As vantagens do exercício físico para a saúde física e mental estão mais do que documentadas, mas as evidências científicas parecem ligá-lo até a áreas menos previsíveis, como a concentração. E vários estudos internacionais comprovam os benefícios do exercício aeróbio — corrida, caminhada, saltar à corda, andar de bicicleta, nadar, etc… — neste sentido. Uma das explicações pode ter a ver com o aumento de fluxo sanguíneo e de oxigenação cerebral que dele decorrem.
A Leeds Metropolitan University comparou o desempenho laboral de cerca de 200 trabalhadores com acesso a ginásio no local de trabalho. Nos dias em que se exercitavam, os funcionários davam conta de uma melhor gestão de tempo e maior produtividade, ligadas a uma maior concentração e melhorias no humor, em comparação com os dias em que não visitavam o ginásio.
Outra pesquisa, esta da Universidade do Illinois, comparou 221 crianças com idades entre os 7 e os 9 anos, dividindo-as em duas turmas, uma das quais com 70 minutos de atividade física diária repartida em períodos de exercício intercalados com descanso. Ao fim de 9 meses, as crianças deste grupo aumentaram significativamente a concentração em aula, bloqueando as distrações. Além disso, apresentavam uma capacidade duas vezes maior de multitasking, alternando entre tarefas intelectuais sem perderem a eficácia e rapidez de pensamento.
Mas há exercícios aeróbios mais eficazes que outros a promover a concentração, como comprovou um estudo da universidade de Campinas, no Brasil, que comparou a atividade cerebral de judocas e corredores. As áreas responsáveis pela memória e concentração eram muito mais estimuladas nos praticantes de judo do que nos corredores.