Mãe executiva em tempos de pandemia

Depois de um ano de pandemia, 14 mulheres, mães e profissionais da Multipessoal testemunham como superaram um desafio inesperado.

As executivas da Multipessoal que superaram o desafio de trabalhar em tempos de pandemia.

Muito se tem falado sobre os benefícios do teletrabalho. Desde o tempo poupado em deslocações, passando pela agilidade dos contactos digitais e acabando numa flexibilidade e valorização do tempo em família. Mas como tem sido afinal vivido este tempo pelas mulheres executivas que, sem aviso e preparação prévios, passaram a ser, ao mesmo tempo e sem possibilidade de separação dos papéis, mães e profissionais?

É a esta questão que 14 mulheres, mães e profissionais da Multipessoal respondem.

Independentemente da área de atuação profissional, da senioridade na função e da idade dos filhos há uma premissa comum: é um desafio. Teresa Fernandes refere que “o papel de mãe e profissional, foi colocado à prova como nunca antes tinha acontecido”. Para ultrapassar este período com sucesso foram redefinidos horários, estratégias e rotinas.

Para Sandra Russo, o calendário passou a ser gerido “em função das rotinas dos filhos”. As reuniões passam para as horas de sestas do mais pequeno e espera-se que “durma a tarde toda para conseguir trabalhar sem interrupções” oferecendo como moeda de troca aquilo que, já se sabe, será uma noite em claro. O tempo regular de concentração que “existia durante o horário de trabalho presencial, agora é substituído por momentos estratégicos, para que não se perca o ritmo habitual” explica Liliana Almeida.

Apesar das tentativas nem sempre foi possível separar os cenários e Susana Dionísio acredita que “foi um ano de distância física, mas de muito espírito de entreajuda que permitiu que tivéssemos as nossas crianças a “entrar-nos” pelas reuniões, e isto ser visto com uma leveza que há um ano atrás era impensável”. Cláudia Duarte acrescenta que “ter um escritório rodeado de brinquedos e conduzir reuniões com crianças ao colo era algo que pensava impossível antes desta pandemia.” No entanto, tudo se tornou razoável porque existiu uma compreensão comum de que “além de sermos mães a tempo inteiro temos, igualmente, de manter a nossa performance enquanto profissionais”, como refere Marisa Silva.

Deste cenário fica para recordar o tempo de qualidade em família e as atividades em que se encontraram ou redescobriram paixões. Para Helena Louro e as filhas foi “o gosto pela cozinha e por preencher a casa com os aromas da comida indiana, dos bolos e do pão quentinho acabado de fazer. Fizemos também roupas e casas para as bonecas e inventámos mil e uma histórias”. E Salete Santos diz que ensina ao filho “coisas que não são da escola (…)” e juntos “choram a rir de tolices”. Mas nem sempre é fácil conjugar tudo e Raquel Campos explica que apesar das atividades que fez com o filho como “bolos, desenhos e alguns jogos” não foi a mãe que gostaria de ter sido nestes tempos e revela aquele que deve ser pensamento comum a muitas mães, mulheres e profissionais: “[esta é] uma experiência que espero não ter que voltar a repetir tão cedo.”

Fazendo um balanço deste ano que passou Conceição Silva conclui que “as nossas crianças conseguem e sabem adaptar-se com muita facilidade” e fala-nos da máxima partilhada em família: “continuar em frente”. Algo que Marisa Ferreira corrobora acrescentando a importância do fator exemplo dizendo que “o facto de eu ter conseguido manter o meu ritmo de trabalho, foi uma motivação para o meu filho, permitindo-lhe ver que também ele seria capaz de o fazer”. Já Maria do Carmo Graça viveu esta aprendizagem em sentido contrário e foi a filha, uma criança com síndrome de asperger e “que vive no mundo dela, mas que gosta de ser livre” que lhe mostrou que, juntas, conseguem ultrapassar qualquer obstáculo.

Percebemos que, tal como nos diz Patrícia Félix, “este processo não foi fácil e imediato; exigiu ajustes diários, esforço, cedência e muita paciência”, mas mostrou-se uma “aprendizagem para todos”, como refere Margarida Brás que viu os seus filhos “crescerem como nunca, mostrando uma capacidade incrível de adaptação que fará da sua geração mais preparada para enfrentar desafios”.

Margarida diz-nos ainda que “a melhor forma de resumir estes 12 meses é ter a segurança que tentei fazer o melhor com mãe e profissional”. E acreditamos que será esta a mensagem a reter: o desafio foi exponenciado e, apesar da resposta dada aos desafios nem sempre parecer a melhor, as mães, mulheres e executivas tiveram de ser mais flexíveis, dedicadas e até criativas. E tal, merece ser reconhecido e valorizado.

 

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