Vieses de género nas patentes

A não perder na Executiva

Daniela Braga

Daniela Braga, CEO da Defined Crowd, em Lisboa.

Na mesma semana em que se soube que Daniela Braga foi convidada pela Administração Biden para integrar um grupo restrito que vai trabalhar na estratégia americana de Inteligência Artificial, soube-se também que o Forum Económico Mundial inclui a DefinedCrowd na lista de “pioneiras teconológicas”, empresas que desenvolvem e utilizam novas tecnologias que tenham impacto significativo na sociedade e nos negócios. Quem diria que uma licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas a conduziria a um percurso de sucesso na área da Inteligência Artificial?!  Entrevista com a empreendedora portuguesa na Executiva.pt.

 

A ler na Web

 

A discreta herdeira greco-brasileira do império Safra

Com códigos secretos e acordos de 600 páginas, Vicky Safra transformou-se numa das mulheres mais ricas do mundo, escreve o El País (que pode ler na sua edição brasileira). Herdeira de um império que nasceu há mais de 100 anos, a greco-brasileira viu como a sua família superou a corrupção e o escândalo para voltar a ser, como o patriarca da família tanto desejava, um clã de bilionários discretos. Descendente de uma estirpe de judeus sefarditas emigrados do norte do Líbano, em 1952, Jacob Safra deixou Beirute e instalou-se em São Paulo, com a sua mulher, Esther, e os seus quatro filhos homens. No Brasil, fundou um banco de investimentos que hoje é um dos mais sólidos da América Latina e que foi a primeira pedra de um império financeiro que transmitiu aos três filhos mais velhos, Edmond, Joseph e Moise.
Sete décadas volvidas, a nora de Jacob, Vicky Safra, de 68 anos, viúva de seu filho Joseph, falecido em 2020, herdou a maior parte da imensa fortuna familiar, transformando-se num das mulheres mais ricas do mundo. Testamenteira e principal acionista das duas principais entidades financeiras da família, o Banco Safra do Brasil e o J. Safra Sarasin da Suíça, e proprietária de ativos imobiliários como o número 30 da St Mary Axe, de Londres (o célebre Gherkin, obra de Norman Foster no coração da cidade) e o luxuoso complexo de escritórios do número 660 de Madison Avenue, em Nova Iorque, a Forbes atribui-lhe um património de aproximadamente 6,9 mil milhões de euros, e administra, com dois dos seus filhos, ativos financeiros no valor de mais de 90 mil milhões de euros.

Saiba quem é esta mulher que recusa a vida social, quase não dá entrevistas e divide o seu tempo entre uma mansão em Genebra e um discreto chalé em Crans-Montana, nos Alpes do cantão suíço de Valais. É a partir da Suíça, de onde não sai há pelo menos dez anos, após décadas de vida itinerante com o marido entre São Paulo, Nova Iorque e Londres, que comanda um conglomerado com epicentro no Brasil e filiais na Europa, Estados Unidos e Oriente Médio.

Neste texto, conheça também a saga familiar dos banqueiros que começaram a financiar caravanas e descubra por que até há pouco tempo todos os documentos internos das suas empresas eram redigidos “num dialeto sefardita em caracteres arábicos”, uma espécie de código secreto, e que na família chegou a existir um acordo pré nupcial de 600 páginas.

 

Novas roupagens para a Victoria’s Secret

Há uma vaga de marcas de lingerie a revolucionarem o mercado, com os olhos na Geração Z e nos compradores Millennial, escreve o The Wall Street Journal. Entre elas estão a Parade, a Cuup e a Negative. Mas nenhuma tem o peso simbólico da Victoria’s Secret. Há muitos anos com a popularidade em queda acentuada, a gigante de lingerie feminina conhecida pela sua imagem sexy e desfiles monumentais, está a reposicionar a sua marca. É o adeus às supermodelos e o olá ao VS Collective, sete mulheres que serão o rosto da marca, entre as quais a estrela de futebol e ativista da igualdade salarial Megan Rapino, a atriz indiana Priyanka Chopra Jonas, a modelo e ativista LGBTQ+ brasileira Valentina Sampaio ou a jornalista britânica Amanda de Cadenet.
“O mundo mudou e nós fomos muito lentos em acompanhar. Tínhamos que deixar de ser uma marca que dava aos homens o que eles queriam para passar a dar às mulheres o que elas querem”, afirmou Martin Waters, presidente-executivo da empresa desde fevereiro deste ano.
A nova Victoria’s Secret terá mais mulheres na gestão da empresa e maior diversidade dos seus modelos, oferecendo novos produtos como soutienspos-cirúrgicos e de amamentação e roupas desportivas, indo ao encontro das necessidades das mulheres que, além da sensualidade, procuram roupa prática, confortável e tamanhos inclusivos. Mas será que elas comprarão?, pergunta o The New York Times.

