O futuro está já aí

A economia tem de continuar a funcionar, as empresas a produzir, mas a sustentabilidade ambiental é que é essencial para assegurar o futuro da humanidade.

Ana Botin presidente executiva do Grupo Santander, afirmou, num artigo publicado este ano, que o sector financeiro tem um papel fundamental na mudança, e por uma razão óbvia – financia a economia. E que bancos como o seu, um dos maiores do mundo, têm a responsabilidade de ajudar as pessoas e negócios a cortar as emissões, e de apoiar a transição para uma economia mais verde, o que parece já estar a acontecer. E salienta também que a pandemia da Covid 19 pode ter suspendido a economia, mas não as mudanças climáticas, até porque a temperatura mundial continua a aumentar muito para cima do limite de 1,5ºC estabelecido na Cimeira do Clima de Paris, que decorreu em 2015.

 

Emissões zero

O nosso país está atualmente a preparar o caminho para o estabelecimento da sua Lei do Clima, porque é essencial assegurar que as emissões zero de gases com efeito de estufa são atingidas em 2050 também por cá, como a Comissão Europeia e todos os signatários do Pacto Ecológico Europeu (PEE) pretendem. Apresentado no final de 2019, este documento é sobretudo uma estratégia de crescimento para transformar a União Europeia (UE) numa economia moderna, eficiente no aproveitamento dos recursos e competitiva. E também num espaço onde não existam emissões líquidas de gases com efeito de estufa em 2050, o crescimento económico esteja dissociado da exploração dos recursos e onde ninguém, nem nenhuma região, seja deixado para trás.

Para garantir que este roteiro para tornar a economia da União Europeia sustentável é cumprido, a Comissão Europeia estabeleceu a Lei Europeia do Clima.  Destina-se a assegurar que todas as políticas da UE contribuem para este objetivo e que todos os setores da economia e da sociedade participam no esforço. Mas, para isso acontecer, é necessário definir orientações, de longo prazo, para a neutralidade climática ser atingida através de um caminho que seja facilmente previsível para as pessoas e os agentes económicos, assegurando a igualdade de oportunidades. Segundo a Comissão Europeia, o processo tem de ser feito de forma socialmente justa e eficiente em termos de custos.

Como é preciso assegurar que a transição para a neutralidade climática é irreversível, as instituições europeias e os estados-membros são obrigados a tomar as medidas necessárias para cumprir esta meta, até porque é essencial promover a equidade e a solidariedade entre os países envolvidos. Portugal incluído, como é evidente.

 

Mudança de mentalidades

É um trabalho que tem de ser feito por todos e implica uma mudança de mentalidades que já começou, mas que ainda está longe de ser suficientemente abrangente. Inclui, para além da transição energética da economia e das suas instituições e empresas, a mudança na forma como tratam os seus resíduos e/ou os reciclam, e a maneira como envolvem toda a sua cadeia de valor, dos fornecedores ao cliente final, na sua aposta no verde.

A economia tem de continuar a funcionar, as empresas têm de manter-se a produzir e fornecer serviços, as pessoas a alimentar-se, dessedentar-se, mover-se, usufruir de cuidados de saúde e de momentos de lazer, em paralelo com a estabilização da natureza. Mas a sustentabilidade ambiental é uma necessidade e é essencial. É o futuro e está já aí.

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