A ousadia dos anos 70 renasce nas cores e brilho, no flower power, nas franjas, nas plataformas, nas calças à boca-de-sino, na cintura alta, nos estampados multicoloridos. O desafio está na mistura certa de peças e padrões, sem cair em nostalgias. E as tendências são muitas.
Calças à boca-de-sino
As calças à boca de sino ou calças flare são uma das peças principais desta temporada, que bebeu muita inspiração nos idos anos 70. O modelo, muito justo até ao joelho e mais largo para baixo, ficou esquecido com a febre da calça skinny, mas voltou. Mais versátil, a apelar ao estilo boho, vestindo bem todos os tipos de corpos, alongando a silhueta e equilibrando as proporções. As calças tanto podem ser combinadas com looks descontraídos, como com elegantes produções. Em ambiente de trabalho, os jeans escuros, acessorizados com blazer, ficam bem. São perfeitos para dar a ilusão de pernas mais esguias e longas. Os icónicos Farrah Fawcett e Jimmy Hendrix marcaram a década com elas. Outra dupla vencedora, também em voga: boca de sino com cintura alta, para ajudar a definir a cintura.
Franjas
As franjas nas sandálias Malene Birger
Usadas pelos hippies em xailes, coletes e blusas, estão agora em todo o lado. Mais indicadas para o dia a dia e para produções descontraídas, onde a regra é a simplicidade e o bem estar. Mas quando a formalidade pede looks mais sérios, elas não devem ser totalmente postas de lado. Exemplo: o Kimono, que sobrevive mais uma temporada, rendeu-se às influências anos 70, em franjas e estampados, e em estilos mais formais com cores sólidas que podem ser usadas no escritório. Em versão descontraída, uma bolsa com franja combina muito bem com calças de ganga ou saias compridas, criando o charmoso estilo boho chic.
O Glitter
À medida que o estilo hippie dava lugar à moda disco, o brilho das purpurinas e dos metalizados invadiram (literalmente) as peças de roupa, e à noite tudo brilhava, e muito. Ao som dos Bee Gees e da Febre de Sábado à Noite a onda disco dominou o planeta. A moda glitter regressou não só para festas mas também nos outfits diários. Conselho: usar uma única peça– blazer, camisa ou calças -, ou em acessórios –cinto, carteira ou sapatos. O look deve ser sóbrio, em tons discretos, onde apenas uma peça chamará a atenção. O equilíbrio ficará chic e elegante.
Sapatos plataformas
Homens e mulheres podiam usar o mesmo tipo de sapato, o que funcionou bem com a moda unissexo dos anos 70. E os historiadores da moda consideram os saltos plataforma a moda de sapato mais longa que já existiu. As pessoas queriam imitar estrelas de rock como Elton John, David Bowie e a banda Kiss, que usavam este calçado em palco.
Agora os estilistas trouxeram as plataformas para as suas colecções. Marcas como a Chanel e Marc Jacobs foram importantes para lhes dar maior visibilidade e as colocar no centro das atenções. E as sandálias e os sapatos estão a fazer furor nesta primavera/verão.
Chapéu Floppy
O chapéu na coleção da Lanidor
Um sucesso do princípio dos anos 70, o chapéu de abas largas era muito usado por actrizes e modelos da época e foi popularizado pela actriz francesa Brigitte Bardot. O acessório está novamente na moda e, apesar de casar perfeitamente com o inverno, é perfeito para alturas mais leves e casuais.
As apostas mais acertadas variam entre o urbano e o hippie, em looks pouco volumosos porque este é considerado um “acessório de proporção”.
Cintura subida
Permite criar diferentes looks, dependendo dos acessórios. Estas calças marcaram a “era disco” do final dos anos 70 e agora foram uma presença constante nos desfiles internacionais, desde a Gucci à Louis Vuitton, Chloé e Diane Von Furstenberg. Um modelo muito favorecedor especialmente para as mulheres mais baixinhas.
“Tie die”
O estampado tingido usado nas roupas dos adeptos do movimento hippie foi reinventado e modernizado de uma maneira surpreendente por alguns estilistas. Incorporar a fundo esta moda implica investir no “tie die”, o estampado popularizado por Janis Joplin na década de 70.
Estampados Paisley
O legado hippie dos vestidos longos e compridos foi reaproveitado com muita cor e tecidos fluidos, a lembrar outras épocas. Os estampados paisley (o clássico estampado de amebas e gotas de água que veio da Índia para a Europa no século XIX e ficou para sempre) e os estampados florais estão em alta. Marcas com preços mais acessíveis, como a Zara e a Mango, juntaram-se a esta febre de texturas com epicentro na Grã Bretanha, onde estes curiosos desenhos foram levados ao Olimpo do chic pelos armazéns Liberty. Um look total poderá ficar enfadonho ou psicadélico, mas em pequenos apontamentos ou numa única peça, estes estampados inspirados na natureza resultam muito bem. Em calças, vestidos, saias
Denim total
O look denim total na Gucci
Uma overdose completa deste icónico tecido que combina com todos os estilos, idades e tipos de corpos. O denim apareceu em peso nos desfiles internacionais, misturando diversos acabamentos, em vestidos, saias, calças. O vestido casual é um must have, assim como as calças flares num look total denim. E também um gabardine como a da Burberry Prorsum, Gucci e Tommy Hilfiger.
Túnicas
Remetem ao hippie e ao boho e voltam a ser trend neste verão, “repaginadas” com aplicações em renda e em guipir (em linho ou seda em alto relevo, que forma flores e arabescos). Em tecidos frescos e fluidos, monocromáticos ou coloridos, com salto ou sandália rasteira, desde um encontro formal até um look mais informal, são extremamente versáteis. Num look mais sério podem ser usadas com umas calças boca de sino, salto alto ou sandália, casaco de corte direito, ou um cardigan por cima, se o frio aparecer.
