A agenda de Rita Rivotti

Criou a primeira agência portuguesa de design dedicada aos vinhos e com ela tem arrecadado prémios internacionais com a sua criatividade impressa em rótulos e em embalagens. O último foi uma medalha de prata pela embalagem do vinho Tyto Alba

Rita preparou-se muito bem antes de entrar no mundo dos vinhos.

Considera “apaixonante” o trabalho que desenvolve. “Tão depressa estou debruçada no atelier como vou pessoalmente conhecer as quintas e os produtores de vinho”, conta-nos a designer Rita Rivotti, fundadora e CEO do atelier Wine Branding & Design, especializado em marcas, rotulagem e packaging.

Depois de uma licenciatura em Agronomia, um mestrado em Marketing e Gestão de Marcas, e a obtenção do grau Wine 2 na Wine & Spirit Education Trust, uma das melhores escolas do mundo a dar formação sobre vinhos, Rita criou a primeira agência portuguesa de design dedicada ao setor dos vinhos e com ela tem arrecadado prémios internacionais com a sua criatividade impressa em rótulos e em embalagens.

O último foi a medalha de prata conseguida no Pentawards, considerado o maior concurso mundial de criatividade que premeia os melhores projetos de packaging. A designer conhece bem o mundo do vinho, desde a produção ao lançamento, e com o trabalho executado pelo seu atelier ganhou a edição 2015 deste concurso. Um trabalho muito bem conseguido com o vinho Tyto Alba, da Companhia das Lezírias, que mostra no rótulo a imagem da Coruja-das-Torres (nome científico Tyto Alba) cuja garrafa está acondicionado numa caixa de madeira com um orifício que revela os olhos estilizados de um animal desta espécie. Rita já ganhou outra medalha, de ouro, na edição 2014 dos Pentawards pela conceção do conceito e identidade visual do vinho do Douro Crochet.

Todos os dias faço, alternadamente, uma corrida matinal ou uma aula de Yoga. Dá-me força e energia para o resto do dia.

Apesar de uma agenda variada e repleta de trabalho, a que se juntam o voluntariado como vice-presidente da Casa da Alegria e o cuidado das suas três filhas, Rita Rivotti partilhou a agenda de um dia de trabalho.

6h50

O despertador toca e às 7h saio da cama, uns dias a custo, outros com mais vontade. Mas se há coisa que não admito a mim própria é ceder à preguiça.

7h30

Todos os dias a esta hora faço, alternadamente, uma corrida matinal ou uma aula de Yoga. Para mim é muito importante estar ativa fisicamente desde cedo, porque me dá força e energia para o resto do dia.

9h00

Já em casa, tomo o pequeno almoço com calma, altura em que aproveito para ver alguns e-mails e organizar o meu dia. É também por esta hora que leio o jornal ou as notícias on-line. Tudo isto antes de me pôr a caminho do atelier, que fica a uns agradáveis 10 minutos a pé de casa.

10h00

Chego ao atelier, onde encontro o resto da equipa já reunida e a trabalhar. Inteiro-me do que cada um está a fazer e, juntamente com o Pedro, nosso diretor criativo, aproveito para relembrar os trabalhos mais importantes para o dia e os prazos que temos para cumprir durante a semana. Como se trata de um open space, todo o trabalho é feito em conjunto, dispensando reuniões formais. Isto permite-nos coordenar mais facilmente os projetos em curso e partilhar opiniões e inspirações, o que é essencial no desenvolvimento criativo.

Raramente tenho dois dias iguais. Tão depressa posso estar no atelier, como a visitar as quintas dos clientes. É essencial para criar marcas que dão voz aos seus vinhos.

11h30

O meu trabalho é muito variado, raramente tenho dois dias iguais. Tão depressa posso estar no atelier debruçada sobre os projectos que temos em mãos, como a tratar de assuntos administrativos, ou mesmo em reuniões com clientes, que às vezes me levam para fora de Lisboa. Entre o Douro, Ribatejo, Alentejo ou mesmo Espanha, são muitas as vezes em que vou pessoalmente visitar os clientes. Isto faz parte do nosso envolvimento em cada projeto: conhecer, explorar, procurar detalhes, partilhar as ambições e perspetivas do produtor. É um desafio apaixonante pormo-nos no seu lugar e sonhar cada vinho como se fosse nosso, pensar naquilo que o define e naquilo que queremos que represente. Conhecer pessoalmente as quintas e os produtores é essencial para conhecer cada pormenor, cada detalhe, e assim cumprir este desafio diário de criar marcas e imagens que dão voz aos seus vinhos.

