Você é polímata? Se for, o futuro pode sorrir-lhe

Afinal, a solução para o crescimento e sustentabilidade das empresas pode não residir na hiperespecialização dos seus colaboradores, e sim numa atitude intelectual mais aproximada do homem da Renascença, diz um novo estudo.

Profissionais multifacetados, especialistas em mais de uma área e com mentes criativas serão mais úteis às empresas do que os hiperespecializados, diz um novo estudo.

Teria um génio como Leonardo Da Vinci ficado na história se tivesse nascido nos dias de hoje e num mundo marcado pela hiperespecialização de profissionais? Num cenário como o atual, em que a cada 10 anos o conhecimento científico duplica, o regresso à mentalidade renascentista de ser especialista em mais do que uma área de conhecimento aparece agora como resposta para se ser bem-sucedido na era digital, pelo menos a julgar pelas conclusões de um estudo que resulta da parceria entre a espanhola Deusto Business School e a 3M, empresa especializada em inovação.

Chamam-lhe polimatia, termo que designa “a capacidade de alcançar a excelência em duas ou mais áreas de conhecimento pertencendo a expressões diferentes do génio humano” que podem vir de campos tão diversos como as “artes, as ciências, os negócios, o desporto, a tecnologia ou as humanidades.”

Se nas últimas décadas o recrutamento se tem orientado pelo paradigma da hiperespecialização – o que torna cada vez mais raro encontrar profissionais com talento e experiência em áreas muito distintas – num mundo dos negócios forçado a adaptar-se rápida e constantemente, graças à enorme competitividade e evolução tecnológica, os trabalhadores mais valiosos para as organizações passarão a ser os polímatas, “pessoas com grandes conhecimentos técnicos, mas capazes de compreender as necessidades da empresa e dos seus clientes”, e não necessariamente os melhores engenheiros ou programadores do mercado.

“O êxito empresarial é determinado não tanto pelo grau de sofisticação tecnológica dos desenvolvimentos, mas sim, pela sua adaptação à vida das pessoas”, garantem os responsáveis pelo estudo. Por isso, uma mente habituada a questionar constantemente a realidade, com facilidade na aprendizagem e constantemente motivada a encontrar soluções criativas será especialmente valorizada pelas empresas. O mundo digital acaba por ser também a ferramenta ideal para o polímata desenvolver os seus talentos.

Para Francisco González-Bree, professor de inovação da Deusto Business School e coautor do estudo, “a inovação requer um aprofundamento do chamado ‘efeito Medici’, que procura inovações nas interseções de setores e disciplinas.” Uma tendência que a Deusto Business School considera ser “uma alavanca para o crescimento e a sustentabilidade das empresas”.

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