Marian Salzman: Pensar em “nós” em vez de no “eu” (vídeo)

Para Marian Salzman, senior vice-president of Communications da Philip Morris International, a pandemia trouxe uma oportunidade única de repensar os negócios e propósito das empresas. É preciso mudar o paradigma das organizações e das lideranças, pensando mais no colectivo e menos no plano individualista, defendeu na 6.ª Grande Conferência Liderança Feminina.

Marian Salzman, senior VP of Communications da Philip Morris International, sobre Liderar a Mudança.

A executiva norte-americana Marian Salzman, senior vice-president of Communications da Philip Morris International (PMI), fez uma talk na 6ª Grande Conferência Liderança Feminina intitulada ‘Leading Change’, que foi gravada em exclusivo para este evento.

Com um percurso profissional de 30 anos na área da publicidade e comunicação empresarial, sempre em cargos directivos, Marian Salzman começou como empreendedora, co-criando os primeiros focus groups globais online. Passou ainda por grandes empresas do sector publicitário como a Young and Rubicam, Euro RSCG, JWT, Porter Novelli e Havas. Mas a dedicação a causas sempre esteve na sua agenda. “Ajudámos a criar as Giving Thuesday, o maior dia do mundo em termos de filantropia e, antes disso, angariámos fundos para a reconstrução do Haiti depois do terramoto que devastou o país em 2010.”

Em 2017, quando a PMI a convidou a assumir o cargo que hoje ocupa confessa “que primeiro teve dúvidas” sobre se deveria aceitar ou não o repto. “Mas à medida que fui sabendo mais sobre a sua nova missão, fazer dos cigarros uma coisa do passado e criar o futuro livre de fumo, achei que era uma oportunidade que não podia recusar.” Por isso arrumou as malas e mudou-se para a Suíça. “Hoje, enquanto diretora da comunicação global da PMI trabalho diariamente para criar um ambiente, em termos de regulamentos e atitudes, no qual centenas de milhões de adultos, que de outro modo continuariam a fumar, mudem para alternativas menos prejudiciais sem fumo. Na PMI estou a ajudar a atingir as metas de um dos maiores avanços em termos de saúde deste século e até agora tem sido uma viagem muito divertida, desafiante, mas também muito recompensadora.”

“A nossa meta é tornarmo-nos numa empresa em que a maioria das nossas receitas líquidas provenham de produtos livres de fumo, em 2025. E já estamos no bom caminho para alcançar essa ambição.”

Sobre a fase de recuperação da pandemia na qual entramos, Marian Salzman acredita que a devemos encarar como uma oportunidade de fazer um reset fundamental ao propósito e processo nos negócios. “Temos de entender que processos, tradições e comportamentos já não fazem sentido [nas empresas]. As pessoas importam e vêm em primeiro lugar: clientes, colaboradores, as restantes pessoas nas nossas comunidades. Para mim, um dos aspetos mais interessantes que esta pandemia nos mostrou foi como as companhias em todo o globo redesenharam os seus negócios para lhe dar resposta.” Foi o caso da Philip Morris, por exemplo, que começou a fabricar também desinfectante de mãos durante o período crítico da Covid-19, mas que também quer transformar radicalmente o seu negócio tradicional. “Sabemos que as alternativas  livres de fumo não estão isentas de risco e que a melhor escolha a fazer é não começar a fumar de todo, ou abandonar de vez a nicotina e o tabaco. Mas sabemos também que a maioria dos fumadores não deixarão de fumar totalmente e até a OMS estima que em 2025 teremos aproximadamente o mesmo número de fumadores que existem hoje. Queremos assegurar que esses milhões de pessoas tenham acesso a informação concreta sobre produtos livres de fumo, baseados na ciência, que são uma melhor alternativa ao tabaco e estamos comprometidos em substituir todos os cigarros por opções mais saudáveis, o mais cedo possível. A nossa meta é tornarmo-nos numa empresa em que a maioria das nossas receitas líquidas provenham de produtos livres de fumo, em 2025. E já estamos no bom caminho para alcançar essa ambição.”

“Mulheres em escalões de topo de carreira têm a responsabilidade de fazer com que as gerações mais jovens de raparigas, sobretudo, sintam que podem ativar o seu poder, apesar do sentimento de impotência de que as oportunidades estão contra elas.” 

Para a vice-presidente da PMI, a pandemia ajudou a que as lideranças femininas se destacassem. “Não fiz carreira focando-me na questão do género. No entanto, o último ano mostrou-me a necessidade de promover a paridade de género nas carreiras de forma mais proativa. Segundo alguns estudos, o fardo desigual de responsabilidades durante a pandemia fez muitas mulheres reconsiderarem as suas carreiras, pensarem num regressão profissional ou mesmo em deixar de todo o mercado de trabalho. Mulheres em escalões de topo de carreira têm a responsabilidade de fazer com que as gerações mais jovens de raparigas, sobretudo, sintam que podem ativar o seu poder, apesar do sentimento de impotência de que as oportunidades estão contra elas. A mudança real virá não de mandatos governamentais, mas da normalização do poder e liderança femininos, tanto dentro, como fora das organizações.” A PMI já começou a pensar nos tempos de mudança, diz, ao chegar à conclusão de que um ambiente mais inclusivo é essencial e mais produtivo para o seu negócio e para acelerar as transformações necessárias a ele, adoptando ainda medidas como a flexibilidade laboral e a promoção de diversidade entre as suas lideranças globais. 

A executiva, que anualmente produz um dos trend reports mais importantes de todo o mundo, falou ainda da importância no investimento na promoção da saúde mental e emocional, de forma a ensinar os colaboradores das empresas a gerir o stresse dos desafios cada vez maiores que enfrentam, bem como na necessidade de incutir o pensamento crítico nos mais jovens, abraçando um pensamento do “nós em vez do eu”.

Veja a apresentação integral em video aqui.

 

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