Sim, sou otimista

Acabei de ver uma publicação minha do final de 2021. Aquele segundo ano de pandemia que foi tão mau como o primeiro e nos trazia a sensação de que nunca ia acabar. Os cenários eram péssimos, continuávamos com fechos e paragens, a vacina era uma realidade, mas ainda cheia de incertezas. Mas eu, otimista, escrevi: “Recuso-me a acreditar que 2022 vai ser igual a 2021. Recuso-me!”

Recusei-me mesmo. E 2022 foi, na verdade, um dos meus melhores anos da última década.

Sou uma pessoa optimista por natureza. Acredito que se consegue dar a volta a quase tudo. Que, sim, há desafios, dificuldades, perdas, mas tudo faz parte do negócio e da vida. Teremos, eventualmente, de os ultrapassar, e é mais fácil com uma mentalidade positiva.

O optimismo racional nos negócios e na gestão está provado que traz mais benefícios do que desvantagens. Não significa esconder os problemas, mas olhar para eles como parte do processo, obrigando a buscar soluções criativas para os ultrapassar. É uma mentalidade focada na solução, acreditando que ela existe. E essa esperança, tantas vezes contagiosa, ajuda a diminuir o stress e a pressão, outra vantagem para as equipas. Até porque, um optimista procura mais depressa ajuda, opiniões, buscando mais conhecimento e envolvendo mais gente.

Existem imensos estudos que provam que um líder optimista cria mais riqueza do que um pessimista. Um vendedor com mentalidade positiva vende mais. Um empreendedor esperançoso tem melhores resultados. Uma pessoa na busca de um emprego que vá com uma atitude confiante consegue mais depressa um lugar.

Para um pessimista as circunstâncias vencem. Para um otimista a mentalidade lidera.

O optimismo é como um músculo: treina-se. Existem algumas dicas que podem ajudar:

Dar valor ao que está bem. Darmo-nos conta do que funciona na nossa vida coloca a nossa mente nas coisas boas, ajudando a colocar em perspectiva o que ainda pode ser melhorado. Sim, todos temos o lado lunar, mas focarmo-nos no sol torna-nos mais alegres e capazes de aceitar o que corre menos bem.

Aceitar a mudança. Um optimista sabe que o mundo muda. E não luta contra situações que não vai conseguir influenciar. Aceitar o que tem de ser coloca-nos na corrente da mudança. E navegar ao sabor das ondas é menos cansativo. Ver para onde estão os ventos, ajustar as velas e esperar que o barco avance em direção ao objectivo pretendido, mesmo que o caminho seja mais longo.

Procurar o progresso, não a perfeição. Um otimista não é, normalmente, um perfeccionista. Os erros fazem parte do crescimento, a maior parte deles são ultrapassáveis e, quantas vezes, podemos usá-los como oportunidades! O importante é continuar, executar com a melhor informação possível, ajustando à medida do progresso. Até porque, sabemos, haverão sempre variáveis que não conseguimos controlar.

Criar ligações. Conversar, ouvir conselhos, experiências. Enviar uma mensagem simpática. Ajudar alguém. O que recebemos de volta é muito mais do que damos. E esse sentimento bom altera hormonalmente o nosso cérebro, ficamos mais satisfeitos. E mais optimistas com o futuro e o nosso relacionamento com os outros.

 

Vem aí 2024. Um ano com previsões de recessão, dificuldades financeiras, crises políticas, incertezas. Mas, para mim, eu penso que vai ser um bom ano. Já o disse a algumas pessoas.  Perguntam-me “como é que sabes?”.

É um feeling que eu tenho. O mundo não vai mudar por aquilo que eu sinto, mas eu prefiro entrar no ano que vem confiante e com esperança. Sempre é outra energia e outra vontade para (re)começar.

Sim, sou optimista.

Experimentem!

 

Inês Brandão é fundadora e Global Business Manager da Frenpolymer. Leia mais artigos de Inês Brandão.

Publicado a 21 Dezembro 2023

Partilhar Artigo

Parceiros Premium
Parceiros