A App de pagamentos mobile Lydia foi lançada em 2013 pelos franceses Cyril Chiche e Antoine Porte como alternativa às aplicações de homebanking, que consideravam complicadas e visualmente monótonas: A ideia reuniu um investimento 60 milhões de euros de entidades como Tencent, XAnge, New Alpha, CNP Assurances, ODDO BHF e Groupe Duval.
Com o objetivo de permitir pagamentos fáceis, rápidos e seguros apenas com necessidade de um equipamento móvel, dirigida sobretudo aos jovens entre os 15 e os 35 anos, conta atualmente com mais de quatro milhões de utilizadores e está presente em três países europeus: Espanha, Itália e Bélgica. Hoje a App é a mais usada pelos millennials franceses, com mais de 35% de utilização nessa faixa etária.
Depois de teste realizados em 2017, Portugal foi o país eleito para a sua primeira experiência de expansão internacional e Carlota Meirelles foi selecionada como country mananger. A equipa, em fase de crescimento, conta ainda com Frederico Adão da Fonseca como business developer e Carlota Gorriz enquanto responsável pela área de brand activation e o apoio remoto de uma equipa em França.
Licenciada em Arquitetura pelo Instituto Superior Técnico, a sua carreira inclui experiências profissionais em Nova Iorque e Tóquio. Depois da sua passagem pela gestão de projetos em empresas como a EDP e Schréder, onde fez parte do lançamento da área de inovação em smart cities, Carlota Meirelles assume agora o lançamento em Portugal da fintech. “A Lydia reinventou a utilização de serviços financeiros no telemóvel. Pela primeira vez, podemos ter a mesma experiência de um serviço bancário, tal e qual como quando utilizamos o Spotify ou Netflix. O nosso objetivo é acompanhar os nossos utilizadores portugueses, diariamente, em todos os seus pagamentos”, afirma.
O que a levou a Tóquio e a Nova Iorque?
Desafiada pela consultoria de comunicação e marketing internacional, tive oportunidade de trabalhar em duas grandes cidades: Nova Iorque e Tóquio. Ambas tiveram papéis bastante importantes no meu percurso profissional, com a necessidade de explorar as várias diferenças culturais na área da comunicação. O primeiro passo na minha carreira internacional foi iniciado em 2013, na cidade de Nova Iorque, onde fiquei responsável pela comunicação e redes sociais, e pela gestão de parcerias entre marcas de luxo e artistas contemporâneos da galeria de arte Sandra Gering Inc. Gallery. Um ano depois, rumei a Tóquio, onde fui assistente de marketing e comunicação, na Yamamoto Gendai Gallery. Neste cargo, coordenei todas as parcerias internacionais da galeria, dando destaque a uma muito especial, realizada com a Embaixada de Portugal. Considero que estes anos foram essenciais para as minhas experiências seguintes, principalmente para este projeto de lançar a Lydia em Portugal.
Como surgiu o convite para country manager de uma empresa tecnológica financeira?
Já tinha conhecimento da existência da aplicação de origem francesa – em França é uma plataforma que faz parte do dia-a-dia dos jovens -, mas foi durante o lockdown que surgiu a oportunidade de ser country launcher na Lydia. O meu percurso profissional esteve sempre interligado a empresas que tinham como core a tecnologia, e, além disso, integrei vários projetos que tinham como target os millennials e a Geração Z, semelhante ao da Lydia. Estas duas razões pesaram bastante na minha decisão.
O convite para este cargo vem no seguimento do sucesso da aplicação em França, trazendo para Portugal a mesma energia e valores, com um serviço adaptado ao mercado nacional – tecnicamente com a sua tradução, mas também culturalmente, em concreto através de parcerias e campanhas estratégicas. Noto que Portugal foi o primeiro país escolhido para expandir a francesa Lydia, com uma equipa local e totalmente portuguesa.
Qual o principal desafio que enfrenta enquanto directora geral da Lydia?
O grande crescimento da Lydia em França teve origem na comunicação entre a comunidade jovem, que tornou a utilização da aplicação fundamental para o seu quotidiano. No cenário atual, em que as interações sociais estão limitadas, os jovens alteraram os seus hábitos não só de consumo, mas também de comportamento, em que os ajuntamentos sociais estão condicionados. O confinamento compromete, também, muito dos pagamentos que os nossos utilizadores faziam regularmente, que, em consequência, diminui as oportunidades de experimentar o nosso serviço. Esta mudança de paradigma social, torna o meu papel ainda mais desafiante, com a procura de oportunidades de forma a garantir que Lydia se torne um sucesso entre a população portuguesa, tendo em conta sempre todas as limitações atuais.