Nascida na Roménia, Sorana Ploata chegou a Portugal em 2000. “Olhei para o mapa e percebi que Portugal era um dos poucos países que ainda não conhecia! Apanhei um comboio e, 24 anos depois, ainda cá estou!”, conta. Anteriormente, viveu em países francófonos, como a Bélgica e a Suíça. Bailarina, pisou alguns dos maiores palcos nacionais e internacionais.
Em Portugal, colaborou com algumas companhias de dança e, em 2005, abriu uma escola de dança. Trabalhou na área de produção de eventos durante 18 anos. Em 2023, sentiu o apelo de se voltar de novo para o mundo da dança. E assim surgiu a loja Balletto, um novo espaço em Lisboa dedicado a artigos de dança.
Onde nasceu?
Nasci em Cluj-Napoca, uma cidade na Transilvânia, Roménia.
Como foi o seu percurso escolar e profissional?
Ingressei aos 7 anos no Conservatório de Música para aprender piano, mas aos 10 anos passei para o Conservatório de Dança. Continuei a minha formação em dança no Stedelijk Instituut voor Ballet, na Bélgica, e na Rudra Béjart, em Lausanne, na Suíça.
Desde muito cedo, tinha uma ideia bem definida do que queria ser quando fosse grande. Este sonho levou-me a estudar nas mais prestigiadas escolas da Europa, onde tive a oportunidade de aprender várias línguas, como, por exemplo, o holandês. Foi um percurso desafiante, mas ao mesmo tempo extremamente enriquecedor. Graças a este caminho, sinto-me hoje uma pessoa muito mais completa.
Quais os momentos mais marcantes do seu percurso profissional?
Houve muitos! Mas a oportunidade de conhecer o meu ídolo, o bailarino russo Mikhail Baryshnikov, em Lausanne, foi certamente um deles! Quem não se lembra de ver o filme O Sol da Meia Noite (White Nights) onde ele contracena com Gregory Hines? A mim marcou-me até hoje!
Quando e porquê decidiu vir para Portugal? Em que outros países viveu?
Foi um feliz acaso! Em 2000, olhei para o mapa e percebi que Portugal era um dos poucos países que ainda não conhecia! Apanhei um comboio e, 24 anos depois, ainda cá estou! Anteriormente, vivi em países francófonos, como a Bélgica e a Suíça.
Quando e porquê decidiu tornar-se empreendedora? Como surgiu a ideia da Balletto?
Quando cheguei a Portugal, ainda colaborei com algumas companhias de dança e, em 2005, abri uma escola de dança. Depois, trabalhei na área de produção de eventos durante 18 anos. Em 2023, comecei a sentir a necessidade de me reconectar com o mundo da dança, que, no fundo, é a minha formação, e assim surgiu a Balletto.
A cultura e a forma de trabalhar em Portugal é muito diferente dos outros mercados em que trabalhou antes?
A vida de uma bailarina profissional é um pouco diferente; vivemos numa espécie de bolha artística, com regras e dinâmicas muito próprias. Depois dessa etapa, não tenho grande termo de comparação, mas não tive dificuldades de adaptação. A Roménia também é um país de cultura latina, juntamente com Portugal, França, Itália e Espanha; pode não parecer, mas há muitas características em comum.
O que mais gosta e menos gosta no nosso país?
Antes de tudo, gosto das pessoas: são acolhedoras e sempre dispostas a ajudar. Sou fascinada pela cultura e pela história portuguesa, assim como pelo impacto que teve na história mundial. E a gastronomia, desde o peixe, aos queijos, aos vinhos, é simplesmente deliciosa! Menos, talvez, alguma procrastinação…
O que é melhor em Portugal do que em outro lado qualquer?
Portugal encanta pela sua beleza natural, pelo clima e pela gastronomia, sem dúvida!
Quais os sonhos para o futuro?
Um dia, olhar para trás e perceber que, de algum modo, contribuí para o desenvolvimento da dança em Portugal, através de iniciativas que permitiram unir a comunidade e torná-la cada vez mais forte a todos os níveis. Existem jovens muito talentosos que só precisam de apoio e oportunidades para desenvolver as suas carreiras a nível profissional.
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