13h00

Costumo almoçar em casa com as minhas três filhas, momento em que conversamos sem grandes demoras sobre como está a correr o dia. Temos a sorte de poder almoçar juntas muitas vezes, já que temos o privilégio de estudar e trabalhar perto de casa. Ser Mãe é um trabalho bem mais exigente do que gerir uma empresa, principalmente quando se tratam de três adolescentes tão carismáticas! Mas nada me dá mais gozo do que ouvi-las, observá-las e ajudá-las a crescer nas suas maneiras tão únicas de ser.

14h30

É normalmente a esta hora que volto ao atelier e dou continuidade ao trabalho da manhã. Continuamos a desenvolver os projetos que vão crescendo em número, o que muito me orgulha, mas que também exige um maior jogo de cintura e melhor coordenação entre todos. Pesquisamos informações e exemplos, criamos conceitos, concebemos imagens, analisamos as cores que melhor se aplicam, escrevemos sobre vinhos e vinhas… fazemos de tudo um pouco.

O atelier é um espaço verdadeiramente acolhedor e polivalente, até eu própria me impressiono com o que se cria aqui dentro!

16h00

É também na parte da tarde que às vezes aproveito para fotografar os resultados dos trabalhos no nosso pequeno estúdio. Este atelier é um espaço verdadeiramente acolhedor e polivalente, até eu própria me impressiono com o que se cria aqui dentro!

A embalagem que valeu mais uma medalha a Rita.

A embalagem que valeu mais uma medalha a Rita.

17h00

É geralmente à tarde que marco reuniões com os clientes que querem acompanhar melhor o processo ou dar-nos o seu feedback pessoalmente. Isto sem contar com as vezes em que, por motivos de trabalho ou cortesia, inesperadamente nos batem à porta. Gostamos deste à vontade, desta relação próxima que desde o princípio estabelecemos com quem trabalhamos. Torna o ambiente muito mais familiar e agradável e esta proximidade permite-nos ir ao encontro do que realmente se pretende para cada vinho.

18h00

Gosto de guardar os finais de tarde para tratar dos assuntos administrativos da empresa, como faturações, contabilidade e orçamentos e ainda para um balanço de fim de dia, em que resumo tudo que foi feito e o que temos pela frente, aproveitando também para enviar e responder aos e-mails pendentes.

Reservo um pouco da minha tarde para ajudar a angariar fundos para manter a Casa da Alegria, projeto central da Associação Porta d’O mais.

19h30

Há dias em que reservo um pouco da minha tarde para tratar de assuntos relacionados com as minhas funções de Vice-Presidente, a título voluntário, do Conselho Executivo da Casa da Alegria, projeto central da Associação Porta d’O mais. É uma casa que acolhe e apoia mulheres e crianças de países africanos com patologias clínicas graves. Foco-me sobretudo na sua sustentabilidade e divulgação, trabalho que me exige algumas horas e ocasionais reuniões à noite. O meu objetivo é conseguir angariar fundos para manter esta Casa e as pessoas que nela trabalham diariamente com estes doentes afastados das suas famílias.

20h30

A esta hora tento já estar desligada do trabalho e aproveitar para planear e preparar o jantar, que tanto pode ser com família como com amigos, sempre em ambiente caseiro e descontraído e raramente antes das 21h. Mais do que comida, faço questão que o jantar seja sobretudo uma altura de convívio. Entre discussões e gargalhadas, as conversas estendem-se durante horas à mesa, deixando de lado a televisão que, na minha opinião, não faz falta nenhuma.

 Depois da agitação do dia é altura de relaxar e acalmar. Este tempo é fundamental para o meu equilíbrio, para cortar o stresse e para gozar o silêncio.

22h00

Já no meu quarto, não dispenso um tempo de leitura e de meditação. Depois da agitação do dia é altura de relaxar e acalmar. Este tempo é fundamental para o meu equilíbrio, para cortar o stresse, e para gozar o silêncio (quando as minhas filhas assim o permitem).

23h00

É a hora a que idealmente gosto de apagar a luz para conseguir dormir às minhas 8 horas de sono. Depois de um dia em que o cansaço não significa fadiga, mas sim realização, fica a sensação de descanso pelo que acabou e a expetativa pelo dia que me espera.

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