As botas de Berta de Pablos-Barbier, presidente da Maison Moët, e o grito de alerta de Anne Helen Petersen

A ler na Executiva

Lídia Tarré

Lídia Tarré é administradora da Gelpeixe, empresa fundada pelo avô.

As mulheres têm desafios acrescidos quando assumem a liderança do negócio da família? Lídia Tarré, administradora executiva da Gelpeixe, negócio fundado pelo avô há 44 anos, e membro da Direção da Associação de Empresas Familiares, dá a resposta. Siga os 6 conselhos para mulheres sucessoras em empresas familiares.

 

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Das botas nas vinhas aos saltos altos nas recepções

Qual é o pitch da sua função? À pergunta, Berta de Pablos-Barbier responde: “Presidente da Maison Moët, que reúne Moët & Chandon, Dom Pérignon e Mercier. Existe um paralelo com os sapatos que é bastante revelador! Começo o dia com botas nas vinhas, depois calçado de segurança nas caves e acabo com saltos altos em reuniões e recepções de estratégia e marketing nos nossos sítios privados.” À frente desta casa com três séculos de história e know-how, em entrevista à Madame Figaro, a executiva revela quais foram os seus aceleradores de carreira. “A minha carreira tem sido uma série de acelerações em todas as áreas: investigação & desenvolvimento, marketing, vendas, direção-geral, em todo o mundo — na Europa, Rússia, Médio Oriente e Estados Unidos. Cada experiência, cada cultura enriqueceu-me. Gosto de pensar que era o meu destino acumular essas experiências para hoje ocupar esta posição, na encruzilhada das minhas expertises do coração. Se procurar um fio condutor entre os meus estudos em Engenharia Agrícola e Ciências Alimentares, o meu MBA em Gestão de Moda, e a minha carreira atual, diria que é a minha paixão por marcas com universos poderosos, que falam de cultura, prazer, emoção, e que me fazem sonhar.”

 

“Não aguento mais não aguentar mais”, alerta Anne Helen Petersen

A jornalista que se tornou célebre, em 2019, com o livro Can’t Even: How Millennials Became the Burnout Generation acaba de lançar uma edição atualizada, na qual contextualiza o cansaço geracional, explica porque as redes sociais são tão cansativas e por que educar os filhos de tornou um verdadeiro desafio. Em entrevista ao El Pais, Anne Helen Petersen explica as diferenças entre os problemas que as várias gerações enfrentam, por que é que a meritocracia já não é suficiente para os millennials fazerem carreira e diz que esta geração foi “enganada” pelos baby boomers. “Se os nossos avós e pais nos disseram que éramos tão especiais e válidos, por que não tenho esta vida tão perfeita que deveria alcançar depois de ter feito tudo o que me pediram para fazer?” é a resposta que dá para explicar o que sentem os millennials. Se (ainda) não leu o livro, não perca a entrevista.

 

Como “calar” os homens que nos interrompem nas reuniões

A mulher que já foi interrompida por um homem quando está a ganhar protagonismo numa reunião levante a mão! Ui, devem estar muitas mãos no ar, pois há várias formas de os homens o fazerem: mansplanning, manologuee manterrupting. 
O mansplanning é o hábito de explicar os assuntos em tom paternalista, mesmo quando o fazem com uma mulher que percebe melhor do assunto do que o próprio. O manalogue significa os longos monólogos que os homens fazem sem que ninguém lhes tenha perguntado nada e sobretudo com a intenção de queimar tempo para não dar oportunidade às mulheres de se expressarem. Finalmente, talvez o mais irritante, o manterrupting, são as interrupções constantes às mulheres nas reuniões de trabalho. Há estudos que demonstram que os homens interrompem 33% mais vezes as mulheres. Como lidar com este problema:
. Seguir a estratégia que Kamala Harris usou no debate eleitoral com Mike Pence, dizendo simplesmente “Eu estou a falar”, “Ainda não terminei” ou “Permita-me que termine a minha argumentação”.
. Usar a linguagem corporal, como um sorriso, um gesto com a mão ou, se for mesmo necessário, levantar ligeiramente a voz.
. Falar com um ritmo pausado revela segurança de que sabemos que vamos ser escutadas até ao fim.

 

Alexandria Ocasio-Cortez volta a ser ameaçada… por um congressista!

Já aqui escrevemos que as mulheres líderes, especialmente na política, são alvo de forte assédio nas redes sociais — Sanna Marin, líder do governo finlandês, Annalena Baerbock, líder ecologista alemã, e mesmo Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos, são apenas alguns dos casos. Alexandria Ocasio-Cortez, que também já integrava a lista, voltou a ser vítima, ainda por cima por parte de um congressista! Paul Gosar, ligado à extrema direita e fiel apoiante de Donald Trump, publicou um vídeo no Twitter em que o seu avatar assassinava de forma violenta o de Ocasio-Cortez. A congressista do Partido Democrata reagiu imediatamente num discurso em que questionava: “Por que é tão difícil aceitar que isto está errado? Não é sobre mim. Não é sobre o congressista Gosar. É sobre o que estamos dispostos a aceitar.” O seu staff confirma que regista ameaças sérias habitualmente e que um rancho na Califórnia vende a sua foto como alvo por 1,5 dólares.
Apesar de não ter condenado o comportamento de Paul Gosar, o Congresso dos Estados Unidos assumiu que “a violência contra as mulheres na política é um fenómeno global destinado a silenciar as mulheres e a dissuadi-las de procurar funções de autoridade e de participar na vida pública, e as mulheres de cor são afetadas de forma desproporcionada”. Na verdade, Alexandria Ocasio-Cortez reúne uma fórmula explosiva para quem não aceita a participação das mulheres na vida pública: é mulher, latina, progressista, jovem, proletária e excelente comunicadora. Novos tempos, precisam-se urgentemente.

