Depois de uma carreira como responsável gráfica de revistas como a Casa Cláudia, Cosmopolitan e GQ, Sandra Nascimento deu uma volta à sua vida com a abertura da SAL. Inicialmente, em parceria e com loja aberta ao público no Largo de São Paulo, em Lisboa, ponto de passagem de centenas de turistas diariamente, a marca foi-se consolidando desde que foi lançada em 2015. Porém, a pandemia provocada pela Covid-19 fez desaparecer os turistas de um dia para o outro.
Nesta entrevista, Sandra Nascimento partilha a estratégia que implementou para não deixar cair uma marca que há muito se tornou presença nas mais conceituadas revistas internacionais de decoração e lifestyle e que tem uma rede de clientes fiéis espalhados pelo mundo.
O que a levou a passar a SAL só para o online?
A loja mantém-se aberta, mas a SAL voou e tornou-se num market place com curadoria própria.
O maior desafio foi conseguir pensar e definir uma estratégia num momento absolutamente atribulado, turvo e incerto. Conseguir em menos de um mês, com conhecimentos básicos fazer um site. Colocar todo um stock físico em digital. Fotografar, organizar e catalogar. Estender tudo, montar um estúdio caseiro e horas intermináveis ao computador. Felizmente tive ao meu lado quem me tivesse apoiado e ajudado com grande cumplicidade. Sobretudo por isso, um momento que não mais irei esquecer.
A selecção de produtos, com uma curadoria eclética muito pessoal, é também um dos pontos fortes da SAL. Sinto orgulho quando marcas reconhecidas e artistas procuram a SAL porque querem estar representados no site. É sinal que estou a fazer a coisa certa.
O facto de se ter uma loja online não quer dizer que se comece a vender loucamente. Existe um enorme trabalho a fazer, de confiança com os subscritores, de comunicação, de planeamento e estratégia. Tudo tem um tempo para acontecer.
Porque sou uma pessoa comunicativa, sinto muita falta do contacto mais próximo com os clientes, isso o online nunca irá substituir por mais emoção que se coloque nas palavras. Mas passei a ter mais liberdade pessoal.