IADE apresenta itinerários de edifícios
concebidos por mulheres

Fruto de uma iniciativa europeia que envolve mais cinco países, os Cultural Touristic Itineraries dão a conhecer 19 expoentes da arquitetura lisboeta que foram alvo de intervenção feminina.

Localizado na Avenida Infante Santo, em Lisboa, o painel de azulejos O Mar, de Maria Keil, é uma das 19 obras em destaque.

Desvendar o legado das mulheres na traça da cidade de Lisboa é o mote dos itinerários turístico-culturais que foram hoje apresentados pelo IADE – Creative University. Inseridos num movimento promovido pelo projeto de cooperação Women’s creativity since the Modern Movement (MoMoWo) que se estendeu a seis países europeus, em Portugal os Cultural Touristic Itineraries convidam a conhecer de perto o contributo feminino para a conceção de 19 ex-líbris da arquitetura moderna na capital. O MUDE – Museu do Design e da Moda, o Palacete Ribeiro da Cunha, o Museu Nacional dos Coches ou o anfiteatro da Fundação Calouste de Gulbenkian são alguns dos edifícios desenvolvidos ou intervencionados por mulheres em destaque.

Delineados no nosso País por Maria Helena Souto, docente do IADE e responsável científica do MoMoWo em Portugal, os Cultural Touristic Itineraries abrangem três percursos distintos: From the Downtown Lisbon to the Hills, From Santos to Belém e Modern Lisbon. Ao descobrir o lado feminino destes 19 elementos-chave do edificado lisboeta, os participantes terão a oportunidade de se debruçar sobre a obra de artistas como Maria Keil, considerada pioneira na renovação do azulejo contemporâneo em Portugal. Ao todo, esta iniciativa internacional deu origem a 18 trajetos, três para cada um dos países parceiros – além de Portugal, Espanha, França, Itália, Eslovénia e Países Baixos –, disponíveis para consulta e download no site do MoMoWo.

Herança feminina na cultura europeia

Os Cultural Touristic Itineraries fazem parte da Exposição Itinerante – Travelling Exhibition, que estará patente na Fundação Portuguesa das Comunicações de hoje, 15 de setembro, até 31 de outubro. Pondo em evidência o papel de uma centena de designers, arquitetas e engenheiras civis europeias dos últimos 100 anos, esta mostra lança o foco sobre a importância das suas obras não só para o desenvolvimento das respetivas áreas profissionais, mas também para o enriquecimento cultural da Europa.

Igualmente sob a coordenação de Maria Helena Souto, a exposição conta ainda, graças ao apoio da Câmara Municipal de Lisboa, com uma secção exterior, no Largo Vitorino Damásio. É nesta montra privilegiada da cidade que se apresentam as reportagens fotográficas dos finalistas e vencedores do Concurso Internacional de Fotografia, levado a cabo no início de 2016, com o intuito de retratar artistas femininas das áreas do design, arquitetura e engenharia civil.

Estudiosa do papel das mulheres na História de Arte portuguesa, aproveite para recordar aqui a entrevista em que Maria Helena Souto falou à Executiva de criatividade no feminino.

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