Por Dr. José Santos, diretor clínico da Multicare
A Dermatologia constitui para os seguros de saúde uma área onde facilmente se entra na chamada “zona cinzenta” que impede por vezes uma separação nítida entre o que são “doenças de pele” , logo financiáveis, e cuidados dermoestéticos e consequentemente excluídos das coberturas dos seguros de saúde.
A procura da fonte da juventude confunde-se com a história da Humanidade. Ao longo dos tempos foram encontradas algumas soluções para contrariar o desgaste que a passagem dos anos produz no nosso corpo, sendo a pele o órgão que tem merecido mais atenção. Na atualidade, em consequência do crescimento económico, o culto da aparência e da perfeição são levados ao limite.
São muitos os factores, naturais ou provocados por nós, que estragam e danificam a pele.
Todos os seres humanos, sem exceção, têm uma pele maravilhosa quando nascem. Suave, lisa, macia. Infelizmente, são muitos os factores, naturais ou provocados por nós mesmos, que estragam e danificam a pele.
De entre os tratamentos passíveis de ser utilizados quer nas áreas médicas quer nas estéticas é de destacar o laser de CO2. Esta técnica permite eliminar rugas, dissimular manchas, melhorar cicatrizes, etc. Ao actuar sobre as rugas o feixe de raios laser move-se em forma de espiral eliminando as camadas superficiais da pele. Esta técnica apelidada de “skin resurfacing” vaporiza a pele produzindo um efeito semelhante ao de um ferro de engomar sobre uma camisa. O que o laser faz é exfoliar, ou seja, elimina a epiderme e as primeiras camadas da derme, até alisar completamente as zonas sensíveis e difíceis, como o contorno dos olhos e dos lábios.
A técnica de skin resurfacing é considerada mais segura que outros procedimentos clássicos, como o peeling.
Esta intervenção na qual o feixe de raios laser tem uma velocidade e precisão constantes faz com que a profundidade de penetração seja muito exacta. Assim, é considerada mais segura que outros procedimentos clássicos como o “peeling” , permitindo uma segunda sessão, caso seja necessário, sem risco de lesionar a pele.
Os riscos desta técnica são os inerentes a qualquer tratamento cirúrgico, embora a moderna tecnologia os minimize em grande medida. Apenas necessita de anestesia local e não obriga a internamento hospitalar.
Quanto aos efeitos secundários do laser há a referir o mais óbvio: as crostas que aparecem na zona tratada e que inibem a vida profissional e até social durante mais ou menos dez dias. A vermelhidão da pele, que permanece durante mais ou menos um mês pode ser camuflada com maquilhagem após cicatrização completa da zona tratada.
Tendo em conta a grande apetência quer das pessoas seguras quer dos próprios dermatologistas pela utilização destas técnicas e equipamentos recentes, e considerando a tal “zona cinzenta” que importa clarificar quando se trata de financiamento em sede de seguros de saúde, torna-se mandatório não só uma estreita colaboração e transparência entre o prestador e o financiador como uma correta e completa caracterização do caso clínico, patologia a tratar e respectiva estratégia terapêutica.