Ana Machado, gestora de marketing europeu em Copenhaga

A executiva vive na capital da Dinamarca, mas passa muito tempo a viajar pelos países onde a IKEA Centres tem centros comerciais. Com o grupo a desenvolver um projeto em Loulé, todos os meses vem a Portugal durante uma semana, "num misto de negócios e prazer.”

Ana Machado: "Sei que vou voltar a Portugal, só não consigo dizer se é daqui a seis meses ou daqui a seis anos.”

A gestora portuguesa Ana Machado desempenha o mais importante cargo europeu de marketing da IKEA Centres. Sediada em Copenhaga, na Dinamarca, a empresa do Grupo IKEA desenvolve e gere 48 centros comerciais em 12 países. Em Portugal é responsável pelo MAR Shopping, em Matosinhos, e pelo Complexo Comercial do Algarve, que inaugurará em 2017 em Loulé.

A executiva lidera uma equipa composta por pessoas de 12 nacionalidades.

“Enquanto marketing manager dos centros comerciais da IKEA Centres na Europa, a minha principal missão passa por potenciar e apoiar o seu desenvolvimento sustentável, bem como o de novos projetos, no âmbito de uma estratégia de marketing abrangente que não só crie valor à nossa marca, mas que também apoie a sociedade em que nos inserimos”, revela Ana Machado. A executiva portuguesa lidera uma equipa composta por pessoas de 12 nacionalidades. “A IKEA Centres é uma empresa multicultural, com colaboradores de um variado número de nacionalidades, provenientes não só dos países onde estamos inseridos, mas de várias partes do globo”, explica.

Os edifícios coloridos do cais Nyhavn, na zona antiga de Copenhaga, são um ex-libris da cidade.

Os edifícios coloridos do cais Nyhavn, na zona antiga de Copenhaga, são um ex-libris da cidade.

Antes de assumir funções a nível europeu, Ana Machado foi durante cinco anos gestora de marketing dos centros comerciais IKEA de Espanha e Portugal, tendo sido responsável pelo lançamento dos projetos em Jerez de La Frontera, Valladolid (Espanha), Reims e Avignon (França). A sua nomeação foi, assim, um reconhecimento do seu desempenho, nomeadamente no MAR Shopping, onde desenvolveu projetos pioneiros como as Pop Up Stores.

Mas esta não é a sua primeira missão no estrangeiro. “Trabalhei também em Espanha e em França, mas vivia em hotéis e vinha a Portugal quase todos os fins-de-semana, pelo que não considero que se tenham tratado de expatriações. A 100% integrada, com casa, CPR number e vida social só mesmo em Copenhaga”, considera.

O inglês é falado em todo o lado, por pessoas de todas as idades e profissões.

A adaptação foi fácil e para isso contribuiu o facto de Copenhaga ser uma cidade cosmopolita. “Nunca senti necessidade de aprender a língua, porque o inglês é falado em todo o lado, por pessoas de todas as idades e profissões. A maior dificuldade é a falta de luz. Os invernos são longos e rigorosos ainda que o frio não seja um problema; até acaba por se tornar romântico. Apesar de todos os avisos, não tinha consciência de que a falta de luz solar nos afetasse tanto física e animicamente.” Não admira, por isso, que sempre que pode viaje rumo ao sul da Europa.

Quando está em Copenhaga, Ana Machado começa a trabalhar às 8 horas, mas por volta das 16h30-17h00 sai do escritório e vai ao ginásio ou passear pelas ruas de Copenhaga, antes de regressar a casa para o jantar com a família. Mas o que mais gosta na sua função é que não existe um dia igual típico, pois passa muito tempo a viajar pelos países onde o grupo tem centros comerciais. “No mínimo viajo duas vezes por mês, mas acontece com alguma frequência viajar todas as semanas. Faço-o para visitar os nossos centros comerciais, para reuniões estratégicas, para apoiar as equipas locais ou simplesmente para visitar a concorrência. Atualmente, os países que mais visito são França, Itália e Portugal, pois estamos a desenvolver novos projetos em Bayonne, Brescia e Loulé, respetivamente. Para Portugal viajo todos os meses uma semana, num misto de negócios e prazer.”

Praça Amagertorv e fonte Stork, na zona antiga da capital da Dinamarca.

Praça Amagertorv e fonte Stork, na zona antiga da capital da Dinamarca.

Portugal será definitivamente o seu destino de regresso. “Quando vim para cá, o objetivo era que fosse temporariamente e nunca pensei ficar tanto tempo. Tem sido sempre assim: do Porto para Madrid, de Madrid para Paris e agora Copenhaga. Sei que quero voltar a Portugal e sei que vai acontecer, só não consigo dizer se é daqui a seis meses ou daqui a seis anos.”

 

O melhor de dois mundos

O que é melhor em Portugal do que em qualquer outro local do mundo?
O sol, a maneira como as pessoas se relacionam, a comida, o vinho, as praias, a luz… Existem tantas coisas boas em Portugal! Infelizmente damo-las por garantidas, pelo que não nos apercebemos de como é tão belo o nosso país.

O que é melhor na Dinamarca?
A organização, o pensamento ecológico, a cidadania, a maneira como se equilibra o trabalho com a vida familiar. A Dinamarca é um país maravilhoso para se viver. Contudo, não é Portugal 🙂

A consciência ecológia dos dinamarqueses leva-os a optar por se deslocarem de bicicleta.

A consciência ecológia dos dinamarqueses leva-os a optar por se deslocarem de bicicleta.

O que mudou com esta experiência? Que hábitos ganhou que não tivesse em Portugal?
Estas experiências enriquecem-nos em todos os setores da nossa vida. Profissionalmente é uma oportunidade única, que nos dá uma abertura e um conhecimento mais amplo dos negócios. A nível pessoal é quase como um renascer, onde aprendemos a nos conhecer, a nos ouvir, a observar. Acredito que fez de mim uma pessoa melhor, mais sensata e mais atenciosa com os outros. Aprendi a disfrutar do sol e do ar livre – vivo-os mais intensamente hoje, mesmo com o frio, do que quando estava em Portugal, com o clima fantástico que temos. Acho que olho para a natureza de forma que não me recordo de o fazer antes de cá chegar.

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