 

Doar até o cofre ficar vazio

MacKenzie Scott, uma das mulheres mais ricas do mundo, anunciou que faria doações no total de 2,7 mil milhões de dólares para 286 organizações, como universidades, grupos artísticos e organizações sem fins lucrativos que se dedicam a combater a injustiça racial e a violência doméstica, revela o The New York Times. Depois do divórcio de Jeff Bezos, em 2019, MacKenzie Scott fez a promessa: doar a sua fortuna “até o cofre ficar vazio”, o que se está a revelar uma tarefa difícil. Nessa altura, a sua quota parte era de 4% das acções da Amazon, valorizadas em 36 mil milhões de dólares. Graças à valorização dos títulos, ela está a acumular riqueza mais rapidamente do que consegue doar. Em 2020, doou perto de 6 mil milhões a 500 organizações e, apesar de ter doado mais de 8 mil milhões de dólares nos últimos 11 meses, com cheques directos passados a organizações sem fins lucrativos, hoje é mais rica do que nunca, com um património de 60 mil milhões de dólares, segundo a Forbes.

 

Vieses de género nas patentes

Pesquisadores da Harvard Business School, IESE Business School e Desautels Faculty of Management da Universidade McGill examinaram quantas patentes são concedidas a homens e mulheres e para que servem essas patentes. O estudo, publicado na revista Science, descobriu que as mulheres são mais propensas a apresentar novos medicamentos e tecnologias para a saúde feminina na área biomédica. Mas os homens ainda recebem uma parcela maior das patentes – o que significa que a sociedade provavelmente está a perder invenções que poderiam melhorar muito a saúde e a vida das mulheres. “Se [as mulheres] estão a patentear menos, que tipo de invenções podemos estar a perder?”, interrogou-se o co-autor Rembrand Koning ao ler sobre a relutância dos investidores em discutir uma bomba inteligente para extrair leite materno.
Embora as patentes biomédicas detidas por mulheres tenham aumentado de 6,3% para 16,2% nas últimas três décadas, segundo a Stat News, se houvesse paridade de género, teria havido mais 6 500 invenções voltadas para as mulheres durante o tempo em que os pesquisadores estudaram, de acordo com suas descobertas.

 

Duas mulheres a conhecer no Museu da Moda de Paris

Após meses de encerramento obrigatório devido à pandemia, acaba de reabrir a grande exposição sobre a lendária costureira Gabrielle (Coco) Chanel, a primeira de que Miren Arzalluz é co-curadora no Museu da Moda de Paris, instituição que dirige há três anos. A exposição está patente até 18 de julho.
Cosmopolita, Miren Arzalluz nasceu em Bilbao e fala basco, espanhol, inglês e francês. Chegou ao Palais Galliera, sede do Museu da Moda de Paris, depois de escrever uma biografia sobre Balenciaga e dirigir o Museu Getaria (Gipuzkoa) dedicado ao criador basco, e depois de estudar história e política, e decidir que moda é tudo isso: economia, criatividade e identidade. A moda dá ferramentas para que se construa a sua identidade. Permite expor-se, esconder-se, reivindicar, fazer parte de algo maior que tu, singularizar-se”, como diz em entrevista ao diário espanhol El Pais. “Não podemos continuar a pensar que se pode pagar cinco euros por uma t-shirt. Isso é inviável. Estamos todos interessados ​​em fazer com que as peças durem mais. A dinâmica do consumidor de comprar um vestido para sair no sábado porque está farta do que tem no armário é uma loucura”. O pai de Miren Arzalluz, Xabier Arzalluz, foi presidente do PNV entre 1980 e 2004, e é referido frequentemente nesta entrevista.

 

Mulheres matemáticas inspiradoras

As memórias de Katherine Johnson, o computador humano. Quando a matemática Katherine Johnson morreu no ano passado, aos 101 anos, deixou um presente: as suas memórias. My Remarkable Journey, escrito com as suas filhas e um jornalista premiado, conta a sua vida bem vivida.

