Perdoar

Todos nós passamos por situações que nos levam a sofrimento. Durante a nossa vida, teremos os nossos desgostos, vão fazer-nos mal e seremos vítimas de injustiças. Com isso, teremos os nossos momentos de tristeza, vamos sentir-nos encurralados e encravados nesse momento que nos marcou.

Podemos viver e revivê-los eternamente, no nosso dia a dia, agarrados a um sofrimento que se transforma em amargura. Ou podemos escolher sermos livres e perdoar.

Perdoamos os outros por eles. Porque queremos que continuem na nossa vida e, para isso, temos de nos livrar do ressentimento e da dor que essa pessoa representa. Mas perdoamos os outros também porque não queremos que ocupem mais nenhuma parte de nós. Porque os desejamos longe, no passado. E isso só é possível se não tivermos nenhuma ligação — nem raiva, nem frustração. Nada.

Quando os perdoamos fazemo-lo por nós, em qualquer dos casos. Para conseguir andar para a frente. Para aceitar o passado — ele aconteceu, não o podemos mudar. Só podemos mudar como vivemos com ele. Sem ressentimentos, sem desejos de vingança. Com e em Paz.

Perdoar é isso. Não é dizer que deixou de ser errado, que as pessoas que nos magoaram ficaram boas de repente. Sabemos que não esqueceremos, a mensagem fica, mas já não dói.

Perdoamos quase sempre em silêncio, já que não há admissão de culpa do outro lado.

Perdoamos para sarar a ferida. Para conseguir ver a cicatriz sem um aperto no coração. Perdoamos a pessoa, mas não o que fez.

É mais difícil perdoar do que ficar agarrado a um ressentimento. Obriga a que sejamos maiores do que nós próprios, do que o nosso ego, porque temos a consciência de que a paz interior, a serenidade, é mais importante do que tudo o resto.

O dia em que conseguimos cumprimentar quem nos marcou tão negativamente, sem ansiedade ou qualquer sentimento a ele, é o dia em que perdoamos.

Esta semana, consegui fazê-lo. E senti-me livre. Livre de um peso, de uma angústia. Livre para avançar, leve e feliz. Senti-me mais forte do que nunca.

 

“The weak can never forgive. Forgiveness is the attribute of the strong.”

Mahatma Gandhi

 

Inês Brandão é fundadora e Global Business Manager da Frenpolymer. Leia mais artigos da autora aqui

Publicado a 27 Outubro 2021

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