Estudo: Cultura de igualdade impulsiona a inovação nas empresas

Culturas empresariais mais igualitárias são muito mais eficazes a promover a inovação, concluiu o estudo "Getting to Equal 2019", realizado pela Accenture. E da inovação depende o sucesso das organizações e até o crescimento da economia mundial.

Organizações com culturas sustentadas por fortes políticas de igualdade são mais eficazes a promover a inovação e o crescimento — e esse é um fator com mais impacto do que indústria, o país ou o contexto demográfico. Esta é uma das grandes conclusões do relatório “Getting to Equal 2019”, o mais recente estudo da Accenture, que revela que a predisposição e capacidade de inovar dos colaboradores é seis vezes maior em empresas que apostam numa forte cultura de igualdade, do que em empresas menos igualitárias.

Para esta pesquisa, a Accenture inquiriu mais de 18 mil profissionais em 27 países, incluindo mais de 150 executivos C-suite (de 8 países). A grande maioria (95%) dos executivos entrevistados concorda que a inovação é vital para a competitividade e a viabilidade do negócio. “Nesta era de disrupção generalizada, as organizações necessitam constantemente de inovar para serem bem-sucedidas”, lembra José Gonçalves, Presidente da Accenture Portugal, em comunicado. “O nosso estudo revela que a cultura do ambiente de trabalho é essencial para promover a inovação nas empresas.”

O estudo “Getting to Equal 2019” dá continuidade aos resultados do relatório de 2018, que identificou os 40 fatores que contribuem para uma cultura de igualdade no trabalho, agrupando-os em três impulsionadores-chave: uma forte liderança, uma ação abrangente e um ambiente de trabalho capacitador (Empowering Environment). Este último fator revelou ser o mais importante a fomentar a inovação, sobretudo se estiver assente em seis princípios-base: propósito, autonomia, recursos, inspiração, colaboração e experimentação. Mais de 70% do crescimento da inovação é potenciado por fatores de empowerment, segundo os dados apurados pela Accenture.

Contudo, enquanto 76% dos executivos inquiridos a nível global afirmaram capacitar os seus colaboradores para inovarem, apenas 42% dos colaboradores concorda com a afirmação, o que representa um alerta e desafio real para as organizações repensarem as suas políticas. Os executivos sobrestimam as recompensas financeiras e subestimam o propósito, como motivação para os colaboradores serem mais inovadores, diz ainda o relatório. A formação em competências relevantes para a função, acordos de trabalho flexíveis e respeito pelo equilíbrio entre a vida pessoal e profissional são os fatores que mais empowerment dão aos colaboradores para serem mais inovadores, nas culturas empresariais mais igualitárias.

O estudo concluiu ainda que a mentalidade inovadora dos colaboradores jovens é muito semelhante à de colegas mais seniores e que, enquanto fatores como uma equipa de liderança e equipas de trabalho diversas impactam significativamente a inovação, a criação de uma cultura de igualdade ajuda a exponenciá-la ainda mais.

Este apelo à inovação pode traduzir-se num expressivo crescimento global da economia: segundo o estudo, o Produto Interno Bruto Mundial pode aumentar até 8 biliões de dólares, em dez anos, se a inovação aumentar 10% em todos os países.

Para José Gonçalves, “acelerar a igualdade no local de trabalho nunca foi tão crítico para fomentar a inovação nas empresas. Se existir um sentimento de pertença e as pessoas se sentirem valorizadas pelos seus empregadores, pelas suas contribuições, perspetivas e circunstâncias, terão inevitavelmente uma maior probabilidade de evoluírem e de sentirem-se capacitadas para inovar.”

Pode ler aqui o relatório global.

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