A história de Katherine Johnson pode ser parcialmente familiar para aqueles que viram o filme Hidden Figures, de 2016, que destacou o papel de mulheres matemáticas negras, que tornaram possíveis as missões lunares da NASA. Mas a sua própria narrativa é ainda mais emocionante, escreve a crítica Ainissa Ramirez, mostrando como Katherine Johnson “superou as influências gravitacionais da discriminação racial e de género” tendo como pano de fundo um século dramático de história dos Estados Unidos. Começa com exuberância, descrevendo o reconhecimento público que alcançou nos seus últimos anos: ir aos Óscares em 2017 para ser homenageada com a Medalha Presidencial da Liberdade em 2015 — e receber um beijo do presidente Barack Obama. Depois disso, revela como um prodígio da matemática de West Virginia, se tornou num “computador humano”, permitindo o lançamento de foguetes. Na NASA, calculou trajetórias e janelas de lançamento para o programa de voo espacial humano do Projeto Mercury. Isto numa época em que a segregação racial e a privação de direitos eram legais nos Estados Unidos. Artigo a ler na Nature, a propósito do lançamento do livro.

 

A pioneira da matemática abstrata que esclareceu a ideia de Einstein e ajudou a explicar a teoria da relatividade aos matemáticos. Neste artigo do The Wall Street Journal, ficamos a conhecer Emmy Noether, brilhante matemática alemã do início do século XX, que esteve na vanguarda das mulheres matemáticas em todas as fases da sua educação. No entanto, depois de finalmente conseguir uma posição de professora na Universidade de Göttingen, foi impedida de leccionar pelos nazis por ser judia. Contratada pelo Bryn Mawr College, refugiou-se nos Estados Unidos, mas morreu apenas dois anos depois, aos 53 anos.
Ainda assim, teve tempo para lançar as bases da matemática abstrata moderna. Na época, os matemáticos começavam a perceber que, em vez de estudar as propriedades de objetos específicos, podiam estudar sistemas de propriedades gerais. Por exemplo, em vez de estudar números e aritmética diretamente, estudamos sistemas gerais nos quais podemos somar e multiplicar, e mostramos que os números são apenas um exemplo. Podemos usar as mesmas técnicas para estudar outros exemplos. O trabalho de Emmy Noether esteve na origem desta ideia central da matemática contemporânea.
Emmy Noether também provou um teorema que estabelece uma relação entre a Matemática pura e a Física. Os matemáticos David Hilbert e Felix Klein estavam a tentar compreender a teoria da relatividade geral de Einstein e, em 1915, convidaram-na para os visitar em Göttingen, pois ela era especialista numa parte da matemática pura que pensaram que ajudaria. Einstein também foi convidado, e seguiu-se uma intensa correspondência entre Einstein, Hilbert e Klein, na qual eles referem repetidamente como Emmy Noether os ajudou a entender a matemática por trás da física.

 

Work hard, play hard!

MARCA DE LUXO

Lots of Fun!

A Floats of Fun é uma nova marca portuguesa de insufláveis de luxo, inspirada no glamour e na joie de vivre da era Art Déco. Nesta primeira coleção encontra insufláveis extra large em forma de cisne, asas de borboleta, concha, arco-iris e unicórnio, em tons suaves e metálicos, como o bronze. Da coleção fazem ainda parte os famosos donuts e uma chaise longue insuflável, tudo em dimensões macro, porque a diversão é para ser vivida ao máximo.
Ainda que em plástico, estes acessórios são feitos em materiais recicláveis, resistentes e sustentáveis, e trazem um adesivo para usar em caso de furo. Ou seja, para desfrutar sem preocupações. Saiba mais aqui.

 

A NOSSA OBSESSÂO

O Cantinho do Parque

Temos sempre um restaurante a que vamos com mais frequência. Durante muitos anos foi o Mandarim, no Estoril — trabalhávamos perto, a cozinha é excepcional e o serviço irrepreensível. Agora, para almoços de negócios ou mesmo com amigos estamos fãs do Cantinho do Avillez no Parque das Nações: é perto do escritório, há estacionamento próximo, a cozinha é óptima e o serviço muito atencioso e simpático. Estamos viciadas no frango Thai e na avelã ao cubo (uma sobremesa de três texturas de avelã). Há menus executivos de 15 a 20 euros. Saiba mais aqui.

 

 

Publicado a 25 Junho 2021

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