O que impede as mulheres de chegarem ao topo?

O tempo passado fora do mercado de trabalho, seja por licença de maternidade, doença ou desemprego, é o fator que mais contribui para travar a ascensão de mulheres a cargos de CEO, é a principal conclusão de um estudo escandinavo.

O tempo passado fora do mercado de trabalho, é o fator que mais contribui para haver menos mulheres CEO

É a pergunta de um milhão de dólares que deu origem a inúmeros artigos de reflexão depois de, há uma década, a ex-executiva da Meta, Sheryl Sandberg, ter dito às mulheres para se “apoiarem”. Muitos fatores, como os preconceitos e os níveis de ambição, são difíceis de medir. Mas os investigadores da Universidade de Aalto, na Finlândia, tentaram encontrar elementos que pudessem ser quantificados através de dados.

De acordo com a análise das carreiras de 143 mil licenciados na Suécia, o tempo passado fora do mercado de trabalho, seja por licença parental, doença ou desemprego é, de longe, o fator que mais contribui para haver menos mulheres CEO, e explica que a disparidade de género nestes cargos seja de 26%, aumentando para 41% quando têm filhos, divulga o Financial Times. Mesmo assim, a eliminação da chamada penalização da maternidade não resolverá o problema por si só. Apesar das diferenças se acentuarem após o nascimento do primeiro filho, e de se diluirem à medida que os filhos crescem, não regressam aos níveis anteriores, durante os 10 anos seguintes, revela o estudo.

Outro fator de peso tem a ver com as áreas de trabalho. Os homens são mais numerosos do que as mulheres nas áreas financeira, comercial e de produção, onde os cargos executivos são mais requisitados, e têm uma maior presença masculina. Para os investigadores do estudo, ainda que não exista uma solução milagrosa para colmatar a disparidade de género em cargos C-level, haver mais empresas a garantir direitos iguais de licença parental seria passo importante nesse sentido.

 

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