O início do ano é uma boa altura para dar mais atenção à forma como está a usar o seu dinheiro. Há dois princípios que deve ter sempre em mente: 1. ganhe mais do que gasta e invista a diferença de forma inteligente; 2. adote pequenos hábitos que a ajudem a acumular riqueza. Deixamos algumas dicas para reassumir o controlo das suas finanças e garantir o seu futuro.
Garanta a sua capacidade de ganhar dinheiro
Ter a casa em seu nome é um ativo importante, mas o mais valioso é a sua capacidade de ganhar dinheiro. Manter hábitos de vida saudáveis e dar o seu melhor no emprego são atitudes basilares para garantir o rendimento mensal, mas os azares acontecem. É importante procurar seguros que cubram situações de incapacidade temporária (ou permanente!) para o trabalho e que a deixem protegida numa situação inesperada de desemprego.
Pensar em quantas horas ou dias terá de trabalhar para pagar algo, ajuda a perceber se vale mesmo a pena prosseguir com a compra.
Gaste menos do que ganha
Recentemente, numa entrevista à embaixatriz dos Estados Unidos em Portugal, num encontro do programa de empreendedorismo Connect to Success, a apresentadora e empresária Cristina Ferreira confessou “Gosto de ter primeiro para poder gastar depois”, explicando porque só comprou o seu primeiro carro novo quando teve dinheiro na mão para o pagar. Este é um passo essencial para a saúde das suas finanças. Desta forma evita dívidas e só recorre a empréstimos que realmente se justificam.
Guie-se pelo seu custo/hora
Quando se recebe um salário no final do mês é normal não ter por hábito fazer as contas para saber qual o seu custo por hora. “Isso é coisa de empregada doméstica”, deve estar a pensar, mas não é bem assim. Se apurar este valor pode evitar alguns “desvarios” quando vai às compras. Se ganha 2500€ por mês, o seu custo/hora é de cerca de 15,60€, ou melhor 11,60€ depois de IRS. Com este valor em mente, da próxima vez que vir umas botas de 200€, antes de pedir o seu número para experimentar vai perceber que precisa de trabalhar dois dias inteiros para as pagar… Mesmo que as compre, é um decisão mais consciente.
Pague-se em primeiro lugar
Esta máxima não tem nada de egoísta, mas sim de previdente. Retire a sua poupança mensal antes de começar a pagar as contas mensais. Uma técnica eficaz é dar ordem de transferência automática para o dia em que recebe o salário. Assim não cai na tentação de passar meses sem poupar por achar que há outras prioridades. Mais tarde vai apreciar ter sido tão rígida nesta matéria.
Se não está a conseguir poupar tanto quanto gostaria deve mudar alguns hábitos, ou continuará a não conseguir poupar tanto quanto gostaria.
Comece cedo a poupar
Se pretende fazer uma poupança que lhe permita obter um rendimento mensal de três mil euros por mês quando se reformar, quanto mais cedo começar a poupar, melhor. Quantos mais anos tiver pela frente menor será o esforço financeiro que terá de fazer. Habitue-se a retirar 10% a 15% do seu rendimento mensal logo a partir do primeiro salário e a investi-lo a longo prazo.
Mude de hábitos
Se não está a conseguir poupar tanto quanto gostaria está na altura de mudar alguns hábitos, ou continuará a não conseguir poupar tanto quanto gostaria. Experimente mudar-se para um apartamento mais barato, compre um carro usado para o seu filho em vez de lhe oferecer um novo, renegocie os seguros e o que paga à empresa de telecomunicações. A sua vida depende das escolhas que faz e reduzir algumas despesas não implica necessariamente sacrifícios.
Pense mais no custo e menos no preço
As pessoas que conseguem criar riqueza focam-se mais no valor real dos produtos e serviços do que propriamente no preço. Não há mal nenhum em comprar as botas de 200€ se… 1. estiverem dentro do seu orçamento; 2. acrescentarem valor ao seu guarda-roupa; 3.° valerem o preço que têm. Mais vale comprar umas botas de qualidade por 200€ que podem durar uma década, do que outras de 80€ que terão de ser substituídas no próximo inverno.
Não invista no que não entende
A regra número um do multimilionário Warren Buffett é nunca perder dinheiro. É frequente ouvir dizer que o investimento implica risco, mas há formas de se salvaguardar. Uma é confiar o seu dinheiro a quem prove que sabe cuidar bem dele. Outra é não permitir que apliquem o seu dinheiro em produtos ou esquemas que não entende.