Maria João Avillez, uma referência do jornalismo político nacional é a vencedora do Prémio Consagração dos Prémios Dona Antónia Adelaide Ferreira, que têm como objetivo, desde a sua génese, em 1988, distinguir e prestigiar mulheres portuguesas com um percurso de vida excecional, que se destacam pelas suas qualidades humanas, espírito empreendedor, capacidade de liderança e sensibilidade social, abertura à inovação e constante procura pelo seu próprio desenvolvimento.
O júri, presidido por Artur Santos Silva, entrega anualmente o Prémio Consagração de Carreira, que homenageia um percurso de vida consolidado e merecedor de inequívoco reconhecimento público, e um Prémio Revelação — este ano ganho por Maria do Carmo Teixeira Bastos —, que procura enaltecer uma carreira de relevância em fase de afirmação e desenvolvimento.
Todas as vencedoras são protagonistas de uma história única e diferente, seguindo o exemplo da vida e obra de Dona Antónia e identificando-se com os valores pessoais e profissionais personificados pela mesma. Personagem ímpar na história do Douro, empreendedora e de forte caráter humanista, Dona Antónia inspirou, de forma determinante, o desenvolvimento da grande casa de Vinho do Porto, Porto Ferreira, e de toda a viticultura duriense, contribuindo para o desenvolvimento económico, social e cultural do nosso país.
“É com grande responsabilidade e sentido de missão que a Sogrape promove, ano após ano, este prémio enquadrado no seu plano de responsabilidade social. Ao distinguir mulheres notáveis que pelas suas características humanas e competências profissionais têm deixado uma marca positiva nas nossas comunidades e no nosso país, a Sogrape está não só a reconhecer, com toda a justiça, o empenho e a obra por elas realizada mas também, e acima de tudo, a promover role models que podem inspirar mais jovens mulheres a empreender e a contribuir para um mundo melhor”, refere Raquel Seabra, administradora executiva da Sogrape.
Prémio Consagração: Maria João Avillez
Maria João Avillez dedicou a sua carreira ao jornalismo, sendo reconhecida como a “cronista da política portuguesa”, uma vez que é a mulher que escreveu os livros mais icónicos dos últimos 50 anos na área da política, com especial foco entre os protagonistas políticos do pós-25 de abril. Sempre se destacou pelo seu poder de observação e gosto por contar histórias e do jornalismo “cara a cara”, dotada de uma curiosidade sem fim.
Com apenas 17 anos iniciou-se na área da comunicação social como locutora do Programa Juvenil da Radiotelevisão Portuguesa, acompanhada de João Lobo Antunes, Júlio Isidro e Lídia Franco. Começou a desenhar a sua carreira passando pela Rádio Renascença, TSF, RTP, Público, Diário de Notícias e Expresso, onde assinou centenas de programas semanais de rádio e televisão, e se fez notar no semanário de Francisco Pinto Balsemão e Marcelo Rebelo de Sousa. Em 1981 venceu o Prémio EFE, entre 350 candidaturas, para a Melhor Reportagem do Ano, com a peça “Sá Carneiro – o Último Retrato”. Já na SIC Notícias, onde trabalhou desde a sua fundação, conduziu o programa Conversa Afiada, entre 2001 e 2003, onde recebeu personalidades ímpares da sociedade portuguesa, desde políticos, jornalistas, escritores ou artistas plásticos, tendo depois abraçado o projeto Outras Conversas, dedicado a entrevistas políticas. Mais recentemente foi comentadora de assuntos políticos na TVI24 e cronista na revista Sábado, no Rádio Clube Português e no Observador, desde 2014. Foi precisamente neste ano que foi ainda condecorada como Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Entre os livros que escreveu e se mantêm imortalizados, destacam-se Entre Palavras, em 1984, quatro livros dedicados a Mário Soares, entre os quais uma biografia autorizada – Soares – o Presidente, em 1996, e ainda Conversas com Álvaro Cunhal, em 2004. Esta é a segunda vez que os Prémios Dona Antónia destacam uma das personalidades mais marcantes da comunicação social, após o reconhecimento de Teresa de Sousa em 2014, na 26ª edição.
Sobre Dona Antónia Adelaide Ferreira
Dois séculos depois do nascimento de Dona Antónia Adelaide Ferreira (1811-1896), que os seus conterrâneos apelidaram carinhosamente de “Ferreirinha”, evocar esta figura ímpar da história do Douro Vinhateiro é prestar uma justa homenagem a uma mulher que se tornou um símbolo não só do empreendedorismo e da viticultura duriense, mas também um exemplo maior do altruísmo e da generosidade para com os mais necessitados.
Dona Antónia faleceu a 26 de março de 1896 quando estava prestes a completar 85 anos de uma vida intensa ao serviço da causa do Douro Vinhateiro e dos seus habitantes, principalmente os mais pobres e desfavorecidos, tendo sido sem dúvida uma das personalidades mais marcantes da história de uma das primeiras e mais importantes regiões demarcadas da viticultura em todo o Mundo.
