Portugal é o 6º melhor país para mulheres empreendedoras

E somos também o 10º país com mais proprietárias de negócios. As conclusões são de um estudo que analisou 57 países. Mas será que as portuguesas estão assim tão confiantes nos apoios ao empreendedorismo?

43% das portuguesas gostariam de abrir o seu negócio, mas só 17% está realmente determinada a seguir em frente, segundo um estudo da Metro.

Portugal é o 6º país do mundo com melhores oportunidades e condições de apoio para as mulheres prosperarem enquanto empreendedoras, segundo as conclusões do Mastercard Index para o Empreendedorismo Feminino, realizado em 57 países de cinco regiões do globo, e no qual o nosso país fica colocado à frente da Austrália, Bélgica ou Reino Unido.

Portugal surge também no 10º lugar quanto ao número de mulheres proprietárias de negócios (28,7% do total de empresários).

Sem grandes surpresas, o Index concluiu que as mulheres empreendedoras prosperam mais nas economias mais desenvolvidas, de que são exemplo os três mercados que lideram o Index — Nova Zelândia, Suécia e Canadá — graças ao acesso a um conjunto vasto de recursos, incluindo programas académicos, oportunidades de formação, acesso a capital e serviços financeiros, quando comparadas com as suas pares em marcados emergentes.

43% das portuguesas gostariam de ter o seu negócio

Um outro estudo internacional, o Private Business Study, desenvolvido pelo grupo METRO (proprietário da Makro) em 10 países, atesta também a grande vontade de empreendedorismo das portuguesas. Na pesquisa, 43% das portuguesas afirmaram ter o sonho de abrir um negócio próprio. No entanto, confrontando a intenção com a realidade, apenas 17% refere que vai tentar fazê-lo num futuro próximo, percentagem ainda assim ligeiramente acima da média global (13%) e que coloca Portugal na 2.ª posição do ranking, apenas atrás da China (21%).

As principais razões apontadas pelas portuguesas para abrirem o seu próprio negócio são a satisfação pela criação de uma empresa por iniciativa própria (38%) e a vontade de serem chefes de si mesmas (33%). Apenas 6% referiam que o fariam com o objetivo de tentar enriquecer. As inquiridas nacionais estão, porém, bem cientes dos obstáculos ao seu desejo empreendedor: a falta de apoio financeiro (56%), a situação económica que o país atravessa (53%), a burocracia (43%), seguidos da existência de muitas taxas e impostos (36%) e da falta de aconselhamento (16%) são as principais barreiras apontadas.

No nosso país, do total dos inquiridos (homens e mulheres), 83% afirma que deveriam existir programas governamentais que incentivem e apoiem as mulheres a criar negócios próprios. Ainda assim, apenas 8% afirma que é mais difícil para elas terem sucesso, a percentagem mais baixa dos 10 países presentes no estudo.

Necessidade e preconceito

O preconceito de género continua a ser o principal entrave ao empreendedorismo feminino, a nível mundial. E nem os mercados mais desenvolvidos não são imunes a ele, como relata o estudo Mastercard Index. O Japão, por exemplo, registou o maior declínio neste ranking, arrastado pela descida significativa na percentagem de mulheres empresárias (-30,9%). A análise do estudo aponta responsabilidades à visão da mulher na cultura nipónica, como inferior ao homem em contextos sociais e empresariais.

Outra das razões para números mais baixos do que seria de esperar no que respeita a empreendedorismo feminino, prendem-se com a falta de motivação e de autoconfiança das próprias mulheres, mesmo em países com sistemas de regulamentação eficientes e fácil acesso a vários recursos, como acontece na Bélgica, Alemanha e Reino Unido.

Por outro lado, economias em vias de desenvolvimento, como o Gana (46,4%), Uganda (33,8%) e o Vietname (31,3%) apresentaram as maiores taxas de empreendedorismo feminino, por comparação com países mais desenvolvidos. Aqui a necessidade de sobrevivência é o principal catalisador para as mulheres abrirem os seus próprios negócios, apesar da falta de capital financeiro e do acesso à educação em geral. Os negócios tendem a assumir a forma de auto-emprego, provavelmente no setor informal, menos tecnológico e de pequena escala. Em outros mercados estimulados pela necessidade, como a Indonésia, o Brasil, o México e a Nigéria, as mulheres mostraram a mesma probabilidade que os homens de se envolverem no empreendedorismo.

10 mercados com melhores oportunidades para empreendedoras:

1. Nova Zelândia – 74.2
2. Suécia – 71.3
3. Canadá – 70.9
4. Estados Unidos – 70.8
5. Singapura – 69.2
6. Portugal – 69.1
7. Austrália – 68.9
8. Bélgica – 68.7
9. Filipinas – 68.0
10. Reino Unido – 67.9

Mulheres proprietárias de empresas face à % total:

1. Gana – 46.4
2. Rússia – 34.6
3. Uganda – 33.8
4. Nova Zelândia – 33.0
5. Austrália – 32.1
6. Vietname – 31.3 
7. Polónia – 30.3
8. Espanha – 29.4
9. Roménia -28.9
10. Portugal – 28.7
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