Foi a primeira vez que Portugal participou no Start Tel Aviv – competição que o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita promove há cinco anos para distinguir mulheres na área tecnológica e que em Portugal fica sob a alçada da Embaixada de Israel – e logo uma jovem empresária portuguesa, Liliana Marques, cofundadora da startup Coolfarm em 2014, sai vencedora.
Agora, Liliana Marques vai participar, juntamente com outras mulheres de 30 países, no festival de inovação DLD de Telavive, que decorrerá de 25 a 29 de setembro.
O DLD oferece uma lista de eventos centrados nos diferentes aspetos da inovação tecnológica, digital, social e urbana que são apresentados através de encontros de empreendedores e empresários, conferências, reuniões e seminários com investidores e profissionais israelitas líderes nas suas atividades.
A ideia da Coolfarm nasceu durante um jantar entre os seus quatro fundadores.
O concurso de seleção decorreu entre 18 de abril e 30 de maio e no júri estiveram a Secretária de Estado Adjunta da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, a diretora do Centro de Investigação em Materiais da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (CENIMAT) Elvira Fortunato, a diretora-geral da Cisco Portugal, Sofia Tenreiro, o diretor-geral da COTEC Portugal, Jorge Portugal, o cofundador da Beta-i, Ricardo Marvão e Rui Serapicos da CIONET Portugal.
Com esta distinção Liliana Marques e a sua empresa Coolfarm irão concorrer num dos interessantes mercados em termos de agricultura controlada e num país que tem algumas das startups mais famosas do mundo, como as Viber, Fairfly, RoomsNinja ou Moovit, nascidas em Telavive. Aliás, 64% das empresas de alta tecnologia israelitas são startups.
A Coolfarm desenvolveu um software que ajuda as plantas a crescer sem a utilização de terra.
A Coolfarm foi fundada há dois anos por quatro empreendedores – Eduardo Esteves, João Igor, Gonçalo Cabrita e Liliana Marques para desenvolver um software, acessível através de uma app para smartphone, que permite fazer crescer as plantas sem a utilização de terra. O sistema utiliza apenas água e este recurso à hidroponia permite gastar cinco vezes menos água do que quando cultivado com terra, e controlar com exatidão os nutrientes necessários.
Liliana Marques é formada em Engenharia Civil e foi docente e investigadora da Universidade de Coimbra antes de lançar a Coolfarm. Num jantar com os futuros colegas empresários surgiu a ideia de desenvolver uma aplicação mobile que controle plantas a partir do telemóvel. Liliana e João Igor já tinham uma empresa de desenvolvimento de aplicações móveis e Gonçalo Cabrita estava a fazer um doutoramento em Robótica e a testar um protótipo com plantas. E foi ouro sobre azul.