 

Elas dão o máximo!

Papa Francisco nomeia uma mulher como “número dois” do Vaticano

O Papa Francisco nomeou a freira italiana Raffaella Petrini como a nova secretária geral do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano. Freira franciscana de 52 anos, Raffaella Petrini vai supervisionar todas as operações administrativas da cidade do Vaticano, incluindo os museus, que são uma das principais fontes de receitas da Igreja. A decisão de nomear Raffaella Petrini para o mais alto cargo na história da Santa Sé é interpretada como representando a vontade do Sumo Pontífice de acelerar transformações dentro da Igreja. O Papa nomeou uma dezena de colaboradoras para cargos importantes, mas elas continuam longe do topo do poder no Vaticano, como escreve o El País (Brasil).

 

Kamala Harris foi presidente, mas pouco

Foi por apenas 85 minutos, mas os Estados Unidos já se podem orgulhar de ter tido uma mulher com poderes presidenciais. Depois de ter feito história como a primeira pessoa negra e descendente de asiáticos a ocupar as funções de vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris soma agora mais um feito — ainda que meramente simbólico — por ter sido a primeira mulher com poderes presidenciais no país. Este cargo temporário foi assumido enquanto Joe Biden se submetia a uma colonoscopia de rotina, uma vez que a lei norte-americana prevê que o vice-presidente assuma os poderes do presidente enquanto este passa por um procedimento médico que requer anestesia.

 

Frida Kahlo destrona o marido

Não deixa de ser irónico que a pintora mexicana Frida Kahlo tenha conseguido bater o recorde do marido, Diego Rivera, com um quadro intitulado “Diego e eu”. O pequeno quadro, de 1949, foi vendido a 16 de novembro deste ano por 34,9 milhões de dólares, quadruplicando o recorde anterior da pintora, e ultrapassando largamente o recorde de Diego Rivera como artista plástico latino-americano mais valorizado, que era de 10 milhões pelo quadro “Os rivais”, vendido em 2018.
A pintura mais cara até hoje é “Salvator Mundi”, de Leonardo Da Vinci, que foi vendida em 2017 por 450 milhões de dólares. No que respeita a quadros pintados por mulheres, o valor é bem mais modesto: “apenas” 44 milhões de dólares, e estamos a referir-nos a “White Flower”, pintado pela americana Georgia O’Keefe, e que foi comprado por Alice Walton, a herdeira da cadeia Walmart e fundadora do Museu de Arte Americana Crystal Bridges, nos Estados Unidos.

 

Work hard, play hard!

MODA

Get Back! to The Beatles

A estilista Stella McCartney lançou uma nova coleção cápsula com o tema dos The Beatles, ligada ao documentário “The Beatles: Get Back”, com lançamento previsto no próximo Dia de Ação de Graças, na Disney +. O seu pai, Paul McCartney, foi um dos “quatro fabulosos” que conquistaram o mundo da música no início dos anos 1960.
Entre outras peças, a coleção inclui t-shirts com desenhos psicadélicos, um blusão bomber com uma aplicação Sargent Pepper e um casaco de malha com imagens a preto e branco da banda. A coleção está disponível, por exemplo, na Net-a-Porter.
Para fazer o documentário, o realizador Peter Jackson teve acesso a mais de 60 horas de imagens e 150 horas de gravações de áudio inéditas. O filme de três partes conta a história de Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr reunindo-se em 1969 para planear o seu último álbum , “Let it Be”, e o seu primeiro espetáculo ao vivo em três anos. A série também mostra pela primeira vez na íntegra a apresentação final dos Beatles, num telhado em Londres. Veja o trailer.

 

MODA

Cores Benetton aquecem os patudos

Em boa hora a Benetton alargou a sua oferta à roupa canina. Não conseguimos decidir de qual cor gostamos mais – verde bosque, verde maçã, azul centauro, laranja ou framboesa. Estas camisolas em lã (80%) e acrílico vão deixar o seu cão a abanar a cauda mais rapidamente que uma ventoinha. Com o entrançado característico, são perfeitas para ajudar os cães mais velhos, de pêlo curto, a manterem-se quentes quando chega o inverno e as temperaturas caem drasticamente. Custa €19,95, nas lojas da marca. Não há desculpas para não passearem confortáveis e quentinhos. Conheça a coleção da marca.

 

Publicado a 26 Novembro 2021

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