“A Tabaqueira está a liderar uma transformação altamente disruptiva e sem precedentes no seu setor”, começa por explicar Julia Denzel, diretora de Pessoas & Cultura da subsidiária portuguesa, a Tabaqueira. A transição que pretende substituir os cigarros por alternativas sem combustão assenta em três pilares: “cultura adequada, organização eficaz e desenvolvimento sustentável de talentos”. O processo começa por dentro e a igualdade de género é um dos eixos fundamentais.
Na Tabaqueira, companhia onde convivem 1500 trabalhadores de cerca de 40 nacionalidades e onde se fala mais de 20 idiomas, sendo que o inglês é a língua franca, o gap de género na liderança tem vindo sempre a diminuir e, neste momento, “48% dos cargos de liderança no mercado português já são ocupados por mulheres”. Entre outras conquistas, a Tabaqueira foi a primeira empresa em Portugal a obter a certificação em igualdade salarial.
Julia Denzel é licenciada em Direito e trabalhou nos Estados Unidos, na Alemanha e na África do Sul. Vinda da SAP, entrou para a Philip Morris em 2013 como
Está há cerca de um ano e meio na Tabaqueira, a liderar a área de Pessoas e Cultura. O que a fez aceitar este desafio de uma carreira internacional?
Em primeiro lugar, fiquei curiosa com a grande oportunidade que se apresentou de sair da minha zona de conforto, o que representaria crescimento a nível pessoal e profissional, algo que valorizo imensamente na Philip Morris Internacional (PMI). Em segundo lugar, atraiu-me a possibilidade de, numa empresa com uma longa história e uma enorme relevância para a economia de um país e que mantém um perfil inovador e voltado para o futuro, poder contribuir para a consolidação de uma cultura organizacional forte e sustentável, focada no engagement, inovação e crescimento.
A Tabaqueira integrou a PMI em 1997 e, desde a privatização, a PMI já investiu mais de 400 milhões de euros na fábrica em Sintra permitindo, não só a modernização da sua unidade produtiva – apostando em tecnologia e automação, inteligência artificial e investigação & desenvolvimento –, como a atração de centros de excelência da PMI que, a partir de Portugal, dão suporte operacional a diversos mercados do grupo, em todo o mundo. Fruto desse crescimento sustentado – que faz da Tabaqueira um dos maiores centros produtivos da PMI na Europa e a coloca como um dos principais grupos exportadores em Portugal, integrando o TOP10 – o número de trabalhadores duplicou nos últimos dois anos para cerca de 1500 pessoas. Este footprint, combinado com a diversidade e talento da organização, traz imensa responsabilidade e oportunidades na área de Pessoas & Cultura. O facto de cerca de metade desta força de trabalho ter menos de 35 anos e de 10% serem profissionais estrangeiros altamente qualificados é prova da transformação positiva, crescimento e atratividade do negócio da Tabaqueira. Poder contribuir para essa transformação em conjunto com a minha equipa enche-me de orgulho e tem representado uma enorme oportunidade de crescimento num ambiente completamente diferente.
Como se deu a adaptação a um novo mercado?
A hospitalidade da cultura portuguesa e as condições atrativas da nossa empresa são, de facto, uma constante, que nos faz sentir sempre bem-vindos. Além de que o ambiente na Tabaqueira é multicultural, o que ajuda bastante à adaptação e à entreajuda: na companhia existem cerca de 40 nacionalidades representadas entre os 1500 trabalhadores e são falados mais de 20 idiomas, sendo que o inglês é a língua transversal às diversas áreas. Por isso, no ano passado, desenvolvemos o conceito “Beyond Borders Connect”, onde pessoas de diversas nacionalidades se reúnem, partilham experiências e criam laços, o que permite facilitar a integração de quem chega de fora, no dia a dia da empresa.
Assim que entramos na Tabaqueira, percebemos logo que somos guiados pelo compromisso, pela paixão, pela cooperação, pela agilidade, diversidade e inclusão. Para além disso, existe uma cultura de grande sentido de cuidado entre colegas e as amizades são muito comuns. No geral, não me surpreende haver um sentimento de pertença tão grande. Estas “matérias-primas” são de grande valor para a organização e é importante mantê-las alinhadas com as nossas estratégias, baseando-nos nos resultados das nossas sondagens e na escuta ativa e direcionada das nossas pessoas, de forma a melhorar progressivamente a sua experiência.
Que principais diferenças regista entre a PMI Alemanha e Portugal?
