine Lagarde respondeu a todas as perguntas do apresentador e também dos estudantes que assistiram ao vivo, sem papas na língua.

Christine Lagarde tem um currículo invejável, mas desde cedo que sabe em que lugar quer estar e faz por isso. Licenciada em Direito, recusou a sua primeira proposta de emprego “numa importante sociedade de advogados francesa” porque ao querer saber se depois de associada passaria a partner, lhe responderam que não porque era mulher. Parece ter tomado uma boa decisão, pois nos 24 anos seguintes trabalhou para a prestigiada sociedade de advogados Baker & McKenzie. Foi a primeira mulher a integrar a sua Comissão Executiva, entre 1995 e 1999, liderou a empresa entre 1999 e 2004, e foi membro do seu Comité de Estratégia Global em 2004.

Depois destas mais de duas décadas no setor privado, foi três vezes ministra do governo francês — do Comércio Exterior (2005-2007), da Agricultura e Pescas (maio 2007) e da Economia, Finanças e Emprego (2007-2011).

A contrário da maioria das mulheres que só avança para uma nova função se cumprir a maioria dos requisitos, Christine Lagarde candidatou-se à liderança do FMI, em 2011, com a sua licenciatura em Direito e “apenas” um mestrado com especialização em Economia e Finanças, e ocupou o lugar até setembro de 2019. Desde novembro desse ano, que preside ao Banco Central Europeu, tendo agora um papel fundamental na estabilidade dos preços e no combate à inflação.

Na conversa com Alex Boylan e a sua audiência de estudantes, Christine Lagarde deixou algumas importantes mensagens de carreira, que são válidas em qualquer idade:

1. A sorte é importante para todos, mas é preciso estar preparado para ela. Há que estudar e trabalhar muito para estar à altura das oportunidades quando surgem.

2. Não se deve perder muito tempo a analisar os pros e os contras dum convite, sob pena da oportunidade escapar. Por vezes, é mesmo preciso arriscar.

3. Em muitas situações, o que mais precisamos é de confiança. Se lhe perguntarem “gostaria de chegar ao topo?” não responda “porque não?”, mas sim “claro!”. A assertividade é, muitas vezes, decisiva.

4. É preciso trabalhar muito para se manter no topo e também é preciso muita energia — isso conquista-se comendo bem, evitando o álcool e fazendo exercício.

5.Não tome decisões sem escutar os outros, sem os envolver. E não escute apenas os mais graduados, mas todos. Se a situação assim o exige, escute também o taxista e a cabeleireira.

 

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