O que mudou quando mudei: Ângela Crespo

De uma assentada, na Siemens Healthnieers, a executiva mudou de função e de região. Partiu com a família para o Dubai onde Head of HR Middle East and Southern & Eastern Africa at Siemens Healthineers. Uma transição feita em plena pandemia.

Ângela Crespo é head of HR Middle East and Southern & Eastern Africa at Siemens Healthineers.

Licenciada em Psicologia Organizacional pelo ISPA , iniciou a sua vida profissional em 2001, como consultora de Recursos Humanos na RH XXI. Cinco anos depois, em Junho de 2006, ingressava no grupo Siemens como HR Business Partner. Nesta empresa, em 2013 tornou-se  HR Services Manager e em 2015 alargou a sua responsabilidade a HR Business Partner Portugal and South West Europe Region.

Em 2016  ingressou na Siemens Healthnieers como head of HR Western Europe & Western Africa, e depois head of Global HR Services and Process Management. Agora, no Dubai, enquanto o Dubai Head of HR Middle East and Southern & Eastern Africa da Siemens Healthineers, regressa a uma função que já desempenhara, mas com muitos desafios pelo meio. Veja o que mudou na sua vida e como se preparou para esta transição.

 

“De uma assentada, na mesma empresa, a Siemens Healthineers, mudei de função e de região. No início de setembro, decidi abraçar um novo desafio, desta vez com a adrenalina adicional de fazer as malas e embarcar com a família numa nova aventura. Aceitei a função de head of Human Resources Middle East and Southern & Eastern Africa na Siemens Healthineers. Estou agora baseada no Dubai, com a minha equipa de HR (Recursos Humanos) espalhada entre os Emirados, a Arábia Saudita, o Egipto e a Áfica do Sul.

Ainda que a função em si seja uma velha conhecida, a mudança de região implica muitos desafios. As leis laborais são diferentes no Médio Oriente. A cultura é também diferente. E tudo isso oferece uma tremenda aprendizagem.

O desafio de uma nova cultura

O Dubai é um melting pot the expatriados. Só no nosso escritório temos quase 50 nacionalidades diferentes, por isso nem consigo dizer que haja, em termos de trabalho, uma cultura dominante. Sobre os desafios de mudar para uma região onde a cultura é outra (ou as várias culturas porque existem diferenças significativas entre os vários países que compõem esta região) so far so good. Até agora não tive um único momento estranho, relativamente ao facto de ser mulher. Tenho inclusive homens na equipa que me reporta e não houve nunca qualquer questão. Se isto é uma questão da cultura da nossa empresa ou sinais de mudança generalizada ainda não sei dizer.

Obviamente que não esperava que o comportamento das pessoas e a cultura fosse a que conheço da Europa Ocidental. Antes de vir, li When in the Arab World. Foi super importante ler este livro, que aconselho a qualquer pessoa que planeie vir para o Médio Oriente.

Considero importante que respeitemos as diferenças e que consigamos ter o distanciamento suficiente para saber que our way it’s not necessarily the only way. Obviamente que haverá sempre situações que nos serão difíceis ou, às vezes, apenas estranhas. Que existem conflitos com os nossos valores ocidentais que provavelmente serão difíceis de tolerar, mas essas ponderações devem ser feitas antes de vir. Vir para o Médio Oriente sem saber o que é a Sharia Law ou sem, no mínimo, perceber o papel da religião na sociedade (e por consequência no mundo corporativo) é imprudente.

As contingências da pandemia

Depois de quatro anos de vida de aeroporto, para já não tenho milhas na bagagem, uma realidade dos dias de correm. Passo 80 a 90% do meu tempo em home office e não conheci quase ninguém in-person.

A minha família veio comigo. Ponderámos e pareceu-nos um passo importante para a família, mas em tempos de COVID-19 a verdade é que ainda não conseguimos confirmar a nossa teoria. À partida, o Dubai parece um país espectacular para as crianças crescerem. Temos uma boa qualidade de vida e as crianças ainda mais. Não estão o dia todo enfiadas na escola, passam 12 meses de calções e de t-shirt e não haverá actividade que queiram fazer que não se encontre aqui. Como diz um amigo que conhecemos já aqui, isto é um autêntico parque de diversões para crianças, mas também para adultos.

Tenho muita vontade de conhecer os outros países, pois sei bem que o Dubai não representa a realidade da região. Mas para já não há viagens, neste novo mundo em que temos que aprender a navegar. Aguardemos por melhores tempos.”

Ângela Crespo partiu com a família para o Dubai.

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