Renato Júnior é produtor, compositor e instrumentista de artistas como Susana Félix, João Pedro Pais, UHF (e António Manuel Ribeiro a solo), Simone de Oliveira, Spelling Nadja, Andersen Moliére ou Couple Coffee. “Deu uma mão” em gravações de Ney Matogrosso, Maria Bethânia, Martinho da Villa, Jorge Drexler entre muitos outros, no estúdio de gravação que fundou – MDL (ou, os mais antigos, ainda dos longínquos Odisseia Latina, Kan Kan Klan, Ópera Nova, Barbarella e Santa Luzia, bandas fundadoras do electro-rock nacional nos anos 80). No teatro, criou bandas-sonoras para peças no Teatro Aberto, Teatro Nacional D.Maria II e Teatro Politeama, ou “6ª Feira 13 – O Musical dos Xutos & Pontapés” e “Simone o Musical”. Na televisão, fez música para inúmeras telenovelas (incluindo “Laços de Sangue”, galardoada com o Emmy de melhor do mundo), programas, séries e publicidade. Na dança, trabalhou com a coreógrafa Olga Roriz. No cinema, fez a banda-sonora do filme de Aurélio Vasques “Silêncio de um Olhar”. E depois há o inesquecível hino do Euro 2004 (compondo a banda sonora oficial desse campeonato , trabalhando em conjunto com Nelly Furtado). Renato Júnior foi também o criador do projecto “Rua da Saudade” que juntou as cantoras Viviane, Mafalda Arnauth, Susana Félix e Luanda Cozetti num tributo a Ary dos Santos. E o fundador da editora de world music Get Records, gravando e lançando no mercado artistas como Filipe Mukenga, Luiz Caracol, Simone de Oliveira e Karina Gomes.
Editou no ano passado “Uma Mulher Não Chora”, álbum de estreia a solo, mas bem acompanhado, que junta 15 das melhores cantoras nacionais e internacionais da actualidade: as portuguesas Rita Redshoes, Ana Bacalhau, Lúcia Moniz, Maria João, Katia Guerreiro, Simone de Oliveira, Cristiana Águas, Sofia Escobar, Patrícia Antunes e Patrícia Silveira (em duo e também assegurando os coros de todo o álbum), Joana Amendoeira, a luso-francesa Viviane, a espanhola Milli Vizcaino, a luso-cabo-verdiana Soraia Tavares e a luso-cabo-verdiana-guineense Kiara Timas, para além do rapper Biru (AF Diaphra) e das vozes dos Shout. Neste álbum, Renato Júnior é o autor, o produtor e o arranjador (ao lado de Helder Godinho) de todas as músicas e assina seis das quinze letras. Nele, toca piano, teclas e clarinete.
Agora, no próximo dia 25 de Novembro, Renato Júnior junta no palco do Teatro Maria Matos em Lisboa, algumas das melhores vozes femininas da actualidade. Assinalando o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Durante cerca de hora e meia, as cantoras convidadas entram no universo musical de Renato Júnior, deixando a sua impressão digital na música do compositor, ao mesmo tempo que levantam a sua voz pela eliminação da violência exercida contra as mulheres. Este o pretexto para lhe perguntarmos quais são ou forma as mulheres da sua vida. Eis a sua resposta:
Alice Teixeira
Avó materna que ajudou a criar-me, um furacão de mulher. Brincalhona mas com “pêlo na venta”, não brincava em serviço. Com ela aprendi a gostar de peixe frito com arroz de tomate e sopa de feijão encarnado com massa. Era uma artista foi pintora na fábrica de loiça de Sacavém. Já reformada pintava quadros numa qualquer superfÍcie que lhe aparecesse À frente. Guardo algumas das peças dela.
Elisete Teixeira
Mãe, cantora lírica e professora de música. Desde muito cedo que me habituei a acordar com ela a fazer escalas no piano ou a fazer vocalizos. Foi, de forma natural, a minha inspiração inicial para dar os primeiros passos na aprendizagem musical. Na Academia de Amadores de Música, passando pelo Conservatório e até mesmo na Gulbenkian, sempre me acompanhou e incentivou sem qualquer tipo de pressão. Mãe dedicada e sempre preocupada (ainda hoje) continua a estar na fila da frente a aplaudir de pé as minhas vitórias, como está igualmente sempre de braços abertos para dar colo nas situações menos boas da vida.