Durante mais de meio século, a L’Oréal Paris quebrou as barreiras que impedem as mulheres de afirmarem a sua autoestima. O icónico slogan Because I’m Worth It, um dos pilares da gigante francesa de beleza, criado em 1973, cuja missão é empoderar e capacitar as mulheres a expressar o seu valor, serviu de inspiração para a mais recente campanha Worth It Resume da marca, que visa criar uma nova definição de sucesso. “É uma homenagem aos desafios e aos fracassos, que todas enfrentamos e que são, na verdade, os degraus para o sucesso”, afirma Dephine Viguier-Hovasse, presidente global da marca, em comunicado citado pela Marketing Dive.
A campanha, criada em conjunto com a McCann, e baseada numa pesquisa da KPMG, que revelou que 81% das mulheres sentem mais pressão para não falhar do que os homens, pretende mudar esta narrativa, inspirando as mulheres de todo o mundo a serem empreendedoras sem medo do fracasso, porque estes não definem o seu valor.
As embaixadoras da L’Óreal, as atrizes de sucesso Helen Mirren, Jane Fonda, Eva Longoria, Aja Naomi King e Andie MacDowell, partilharam nas suas páginas de LinkedIn, o ‘currículo’ de alguns dos maiores fracassos das suas carreiras para apoiar a iniciativa. A marca subverteu intencionalmente o que normalmente se partilha nesta rede profissional, as vitórias e os pontos altos da carreira, “destacando as lutas, os fracassos e os contratempos que levaram [estas celebridades] ao patamar em que se encontram hoje, encorajando outras a fazerem o mesmo.”
Os fracassos de cinco atrizes de sucesso
Helen Mirren que tinha medo de ser rejeitada na escola de teatro e não impressionou no seu primeiro papel importante, confessa que ainda hoje luta para superar a procrastinação. “Deixem-me contar-vos um pequeno segredo sobre o fracasso e o sucesso”, revela no seu ‘currículo’ de LinkedIn, citado pelo bizwomen. “O sucesso é maravilhoso, mas não nos leva a lado nenhum. Evitar o fracasso significa perder oportunidades cruciais. Todos os fracassos ajudaram-me a tornar-me uma atriz que ganhou 1 Oscar, 4 BAFTAs, 3 Globos de Ouro, 5 Emmy Awards e 1 Tony Award.”
Aja Naomi King, a jovem atriz que brilhou na série televisiva How to Get Away with Murder, conta que foi rejeitada várias vezes e como foi difícil lidar emocionalmente com essa dor da rejeição e a vergonha. Também Eva Longoria revela que foi rejeitada para mais de 100 papéis por ser “demasiado latina ou por não era suficientemente latina”. No seu ‘currículo’ no LinkdIn afirma que na sua vida “alguns fracassos valeram mais do que sucessos. Mostraram-me do que sou verdadeiramente capaz. Muitas vezes esquecemo-nos que os fracassos nos moldam e que também podem fazer parte das nossas conquistas.”
As mulheres sentem muita pressão para não falharem, “mas se evitarmos o fracasso, estamos também a perder oportunidades cruciais”, salienta a lendária Jane Fonda, que conta como depois de cometer repetidamente o mesmo erro aos 60 e aos 70 anos, teve de aprender a não ter pressa e a não tentar provar nada e hoje, aos 86 anos, “já não vou demasiado depressa e ouço com mais atenção e com mais humildade.”
Para Andie McDowell, uma das maiores estrelas do cinema, não conseguir o papel que se quer é difícil, mas não conseguir nenhum durante anos e anos é o pior. “Consegui o meu primeiro papel aos 23 anos e só consegui o segundo aos 26. E isso não aconteceu só uma vez. Aconteceu uma e outra vez.” E explica: “A dada altura, cheguei a pensar em mudar de carreira. Mas estou tão feliz por não ter desistido, foi apenas uma parte do meu percurso, fez-me explorar e experimentar coisas novas e acreditar ainda mais em mim.”