Para mim, Portugal tem algumas especificidades bastante relevantes e únicas. A unidade fabril da Tabaqueira, em Sintra, é o centro operacional do grupo para toda a Europa. Além disso, há Centros de Excelência e Departamentos Globais, como o Centro de Agronomia, o Departamento de Corporate Audit e o IT Hub, que prestam serviços de alto valor a diversos mercados mundiais.
No total, em 2023, o valor das exportações, relativas a produtos e a serviços de alto valor acrescentado, ascendeu a 828 milhões de euros, o que foi o melhor resultado de sempre. Estes serviços são prestados a partir de Sintra para o mundo, numa prestação de serviços de excelência a nível global, e constitui, por conseguinte, um contributo significativo para a nossa transformação.
A meu ver, o diferencial passa pela localização estratégica das instalações em Portugal. A fábrica e o IT Hub encontram-se no mesmo complexo, em edifícios paralelos, contribuindo assim para a diversidade notória da Tabaqueira, que tem uma excelente reputação em Portugal. Agregadora de talento qualificado e diversificado, a Tabaqueira oferece ainda inúmeras oportunidades de crescimento e colaboração às suas pessoas. Ter todas estas funções no mesmo complexo, com esta proximidade, não só proporciona oportunidades de desenvolvimento de talentos e de colaboração infinitas, como também estabelece uma base diversificada que pode ser aproveitada para fortalecer a empresa e a sua reputação.
Os valores da cultura organizacional da PMI (“Cuidamos”; “Juntos somos melhores”; “Somos game-changers”), são transversais a todos os mercados e eu tenho tido a sorte de trabalhar em subsidiárias fantásticas, mas há sempre especificidades. Assim que entramos na Tabaqueira, percebemos logo que somos guiados pelo compromisso, pela paixão, pela cooperação, pela agilidade, diversidade e inclusão. Para além disso, existe uma cultura de grande sentido de cuidado entre colegas e as amizades são muito comuns. No geral, não me surpreende haver um sentimento de pertença tão grande. Estas “matérias-primas” são de grande valor para a organização e é importante mantê-las alinhadas com as nossas estratégias, baseando-nos nos resultados das nossas sondagens e na escuta ativa e direcionada das nossas pessoas, de forma a melhorar progressivamente a sua experiência.
Qual o principal desafio que veio abraçar?
É importante sublinhar que a Tabaqueira está a liderar uma transformação altamente disruptiva e sem precedentes no seu setor. Esta indústria tem um contributo económico extremamente relevante para o país. A Tabaqueira está a inovar, a investir em tecnologia e em ciência. Importa também referir que Portugal foi o quarto mercado mundial a disponibilizar produtos da PMI. Estes produtos são uma melhor alternativa, sem combustão e menos nocivos. Portugal assume-se como um dos mercados na dianteira desta ambiciosa visão de negócio: fazer dos cigarros uma coisa do passado.
Tudo isto só é possível pela nossa organização excecional. Os ingredientes essenciais são uma cultura adequada, uma organização eficaz e um desenvolvimento sustentável de talentos. Asseguro isso em conjunto com a minha equipa e líderes empresariais. No que toca à cultura, é crucial que, apesar dos nossos índices de diversidade muito positivos, continuemos a promover a inclusão em todas as suas dimensões. Fazemo-lo através dos nossos quadros locais e regionais, bem como dos nossos grupos de colaboradores e projetos. Isto inclui iniciativas focadas na neurodiversidade e nas deficiências.
Além disso, realizamos, de forma regular, eventos empresariais em diversos formatos. Estes eventos promovem interações e conexões sociais, um sentido comum de pertença e um envolvimento em todas as funções. Acreditamos que todos precisam de se sentir valorizados pelo que são. Assim, sentem-se seguros para experimentar e inovar dentro da nossa estratégia comum.
Outra área de foco é a responsabilidade para com o talento na nossa empresa. Fomentar uma mentalidade de crescimento é uma coisa. Garantir uma estratégia de talentos robusta, apoiada por um desenvolvimento orientado para objetivos específicos, é outra. Orgulhamo-nos de investir fortemente em programas de desenvolvimento locais e globais. Para isso, é fundamental conversarmos com as nossas pessoas, inspirarmo-nos nas suas carreiras e estabelecer planos.
Este ano, a PMI lançou um “Global Career Hub”. Este hub visa agrupar elementos diferentes que sirvam de fonte de inspiração e de informação para os colaboradores e os seus líderes. Esta iniciativa reforçou os nossos compromissos locais no âmbito do projeto “Development for Purpose” e das conversas sobre talentos. Afinal, as nossas estratégias nas áreas da cultura, organização e desenvolvimento de talentos têm sido bem articuladas. Elas servem para reforçar a transformação empresarial e criar uma organização sustentável, preparada para o futuro.
