O tempo que estamos à espera

Hoje, nos correios, contabilizava o tempo que tenho esperado nas últimas semanas.  Horas e horas acumuladas de espera, muitas vezes em desespero, outras rendida às evidências.

Espero nos correios, espero nos aeroportos, espero em consultas médicas, espero em filas de trânsito, espero por encomendas, espero para pagar, espero para receber, espero que me atendam, espero que confirmem o que digo, espero pela chamada de volta, espero pelo e-mail, espero que o condomínio me resolva o problema, espero a resposta à mensagem, espero que a chuva passe para sair de casa.

Esperar faz parte da nossa vida.

Muitas vezes esperamos porque chegamos mais cedo. Tantas e tantas vezes porque os outros estão atrasados. Mas continuamos, no local, com o telemóvel ligado, o computador ativo, na estrada, na loja, no aeroporto, nos correios, no consultório. Em todo o lado.

Esperamos porque precisamos, basicamente. Se não precisássemos, desistíamos e fazíamos outra coisa. E é por isso, acredito, que nos deixam à espera. Porque podem. Só isso justifica que continuem a fazê-lo. Se nós não precisássemos, fariam por cumprir tempos, horários e entregas. Respeitavam o nosso tempo, que é tão valioso como o dos outros.

A questão é: quantos de nós usa o tempo que está à espera à procura de uma alternativa? Eu comecei a fazê-lo. E há opções.

Se calhar, também nos vão deixar à espera.

Esperemos que não!

 

Inês Brandão é fundadora e Global Business Manager da Frenpolymer. Leia mais artigos de Inês Brandão.

Publicado a 14 Dezembro 2023

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