O sol, sempre com precaução

As exposições prolongadas ao sol podem provocar queimaduras e insolações. Para o evitar, devemos aprender a viver o verão com segurança, principalmente as crianças, idosos e grávidas, que são particularmente vulneráveis.

A proteção é essencial para uma relação saudável com o sol.

As férias de verão podem transformar-se em dias de verdadeiro tormento se não tomarmos as precauções necessárias para evitar os riscos relacionados com as longas exposições às radiações solares e às altas temperaturas.

O sol é indiscutivelmente o astro rei. No verão brilha mais tempo e com mais intensidade, trazendo bom tempo e bom humor (a luz solar é um antidepressivo natural) e convida a desfrutar de todo o tipo de atividades ao ar livre (desportos, banhos, passeios, petiscos, viagens…). Mas o sol também pode ser prejudicial pelo efeito direto e indireto dos seus raios.

As crianças requerem cuidados (ainda mais) especiais com o sol.

As crianças, os idosos e as grávidas são especialmente sensíveis às radiações solares e às prolongadas exposições ao sol. Concretamente, as crianças com menos de 3 anos não devem apanhar sol nenhum, devem usar produtos com FP30, sem álcool e resistentes à água, que lhes devemos aplicar periodicamente de forma generosa, além de os proteger com roupa, chapéu e óculos, dar-lhes muita água a beber e mantê-las à sombra.

Quanto às grávidas, devem usar ecrã solar com FP30, para evitar o aparecimento de manchas escuras na cara, conhecidas como “cloasma” que podem tardar a desaparecer.

Raios solares

Há dois tipos importantes de raios solares do ponto de vista da saúde:

  • Os infravermelhos (IV): produzem calor
  • Os ultravioletas (UV): não dão calor mas produzem facilmente queimaduras solares, uma vez que são radiações ionizantes que podem provocar o envelhecimento prematuro da pele assim como o cancro cutâneo, cataratas e opacidades da córnea. Para se defender dos raios ultravioletas, a pele produz um filtro extremamente eficaz: um pigmento chamado melanina. Mas só as pessoas de pele muito escura têm a melanina suficiente para se proteger dos raios UV. As outras pessoas devem aplicar produtos com fator de proteção (FP).

O FP serve para calcular por quanto tempo podemos prolongar a exposição ao sol, multiplicando o tempo que suportamos sem nos queimarmos pelo número do FP. Por exemplo, se uma pessoa suporta 10 minutos e usa FP 20: 10x 20= 200 minutos; isto é, 3 horas e 20 minutos sem se queimar.

Sabia que… o dano solar é cumulativo? As queimaduras provocadas pelo sol durante os primeiros anos podem debilitar a pele para toda a vida.

A insolação

É a forma mais comum, frequente e perigosa de todos os acidentes causados pelo calor e pela radiação solar. Geralmente, ocorre em ambientes de elevada temperatura e humidade e não é necessária a exposição solar direta, já que também pode ocorrer em locais fechados, com ambiente quente e húmido e em locais com pouca ventilação.

Para evitar as insolações devem tomar-se as seguintes precauções:

  • Comer moderadamente
  • Aumentar a ingestão de líquidos, mesmo que não se tenha sede
  • Evitar bebidas alcoólicas e as muito açucaradas
  • Tomar duche com água temperada ou fria
  • Usar roupa leve e folgada
  • Manter a casa fresca
  • Evitar os aglomerados de pessoas
  • Expor-se ao sol o mínimo tempo possível, especialmente as crianças e os idosos, particularmente vulneráveis

Consequências

A insolação: provocada frequentemente pela prolongada exposição ao sol, devido a uma excessiva acumulação de calor no organismo, sobretudo nas pessoas que estão pouco habituadas à luz solar e que se expõem a ela de forma prolongada. A insolação é frequentemente acompanhada por dores de cabeça repentinas, aumento da temperatura corporal, excitação ou sonolência, náuseas e vómitos, transtornos da visão e, em casos severos, podem inclusivamente apresentar-se transtornos respiratórios e perda de conhecimento. Em caso de insolação, o que deve fazer em primeiro lugar é diminuir a temperatura corporal e em casos graves consultar imediatamente um médico.

A queimadura solar não é uma mera questão estética, ela pode provocar danos irreparáveis na sua pele.

Queimadura solar: caracteriza-se pela vermelhidão da pele e inclusivamente pelo aparecimento de bolhas. Sente-se um ardor intenso e dor, que aparecem poucas horas depois da exposição ao sol e que tem o seu auge nas 12 a 24 horas seguintes. Se houver bolhas (queimadura de segundo grau) ou se a queimadura for extensa, deve-se consultar o médico o mais rápido possível. Nos restantes casos, deve-se interromper a exposição ao sol, aplicar cremes hidratantes e beber água ou outras bebidas sem álcool.

Prevenção

Para evitar queimaduras e insolações, devemos adotar uma atitude responsável e de respeito pelo nosso corpo. Devemos:

  • Começar a apanhar sol gradualmente
  • Usar sempre cremes de proteção solar (contra UVA e UVB) em todas as zonas da pele expostas ao sol, incluindo em dias nublados, especialmente na praia (também à sombra) e na montanha, assim como em latitudes próximas dos polos
  • Aplicar o protetor solar meia hora antes de iniciar a exposição. Repetir a operação a cada duas horas e depois de cada banho.
  • Proteger os lábios com produto labial com FP alto
  • Proteger os olhos com óculos de sol polarizados de boa qualidade (consulte a sua ótica)
  • Proteger a cabeça com boné ou chapéu
  • Evitar a exposição entre as 12 e a 16h
  • Evitar a exposição se está a tomar medicação fotossensibilizante ou fototóxica (ver o folheto ou consultar o médico)
  • Ao sol, evitar o uso de perfumes, loções e outros produtos que contenham álcool
  • Depois do banho, tomar duche com água doce fria e aplicar um creme hidratante
  • Beber água ou líquidos sem álcool frequentemente. Comer frutas, saladas, gaspachos, alimentos frios.

OUTROS PERIGOS DO VERÃO

Os fungos, as gastroenterites e os insetos também são muito comuns durante as férias de verão. Neste sentido, as intoxicações alimentares, as alergias, as picadas de insetos e as paragens de digestão podem ser, como as queimaduras e insolações, uns indesejados “companheiros de viagem” que podem ameaçar as nossas férias.

 

Por: Equipa multidisciplinar da Advance Medical

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