É fundamental comprometermo-nos com as nossas pessoas no futuro, ao proporcionar-lhes o upskilling necessário nas mais diversas áreas e, em simultâneo, ao promover a inovação e despertar a curiosidade.
Qual o impacto da área de talento e recursos humanos na transformação do negócio que a PMI está a empreender?
Qualquer mudança começa por dentro. Se queremos concretizar a nossa visão de negócio, tal só será possível se forem as pessoas o principal agente mobilizado para a transformação, se forem embaixadoras do propósito da PMI. Pelo que as pessoas e a cultura organizacional adequadas são os elementos cruciais para a mudança que ambicionamos e que já estamos a concretizar, segundo o último relatório integrado da PMI, que dá nota dos progressos da companhia nas matérias relacionadas com o ESG e com a mitigação dos impactos sociais e ambientais ao nível dos produtos e das operações.
A Tabaqueira é um dos casos de sucesso, o que me leva a reforçar que é fundamental comprometermo-nos com as nossas pessoas no futuro, ao proporcionar-lhes o upskilling necessário nas mais diversas áreas e, em simultâneo, ao promover a inovação e despertar a curiosidade. A concretizar a nossa visão, a título de exemplo, foi recentemente estabelecido com a NOVA SBE um protocolo para formação executiva de 150 trabalhadores, nomeadamente, nas áreas comercial e de liderança, num programa com duração aproximada de um ano e que assenta numa jornada programática que contempla as novas abordagens de liderança e o aprofundamento de novas ferramentas e competências. Por fim, cabe-nos ainda garantir continuamente uma estrutura organizacional adequada à nossa missão. Estas vertentes integram a estratégia da área de Pessoas & Cultura, permitindo assim uma transformação eficaz do nosso negócio.
Sente dificuldade em atrair talento? Quais os perfis que mais procuram e os mais difíceis de encontrar em Portugal?
Atrair talento é um desafio constante para todas as empresas. A Tabaqueira não é exceção, sobretudo à medida que as suas atividades operacionais vão, elas próprias, escalando na cadeia de valor e, logo, nas qualificações e competências necessárias. Felizmente, temos conseguido atrair talento – ou não tivéssemos, desde 2017, quase duplicado o número de trabalhadores e retido uma força de trabalho com menos de 35 anos, que ronda os 50%, tal como demonstra a segunda edição do estudo do Iscte Executive Education, solicitado pela Tabaqueira. Na minha opinião, temos sido capazes de atrair e reter talento porque conseguimos traduzir o propósito da nossa empresa através dos nossos programas de recrutamento, assim como a nossa cultura e oferta alargada de benefícios.
Exemplo disso é o “BoosT”, o nosso prestigiado early career programme, que tem tido uma taxa de retenção de, em média, cerca de 45%. O programa oferece oportunidades a mais de 80 recém-graduados em três áreas-chave: operações (incluindo engenharia e tecnologia), corporativo e comercial (que abrange áreas diversas, como economia, gestão, ciências sociais, finanças, recursos humanos, entre outros). Paralelamente, trabalhamos o programa “Open Sourcing”, que nos permite divulgar todas as oportunidades a nível interno, dando assim oportunidades de crescimento a todas as nossas pessoas. Porém, só tem sido desafiante recrutar perfis muito técnicos, principalmente na área das STEM (Science, Technology, Engineering and Math), onde a concorrência no mercado é maior. Estes perfis são imprescindíveis para o nosso IT Hub, onde muitas dezenas de engenheiros desenvolvem aplicações de software altamente especializadas para toda a cadeia de valor do grupo, dedicadas tanto à agricultura de precisão, como à operação de equipamento fabril, ao e-commerce ou à tecnologia de produto.
A diversidade cultural enriquece a empresa, mas também requer estratégias eficazes para garantir uma integração harmoniosa e produtiva de todos. A comunicação e as barreiras linguísticas, a integração cultural, a gestão de conflitos, o engagement e a inclusão, a adaptação das nossas práticas são algumas das oportunidades que exploramos.
Que desafios levanta o facto de terem recursos humanos de 40 nacionalidades diferentes e como lidam com eles?