Esta mulher franzina, mas também vibrante e corajosa, tornou-se um símbolo raro de empreendedorismo e é hoje recordada como um exemplo de tenacidade no combate ao drama e à miséria que se abateram sobre a região do Douro em consequência da praga da filoxera, destruidora de grandes vinhedos e dos sonhos de muitos agricultores arruinados. Um cenário de desolação a que a Ferreirinha soube responder com firmeza na luta contra a doença das videiras, através da investigação dos processos mais evoluídos de produção do vinho, de novas grandes plantações de vinha e de aquisições avultadas de terras e de vinhos a proprietários temerosos e descapitalizados.
Herdeira de uma família abastada do Douro com uma importante atividade no cultivo da vinha e na produção de Vinho do Porto, Dona Antónia viu-se na contingência, aos 33 anos de idade, após ter enviuvado, de assumir a liderança dos negócios familiares e de desenvolver aquela que viria a ser a casa FERREIRA – missão que cumpriu com raro brilhantismo, revelando uma extraordinária vocação empresarial.
Mas Dona Antónia não se limitou a gerir a fortuna recebida por herança. Antes investiu, de forma apaixonada e intensa, na Região do Douro que tanto amou, sem esperar pela proteção ou apoio do Estado. Da Ferreirinha se dizia que era generosa com os pobres e mais fracos, mas altiva com os mais ricos e poderosos; e que estava com a mesma naturalidade em casa dos trabalhadores mais modestos ou no Palácio Real. Todos estes atributos, a que se juntaram os seus vinhos finos, de qualidade premiada nas mais prestigiadas exposições internacionais, contribuíram para que esta mulher ímpar tenha adquirido uma aura mítica no mundo dos negócios, na Região do Douro, estendendo-se o seu reconhecimento a nível nacional.
PREMIADAS DAS EDIÇÕES ANTERIORES
1ª edição – Prémio 1988
Maria do Rosário Nunes de Carvalho Teixeira
2ª edição – Prémio 1989
Maria Cândida Oliveira Sousa Morais
3ª edição – Prémio 1990
Catarina Hall (Prémio estímulo / MBA)
4ª edição – Prémio 1991
Maria do Carmo Portela de Herédia Vieira da Fonseca
5ª edição – Prémio 1992
Elisa Ferreira
6ª edição – Prémio 1993
Ana Maria Guedes Antunes de Oliveira (Prémio estímulo / MBA)
7ª edição – Prémio 1994
Rosalina Machado
8ª edição – Prémio 1995
Isabel Maria Lucena Vasconcelos Mota
9ª edição – Prémio 1996
Maria Teresa da Silva Lopes (Prémio estímulo / MBA)
10ª edição – Prémio 1997
Vera Nobre da Costa
11ª edição – Prémio 1998
Estela de Magalhães Barbot
12ª edição – Prémio 1999
Graça Maria Cavaco de Morais (Prémio estímulo / MBA)
13ª edição – Prémio 2000
Maria de Jesus Barroso Soares
14ª edição – Prémio 2001
Graça Viterbo
15ª edição – Prémio 2002
Ana Teresa Tavares (Prémio estímulo / MBA)
16ª edição – Prémio 2003
Inês Costa Garcia / Maria João Teixeira Queiroz
17ª edição – Prémio 2004
Mafalda Mendes de Almeida
18ª edição – Prémio 2005
Catarina Sismeiro / Joana Resende (Prémio estímulo / MBA)
19ª edição – Prémio 2006
Maria da Purificação Tavares
20ª edição – Prémio 2007
Isabel Jonet
21ª edição – Prémio 2008
Joana Santos Silva
22ª edição – Prémio 2009
Joana Carneiro
23ª edição – Prémio 2010
Leonor Beleza
24ª edição – Prémio 2011
Raquel Seabra
25ª edição – Prémios 2012
Maria do Carmo Fonseca
26ª edição – Prémios 2013
Prémio Consagração de Carreira: Luísa Bastos Almeida
Prémio Revelação: Marta Brandão
27ª edição – Prémios 2014
Prémio Consagração de Carreira: Teresa de Sousa
Prémio Revelação: Ana Ventura Miranda
28ª edição – Prémios 2015
Prémio Consagração de Carreira: Teodora Cardoso
Prémio Revelação: Raquel Oliveira
29ª edição – Prémios de 2016
Prémio de Consagração de Carreira: Maria Amélia Ferreira
Prémio Revelação: Leonor Teles
30ª edição – Prémios de 2017
Prémio Consagração de Carreira: Ana Pinho
Prémio Revelação: Nádia Piazza
31ª edição – Prémios de 2018
Prémio Consagração de Carreira: Isabel Furtado
Prémio Revelação: Cristina Fonseca
32ª edição – Prémios de 2019
Prémio Consagração de Carreira: Maria Manuel Mota
Prémio Revelação: Sara do Ó
33ª edição – Prémios de 2020
Prémio Consagração de Carreira: Catarina Furtado
Prémio Revelação: Alexandra Machado