Países

Nas últimas semanas, tive a oportunidade de visitar países novos. E quando digo novos, refiro-me mesmo a países com pouca idade. Sendo muito diferentes entre si, a Eslovénia e a Singapura têm em comum uma história independente de apenas umas dezenas de anos. Agregam em si culturas de outros países, de onde se destacaram, dos seus vizinhos, dos seus emigrantes.

Desde 1900 que se criaram mais de 30 países. Singapura separou-se da Malásia em 1965 e a Eslovénia nasceu em 1992, depois da dissolução da Jugoslávia.

Nunca tinha perdido muito tempo a pensar nisto, confesso. Na diferença que faz virmos de um país com fronteiras com centenas de anos. Com língua própria, gastronomia nossa, livros de História com dezenas e dezenas e dezenas de datas, páginas, conquistadores, defensores da nossa pátria. O sentido de pátria, de pertença. De nacionalidade. De solidez e segurança. De tanto que já está criado e garantido.

Não consigo deixar de comparar com o mundo empresarial. Empresas com dezenas de anos, algumas centenas, fazem parte da história de um País. Muitas tiveram em si várias gerações da mesma família a trabalhar. Começaram com mais ou menos dinheiro e isso influenciou a sua posição no mercado.  Conheço algumas que até deram o nome a rotundas, a ruas, zonas, às cidades onde estão. Ou será que é o contrário? Já não se sabe e não é possível dissociá-las. São parte integrante de uma sociedade.

Para chegar a este ponto, de marca na história global, é preciso tempo, resistência, a criação de uma cultura, de uma identidade.

Não deixa de ser interessante e curioso assistir ao crescimento de uma empresa num mercado, num país, até no Mundo.

Aperceber-me da antiguidade de uma nação, faz-me estar mais atenta às coisas que estes novos países estão a valorizar para criar a sua imagem e lugar na Terra, escolhendo e adaptando o que aprendem dos outros, mais antigos, para si. Onde investem, o que constroem, o que manifestam como prioridade. A que outras pátrias se associam, de quem querem retirar ensinamentos, com quem preferem fazer parcerias.

No fundo, todos fazem falta – os países velhos e os países novos. São eles que formam este mundo dinâmico em que vivemos, criando histórias e fronteiras. Uns para servirem de exemplo, outros para trazerem juventude, novas palavras, músicas, pratos, línguas, clubes, cores, bandeiras.

Assim como as empresas. Há as que crescem e criam o seu legado, as que tomam o lugar de outras, as que se separam em várias, mas todas aprendendo entre si.

 

Inês Brandão é fundadora e Global Business Manager da Frenpolymer. Leia mais artigos da autora aqui

Publicado a 11 Maio 2022

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