Ter uma força de trabalho tão diversificada só traz oportunidades, e a meu ver, temos a obrigação de assumir a responsabilidade de explorar essas mesmas oportunidades enquanto empregadores. A diversidade cultural enriquece a empresa, mas também requer estratégias eficazes para garantir uma integração harmoniosa e produtiva de todos. A comunicação e as barreiras linguísticas, a integração cultural, a gestão de conflitos, o engagement e a inclusão, a adaptação das nossas práticas são algumas das oportunidades que exploramos. Com disponibilidade, flexibilidade, empatia e alguma criatividade é possível adaptar, implementar e fazer funcionar todas as diferenças no mesmo ecossistema Tabaqueira. Esta multiculturalidade também é prova de como o mercado português e a operação da Tabaqueira são tão apetecíveis para trabalhadores de outros países. No final do dia, a diversidade de profissionais e funções resulta num desafio de gestão gratificante, que me motiva a continuar a trabalhar para os desafios disruptivos da indústria.
Mais de um terço da nossa força de trabalho total é já composta por mulheres – ao mesmo tempo que representam quase metade dos cargos de gestão, o que atesta que as suas competências e qualificações são altamente reconhecidas, sendo a base da progressão na nossa organização.
Em relação a mulheres em cargos de gestão e liderança, como se posiciona a Tabaqueira?
Esta é uma das grandes frentes do nosso trabalho em Portugal e na qual somos claramente bem-sucedidos no mercado. Aqui, o gap tem vindo sempre a diminuir e, neste momento, 48% dos cargos de liderança no mercado português já são ocupados por mulheres. Por conseguinte, canalizamos esforços mais específicos nas áreas onde enfrentamos desafios concretos para atrair mulheres, como, por exemplo, no nosso IT Hub. Encaramos a questão de forma holística. Por exemplo, a nível externo, desenvolvemos um conjunto ideal de parcerias ou aprendemos com as experiências de outras empresas. Já a nível interno, disponibilizamos fóruns especializados em exercícios de auscultação, de forma a sensibilizar continuamente para temas como a inclusão e/ou carreiras.
Que preocupações tem a Tabaqueira com a igualdade de género e que políticas foram implementadas para lidar com o assunto e quais os maiores desafios que persistem? Como se propõem ultrapassá-los?
A igualdade de género é um dos nossos principais focos no pilar S da nossa política de sustentabilidade (ESG, em inglês) e está na base de todas as nossas práticas de gestão de pessoas, do recrutamento à retenção, da gestão ao reconhecimento. Todos os anos temos vindo a dar mais oportunidades a trabalhadoras e, neste momento, mais de um terço da nossa força de trabalho total é já composta por mulheres – ao mesmo tempo que representam quase metade dos cargos de gestão, o que atesta que as suas competências e qualificações são altamente reconhecidas, sendo a base da progressão na nossa organização.
Não escondo que nem sempre tem sido fácil encontrar um equilíbrio. Por exemplo, num universo de mais de 200 trabalhadores, no nosso IT Hub, apenas 20% dos cargos de direção são ocupados por mulheres. Precisamente porque sentimos que este é um tema em que temos de trabalhar e fazer mais, o IT Hub lançou, recentemente, um fórum de reflexão sobre como mitigar o gender gap entre homens e mulheres nas organizações e contribuir positivamente para a captação e retenção de talento feminino nas engenharias e tecnologias de informação. Por exemplo, no primeiro encontro, convidámos a Microsoft Portugal para debater a questão da Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) em setores ainda fortemente masculinos, partilhando o caminho percorrido e refletindo sobre as barreiras que dificultam a maior participação de mulheres. Acreditamos que o diálogo e a partilha de experiências promovem a mudança e ajudam a ultrapassar barreiras. Por isso, temos um grupo de reflexão que debate regularmente formas de reduzir o gap de género. Além disso, promovemos a equidade salarial e programas de mentoria específicos para mulheres, visando o seu desenvolvimento pessoal e profissional na companhia.
A Tabaqueira foi a primeira empresa em Portugal a obter a certificação em igualdade salarial. O que é que esta certificação envolve e o que ela vos traz em termos de atratividade como empregador?
Esta certificação reconhece o compromisso assumido pela PMI em matéria de igualdade e criação de um ambiente de trabalho inclusivo com representação equilibrada entre homens e mulheres, atestando que homens e mulheres, nas mesmas funções, têm igualdade salarial. Sem dúvida que é um enorme ativo de atração de talento feminino. Penso que, apesar dos enormes avanços, a sociedade ainda tende a mostrar que existe um gap enorme entre homens e mulheres: não tenho dúvidas que muitas profissionais olham para estas iniciativas como um acelerador para uma sociedade mais justa e inclusiva, por promover essencialmente a meritocracia. Além disso, também servem de incentivo para acompanhar e melhorar as nossas estratégias de forma contínua.
Quais os programas e iniciativas que mais destaca em termos de inclusão, nomeadamente de pessoas com deficiência?
