Se anda com vontade de diversificar os seus investimentos e está disposta a aplicar mais de 20 mil euros, não será difícil encontrar quem esteja disposto a aconselhá-la sobre os instrumentos que lhe poderão proporcionar rentabilidades interessantes. A dificuldade está em selecionar a instituição certa.
Um bom começo é escolher alguém que fale uma linguagem acessível e lhe explique de forma clara as possibilidades que existem para o seu dinheiro. E não hesite em perguntar sobre o histórico de rentabilidades da casa para perceber se está no sítio certo. Mas além destas, há mais algumas questões fundamentais que deve colocar antes de decidir entregar o seu dinheiro nas mãos de outras pessoas.
Escolha alguém que fale uma linguagem fácil de entender.
É um profissional de confiança?
Ao fazer esta pergunta está a dar à pessoa à sua frente a possibilidade de lhe explicar qualquer mancha no currículo. De qualquer modo, não deve simplesmente confiar no que lhe dizem. As sociedades a que pertencem estes profissionais são supervisionadas pelo Banco de Portugal e pela CMVM e não perde nada em colocar o nome do seu futuro gestor de património no Google para ver o que lhe aparece.
Como será remunerado?
Ainda que lhe pareça uma pergunta desconfortável ela tem de ser feita e qualquer resposta pouco clara deve ser encarada como uma bandeira vermelha. As condições devem estar bem definidas e serem claras. Geralmente, existem várias comissões associadas a esta atividade – a comissão anual pela gestão do seu património e as comissões sobre as aplicações realizadas. Segundo a Proteste Investe, em alguns casos estas comissões podem rondar os 4%
Há conflito de interesse?
Alguém que recebe comissões de certos investimentos será tentado a vender-lhe esses investimentos. Se é pago para gerir o seu portfólio é provável que invista todas as suas poupanças em vez de a aconselhar, por exemplo, a amortizar uma parte do empréstimo da casa. Por outro lado, se entrega o seu dinheiro a uma instituição bancária é natural que não a aconselhem a investir em produtos da concorrência mesmo quando poderiam ser uma excelente opção para as suas poupanças.
É importante entender se os seus ideais estão de acordo com a política de investimento da gestora de fortunas.
Quem é o cliente-tipo?
Alguém que está habituado a aconselhar empreendedores ou capitalista de risco, talvez não seja a pessoa certa para esclarecer as dúvidas de quem está simplesmente a querer assegurar uma boa reforma. Se a carteira de clientes tiver uma média de idade muito diferente da sua, pense bem se estará a entregar o seu dinheiro nas mãos certas. E seja também cautelosa se perceber que os clientes-tipo são pessoas dispostas a correr riscos elevados na esperança de obter ganhos também elevados, quando este não é o seu perfil de investimento.
Com que frequência vão conversar?
Ao entregar o seu dinheiro nas mãos de um especialista está à espera que ele o conduza da melhor forma por caminhos desconhecidos. Mas há que perceber se ele está entusiasmado em dar-lhe esse apoio ou se espera que o deixe tranquilo para se dedicar a clientes mais rentáveis. É importante perceber como será a vossa relação no futuro antes de selarem essa ‘união’.