A Tabaqueira estabeleceu uma rede de parcerias especialmente focadas nos temas de diversidade e inclusão, munindo a companhia de mecanismos que permitem um melhor desempenho nesta área, nomeadamente no que à inclusão de pessoas com deficiência diz respeito. Esta rede é constituída por agências de empregabilidade, associações e universidades e respetivos gabinetes, como são exemplo a Valor T, a Operação de Emprego para Pessoas com Deficiência e a Associação Salvador. Graças à parceria com a Valor T foram avaliadas as instalações da Tabaqueira, permitindo identificar pontos a melhorar no que diz respeito à acessibilidade dos espaços. Desta forma, será possível intervir nestes mesmos espaços, tornando-os mais acolhedores e alinhados com as necessidades de todos os trabalhadores, incluindo portadores de deficiência. Um dos focos para 2025 será a melhoria da acessibilidade, incluindo nas nossas instalações fabris. Além disso, estamos a adquirir conhecimentos valiosos através das nossas parcerias, permitindo-nos planear, implementar mais iniciativas e consciencializar, garantindo que atraímos todos, independentemente de qualquer condição. Começámos com um trabalho de base importante e sabemos que é uma longa caminhada, mas estamos prontos para a enfrentar e convidamos todos a juntarem-se a nós nesta caminhada.
A saúde mental é hoje um tema incontornável na gestão de pessoas. Que políticas tem a Tabaqueira implementado para a promoção da saúde mental dos seus quadros?
A saúde mental é fundamental para o bem-estar dos trabalhadores. Uma das nossas prioridades é acabar com o estigma em torno das conversas sobre saúde mental, pelo que, para tal, a PMI criou um programa de apoio aos trabalhadores, a nível global, que engloba, entre outras funções, apoio psicológico. Localmente, existem consultas de psicologia no centro médico da Tabaqueira e cobertura para consultas de psicologia no seguro de saúde. Na PMI, o Wellbeing Advisory Group, liderado por trabalhadores, é um grupo diversificado que inclui líderes seniores e defensores do bem-estar de várias funções e regiões. Este grupo auxiliou na elaboração do plano anual e no lançamento de novas iniciativas, como o grupo “Wellbeing Champions”, que já conta com mais de 40 pessoas, incluindo executivos, trabalhadores da fábrica, estagiários e profissionais que se juntaram recentemente à empresa. A adesão ao grupo é voluntária, mas para se tornarem “Wellbeing Champions”, os nossos colaboradores têm de completar uma formação obrigatória de oito horas, onde aprendem mais sobre os benefícios e programas de bem-estar gratuitos da empresa e realizam atividades de grupo para discutir e abordar temas como a ansiedade e a depressão. Estamos certos de que os “Wellbeing Champions” nos ajudam a encaminhar preocupações para outras ferramentas de apoio, se necessário. Como o bem-estar dos nossos colaboradores é uma das nossas principais preocupações, também os acompanhamos regularmente através das nossas sondagens e os nossos resultados mais recentes mostram progressos significativos e resultados positivos, o que evidencia a concretização dos nossos esforços.
O que são e que atividade desenvolvem os Employee Resource Groups da Tabaqueira? Em que áreas atuam?
Os Employee Resource Groups (ERG) são espaços de diálogo que se revelam necessários num mundo cada vez mais complexo. Fazer com que os trabalhadores assumam o seu “eu autêntico” é fundamental para a construção de um ambiente de bem-estar e produtividade reais. Desta forma, os ERG são determinantes na construção contínua de uma cultura de trabalho inclusiva, uma vez que promovem o debate, colocam em perspetiva preconceitos e ideias feitas, apontam caminhos diversos e de futuro. Na Tabaqueira, existem vários grupos locais, como o “Women’s Inspiration Network (WIN)”, que pretende promover o diálogo sobre questões de género; o “STRIPES”, para diálogo sobre LGBTQIA+; o “PARENTS”, que atua como uma voz para apoiar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional de todos os pais e profissionais. Os ERG promovem diversas iniciativas e painéis ao longo do ano e trabalham em estreita colaboração com a Equipa de Gestão – em que cada líder é patrocinador de um dos grupos – e ainda com a área de Pessoas & Cultura de forma transversal, sendo um pilar importante e ativo para apoiar as nossas estratégias de inclusão, através das suas perspetivas. Globalmente, e além dos grupos locais, temos mais grupos como o “EMBRACE”, que procura defender a igualdade racial, étnica e cultural, aumentando a consciencialização e compreensão dos desafios enfrentados por grupos sub-representados e o ABLE, que visa promover uma organização mais inclusiva e diversificada, atraindo candidatos e prestando apoio a trabalhadores com diferentes capacidades e perfis.
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